Agrupamentos comerciais: Pontos positivos e negativos
Os agrupamentos comerciais são tipos de organizações supranacionais de ordem comercial. Acredita-se que sua origem remonte a Europa por volta do Século XIX.
Já para muitos economistas e historiadores tais movimentos são o que podemos chamar de antecedentes do Capitalismo e teriam surgido devido à intensificação deste modelo econômico, e posteriormente, teriam levado o comércio a se espalhar por vastas regiões.
Os agrupamentos comerciais com os conhecemos hoje não surgiram de repente, estas formas de organização surgiram, inicialmente, com o intuito de promover o interesse comercial dos membros que o compunham, muitos dos primeiros agrupamentos surgidos ainda no final do Século XIII, por exemplo, tinham como meta o comércio marítimo exclusivo em certas regiões.
Também eram observáveis outras características, como por exemplo: 1) Regulamentação da atividade comercial; 2) Garantia de proteção militar e naval a todos os membros do grupo, e por fim, 3) Obter e garantir a continuidade de monopólios para região em que as atividades eram executadas.
Características como regular a qualidade da matéria e, portanto, os preços dos artigos além de comemorar acordos em que o lucro obtido era partilhado também faziam parte deste tipo de organização.
Atualmente os agrupamentos comerciais são divididos em três categorias, sendo elas: Áreas de livre comércio, união econômica e união alfandegária, conhecidos como agrupamentos comerciais modernos. A seguir veremos cada um detalhadamente:
Áreas de Livre Comércio
Zonas, ou áreas de livre comércio nada mais são do que blocos econômicos regionais formados por alguns países. O objetivo é estimular o comércio entre os membros que compõe o bloco, para tanto, os países que formam o grupo extinguem toda e qualquer tarifa, a fim, de facilitar o comércio.
As áreas de livre comércio foram criadas após a Segunda Guerra Mundial, com o foco em reduzir, ou, eliminar taxas alfandegárias. Alguns exemplos de zonas de livre comércio são o “MERCOSUL” (Mercado Comum do Sul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela) e a “Aelc” (Associação Europeia de Livre Comércio composta por Reino Unido, Noruega, Suécia, Dinamarca, Áustria, Suíça e Portugal).
União Econômica
Acredita-se que esta seja a forma mais abrangente de agrupamento comercial. Assim como as áreas de livre comércio ela também extingue diversas tarifas, mas, além disso, ela adota uma tarifa externa comum conseguindo criar mecanismos que liberem as fronteiras internas, o que permite a livre circulação não apenas de mercadorias, mas também, capital e mão de obra.
Também são adotadas medidas que igualam as políticas monetárias e fiscais. Outra característica dessa forma de agrupamento é a criação de uma única moeda e a existência de apenas um Banco Central.
Um ótimo exemplo de União Econômica é a “União Europeia”, grupo criado no ano de 1993, e formado por 28 estados-membros, que adotaram o Euro como moeda oficial.
União Alfandegária
É caracterizada pela abolição de todas as tarifas e obstáculos comercias existentes entre seus países membros, sendo adotada uma tarifa externa comum. Um exemplo bem sucedido de união alfandegária é a “Benelux”, organização composta por Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos criada em 1948.
Pontos positivos e negativos
Assim como toda e qualquer tentativa de organização econômica, os agrupamentos comerciais também dividem opiniões, seja pelos rumos que tomaram, ou mesmo, pela incerteza em realizar plenamente aquilo a que se propuseram.
Um dos pontos positivos destes tipos de organização econômica é a ampliação do mercado consumidor interno, que permite as empresas dos países e estados participantes uma economia de escala, ou seja, um tipo de economia que se organiza ao máximo, a fim de utilizar da melhor maneira seus fatores produtivos, procurando como resultado incrementar bens e serviços, ao mesmo tempo que tem baixos custos de produção.
Além disso, outra vantagem é o aceleramento da economia, afinal, com tantas taxas derrubadas e incentivos criados fica fácil ampliar as transações econômicas e diminuir custos na hora da comercialização.
Já no hall dos pontos negativos figuram aspectos como a dificuldade em se administrar, e isso se deve, principalmente, pelas diferenças que cada país participante apresenta. Aqui, pode-se citar como exemplo o episódio da suspensão do Paraguai e entrada da Venezuela no MERCOSUL, que abalou as estruturas e confiança de certos economistas no bloco.
Apesar de seus pontos positivos, o que temos assistido é uma verdadeira enxurrada de críticas aos agrupamentos comerciais modernos. Diversos economistas acreditam que uma guerra comercial se aproxima, em virtude da divisão que os blocos econômicos têm causado.
Para muitos, dentro das fronteiras dos países e estados participantes o comércio acontece de maneira livre e democrática, contudo, fora destas zonas surge uma crescente concorrência que tem levado a criação de barreiras comerciais.
Há indícios de que os agrupamentos comerciais surgiram ainda no Século XIII, e com o passar dos anos foram se modificando, consolidando e ganhando força até chegarem a atual conjuntura. Muitos erros foram cometidos, por isso, ainda há o que ser melhorado nessa tentativa de organização e ampliação das relações comerciais.