Os Novos Tigres Asiáticos

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Os Novos Tigres Asiáticos

O grande desenvolvimento econômico experimentado por algumas nações do sudeste asiático, como Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Cingapura fez com que tais nações recebessem uma denominação especial. Os chamados Tigres Asiáticos são chamados assim por conta da sua economia agressiva. Esta agressividade consiste na isenção de impostos para empresas multinacionais, utilização de mão-de-obra barata e grande foco nas exportações. Todas estas medidas, aliadas ao desenvolvimento do sistema educacional e, consequentemente, no aumento dos indicadores socioeconômicos, fizeram com que estes países se tornassem economias de primeiro mundo.

A partir dos anos 80, outros países do sudeste asiático também tiveram um crescimento semelhante, especialmente a partir dos últimos anos do século XX. Indonésia, Malásia e Tailândia (outras fontes citam também Vietnã e Filipinas) começaram a seguir o mesmo caminho dos primeiros Tigres Asiáticos e tiveram um crescimento exponencial de suas economias. As medidas seguiam os moldes dos primeiros tigres: isenção de impostos para empresas multinacionais, uso de mão-de-obra barata e forte política de exportação. No entanto, há algumas diferenças entre os velhos e os novos Tigres Asiáticos.

Novos Tigres Asiáticos

Indicadores socioeconômicos dos Novos Tigres Asiáticos

Os novos Tigres Asiáticos compartilham de um alto crescimento econômico nas últimas décadas. O PIB cresce a taxas geralmente superiores a 5% ao ano e a renda média da população também aumenta. A industrialização das cidades é constante e o desenvolvimento é notável e observável a partir da institucionalização de um grande boom imobiliário, com a construção de arranha-céus e com a fixação de filiais de grandes empresas multinacionais, o que gera empregos e ainda mais renda a população.

Porém, o desenvolvimento econômico dos novos Tigres Asiáticos se resume a isso. Enquanto grandes empresas e o governo enriquecem, a população pouco se beneficia. Tanto que os indicadores socioeconômicos dos países deste grupo continuam os mesmos de 30, 40 anos atrás. Veja:

• IDH entre 0,600 e 0,700 em todos os países do grupo dos Novos Tigres Asiáticos, o que é considerado apenas médio pela ONU;

• Renda per capita de, no máximo U$S 8000,00 (por mais que seja alto, é menor do que em outros países em desenvolvimento, como o Brasil, por exemplo);

• Taxas de analfabetismo relativamente altas;

• Indicadores de saúde, segurança e educação ainda baixos para países que possuem economias fortes.

É visível que os governos destes países procuram melhorar todos estes indicadores atualmente. No entanto, o ritmo destas melhorias e a visibilidade dos reais efeitos trazidos por elas ainda não é evidente. Esta é a grande e crucial diferença entre os antigos e os novos Tigres Asiáticos.
No entanto, não há apenas diferenças entre as nações do sudeste asiático que experimentaram grande crescimento econômico: há muito mais semelhanças do que as que são explícitas.

A questão da dependência das exportações

A primeira nação a implementar um modelo econômico baseado massivamente nas exportações foi o Japão. O Japão pode ser considerado o “pai” dos tigres asiáticos. Durante o período chamado “Milagre Econômico” no país, a economia cresceu, o país se industrializou e o governo conseguiu aproveitar a boa fase para fazer com que sua população também se desenvolvesse. Os tigres (Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Cingapura) seguiram seus passos e alcançaram o pleno desenvolvimento. Em seguida, os novos tigres também passaram a explorar este modelo.

A verdade é que não há um problema evidente no modelo exportador. O país cresce, se industrializa e gera riquezas. No entanto, este modelo oferece riscos. O Japão, após ter experimentado um crescimento gigantesco até o fim do século XX, soube diversificar sua economia e hoje não depende apenas das exportações. Infelizmente, tanto os primeiros tigres, quanto os novos ainda não conseguiram passar por esta fase. Tanto que, durante a crise econômica asiática em 1997, muitos destes países tiveram dificuldades, pois suas economias são extremamente dependentes umas das outras e das grandes nações desenvolvidas, como a dos Estados Unidos.

Não é de se admirar que alguns dos maiores portos do mundo pertençam aos tigres e aos novos tigres asiáticos. O porto de Cingapura é um dos maiores do mundo e uma das principais portas de exportação de toda a Ásia. O mesmo ocorre com outros países da região. Especialistas afirmam que uma grande crise econômica que afetasse os países mais desenvolvidos do mundo (que são os principais importadores dos produtos dos tigres) poderia fazer com que a economia destes países asiáticos entrasse em colapso.

O futuro da economia dos novos tigres asiáticos dependerá das próximas medidas tomadas por seus governos. Se souberem aproveitar esta boa fase em que o PIB cresce a taxas altíssimas e melhorarem os níveis educacionais de sua população, poderão se tornar menos dependentes das exportações, aumentar a produção intelectual e industrial e evitar um colapso econômico eminente caso as coisas continuem como estão. Hoje, uma crise internacional praticamente deixaria muitos destes países sem amparo financeiro e todo o crescimento experimentado até hoje terá sido em vão.