Conservação dos solos
O solo é um dos meios naturais mais importantes para a sociedade, porque além de ser parte essencial dos ecossistemas e ciclos da natureza, também é nele que são realizadas atividades agrícolas, essenciais para a produção de alimentos.
Com o passar dos anos o homem modificou o meio ambiente e o adaptou a suas necessidades, com isso, muitos elementos foram sendo modificados, inclusive o solo que durante esse processo foi muito degradado.
É possível afirmar que a degradação dos solos tem haver, em grande parte, com a ocupação irregular dos espaços. Mas como na natureza nada funciona de forma isolada, a degradação dos solos acaba por afetar outros elementos naturais, como é o caso dos recursos hídricos.
A conservação dos solos se baseia em aplicar práticas que promovam seu uso sustentável, ou seja, planejar ações que permitam seu uso, porém, sem degradá-lo.
Manejo dos solos
Vários fenômenos são responsáveis pela degradação dos solos, entre os quais: erosão ou desertificação; aplicação de tecnologias inadequadas, como o uso excessivo de produtos químicos; e a destruição desenfreada da vegetação que o cobre.
Se algo não for feito imediatamente, problemas como o desequilíbrio dos ecossistemas e a escassez de alimentos podem se tornar uma realidade em um curto prazo.
Pensando nisso, foram desenvolvidos técnicas e planejamentos específicos para o manejo deste meio natural. Mas, infelizmente tais ações deixam de ser aplicadas, afinal, tratam-se de processos muitas vezes caros.
Técnicas de conservação dos solos: Plantio em curvas de nível
Nesta técnica o plantio acompanha os níveis do terreno, seguindo cotas altimétricas ao longo das encostas. Entre os principais benefícios desta forma de plantio é que devido a inclinação a velocidade da água escoada é reduzida, e isso, contribui na retenção de água pelo solo umedecendo e aumentando a infiltração, o que consequentemente, leva a uma maior produção. Tal técnica evita ainda a erosão (desgaste) dos solos.
Adubação
Esta técnica é empregada, geralmente, para diminuir a erosão e manter os solos cobertos entre um plantio e outro. A ideia é plantar uma cultura que aumente a fertilidade do solo, mas não necessariamente esta precise trazer lucro para o agricultor. Como resultado da aplicação deste processo, o próximo plantio terá maior produtividade, esta técnica é conhecida como adubação verde.
Outra forma de adubação é incorporar produtos químicos que contenham substâncias perdidas pelo solo, seja devido a erros de manejo ou a erosão. Podem ser utilizados adubos orgânicos (esterco, por exemplo), ou, minerais (os industrializados).
Terraceamento
Aqui, a ideia é projetar uma estrutura transversal inclinada. Esta estrutura será composta de uma barragem e um canal, com a finalidade de reter e infiltrar a água da chuva nas partes em nível, ou ainda, escoar vagarosamente para áreas próximas das partes em desnível.
Como resultado, a velocidade de escoamento da água da chuva é diminuída, o que resulta, não apenas em uma maior produtividade, mas também no abastecimento de aquíferos existentes.
Rotação de culturas
Consiste em mudar, anualmente, culturas vegetais em um mesmo terreno, a ideia é que tal cultura seja lucrativa para o solo e também para o bolso do produtor. Entre os benefícios que a rotação de culturas pode trazer está a reposição da matéria orgânica e a recuperação química, física e biológica do solo. Além disso, em longo prazo, auxilia no controle de pragas.
Plantio direto
Aqui o produtor mantém palha e restos de culturas anteriores sobre o solo, o que garante proteção e evita, principalmente, a erosão. Outros benefícios são a redução do impacto ambiental, além disso, a água é infiltra com maior facilidade no solo que também se torna mais enriquecido organicamente. Nesta técnica os custos de produção podem ser diminuídos, afinal, o processo de aragem é dispensado. Quanto menos mexer no solo melhor.
Reflorestamento
Reflorestar uma área, nada mais é do que deixá-la em seu estado natural, aquele encontrado antes da utilização do solo para cultivo, aqui a vegetação natural deve ser recuperada, para que possa atuar sobre o solo desgastado. As contribuições da aplicação deste processo são muitas, entre elas: evitar a erosão, também, possibilita uma melhor infiltração da água no solo, que por consequência chegará aos lençóis freáticos. Por fim, o (re) plantio auxilia no equilíbrio do ecossistema.
A cada dia surgem novas técnicas e processos que podem ser aplicados para conservação dos solos. Há técnicas que corrigem a acidez em um determinado local, outras recuperam áreas de pastagem a partir do replantio, e também há técnicas mais sofisticadas que buscam estudar a situação dos solos, avaliando sua produtividade e fragilidade levando em conta as bacias hidrográficas próximas, o relevo, o clima e a vegetação. Outros especialistas falam ainda em associar o plantio de determinadas culturas com a criação de aves, suínos e gado.
O fato é que os solos vêm sofrendo a ação do homem, e, apesar de levarem milhares de anos para serem completamente destruídos, já vem dando sinais de crise. Agora é necessário focar em ações de sustentabilidade e conservação, e torcer, para que os resultados sejam bons.