Gato-bravo

Muito encontrado em florestas e savanas, o gato-bravo é um animal silvestre muito presente em áreas verdes europeus e asiáticos. O Felis Silvestris é muito parecido com um gato doméstico, mas seu porte é maior e a cabeça é mais arredondada do que uma raça felina comum. O gato doméstico evoluiu a partir da raça silvestre e de lá pra cá adotou diversos hábitos que o deixou um animal mais reservado e discreto. Afinal, essa é uma de suas principais características, se refugiando em áreas fechadas como buracos em árvores ou espaços entre rochas e cavernas durante o dia e caçando durante a noite.

Gato-bravo

O fato de o animal ser mais reservado não quer dizer que seja muito arisco. Seu comportamento mais solitário é uma técnica peculiar para controle de seu território e também aperfeiçoar seu rendimento na caça e proteção contra possíveis invasores. O comportamento também é visto no momento de procriação. Machos e fêmeas não andam juntos a não ser quando é época de acasalamento. Após esse período, os animais passam a se ver em menor frequência.

Distribuição geográfica do gato-bravo

A família na qual o gato-bravo se concentra passou por uma série de variações em relação a sua distribuição geográfica. Por ser um animal que se adapta facilmente em qualquer lugar, sua transição por diversos locais também foi ficando cada vez mais intenso. A princípio, a raça era encontrada especialmente na Europa Ocidental e em algumas regiões da Turquia.

Mesmo ocorrendo a concentração da raça nesses territórios, a migração os levou para locais ainda mais distantes devido escassez de alimentos. Da Europa Ocidental, o animal passou a se concentrar no norte da África, partes do Oriente Médio e na Ásia Central. Subespécies foram surgindo ao longo do tempo como Felis Silvestris lybica e Felis Silvestris cafra. Essas alterações ocorreram num intervalo de 9000 anos e o gato ficou ainda mais excluso em parques nacionais e áreas ambientais protegidas pelos governos dos países dessas regiões. Portugal, por exemplo, é um dos países que mais se vê animais da raça.

A preocupação de entidades ambientais é com as ameaças que algumas pessoas e organizações cometem contra o animal. A exploração de terras e suas destruições, a caça de animais que servem de alimento como lebres, coelhos e pequenos roedores, além da própria caça desses animais para produção de bolsas e acessórios motivou essas organizações a montar espaços para proteger esses animais. Países como Turquia e China também seguem o exemplo de Portugal e criaram centros de conservação para o gato.

Já em outros locais onde a estratégia não foi adotada, houve uma miscigenação de raças. Tipos selvagens se reproduziram com gatos domésticos e criando outras espécies que também foram migrando ao longo do tempo. Prova disso é que grande parte do grupo dos gatos-bravos fora de Portugal são híbridos, enquanto em territórios portugueses ainda se é possível notar animais de raça pura.

Estilo de vida

O animal não costuma adotar um território muito grande para conviver. Um espaço máximo de 4km² é usado para que ele consiga sobreviver. Esse espaço também é ideal para criar sua família e treinar os filhotes a amadurecerem e conseguirem seguir a vida após um período de tempo.

É um animal noturno e mesmo saindo à noite, ainda é difícil de ser notado. Se forem vistos, já são percebidos por conta do seu tamanho. Um macho chega a pesar 7 kg e medir 65 cm de comprimento. Já as fêmeas pesam até 4 kg e medem cerca de 58 cm. As patas são mais curtas que as dos gatos comuns, mas são mais resistentes e mais fortes para cravar suas mandíbulas mais aperfeiçoadas que a raça doméstica em suas presas.

A época da reprodução acontece normalmente após o inverno, que dura no máximo até o final de abril. Os machos se relacionam com muitas fêmeas que engravidam sempre uma vez por ano. A cada gravidez nascem de 3 a 8 filhotes criados no máximo em 2 meses a ponto de conseguirem se alimentar sozinhos. Algo curioso é que os machos dominadores podem ampliar seu território se as fêmeas tiverem uma ninhada com vários filhotes, chegando a espaços de até 10 km². Passado o período de acasalamento e gestação, a tendência desses animais é viver nas partes altas das árvores, habilidade essa que lhes caracterizam em ser ótimos escaladores.

Outro detalhe importante é que são muito bons em camuflagem, o que lhe garante maior proteção contra outros animais perigosos. Sua pelagem é diferente de um gato comum. Enquanto o tipo doméstico tem pintas, o gato-bravo tem uma pelagem limpa de pontos ou marcas, podendo se misturar facilmente entre as árvores e galhos para não ser percebido tanto para ataque como para defesa. A pelagem também é mais preenchida e com uma cauda mais grossa que um gato comum.