Reciclagem de embalagens

Geografia,

Reciclagem de embalagens

Desde que o mundo é mundo existe o lixo. Descrito como um resíduo produzido pela ação humana, ou mesmo, gerado pela natureza, o lixo se tornou sinônimo de algo imprestável, portanto, aquilo que ninguém quer.

Mas – felizmente – esse conceito vem sofrendo transformações e a cada dia que passa o lixo deixa de ser considerado inútil, pelo menos em sua totalidade, e tal fato se deve principalmente a reciclagem assunto que abordaremos no artigo de hoje.

Reciclagem

Estatísticas e o início de tudo

Segundo uma análise realizada pelo Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada (Ipea), no ano de 2013, o Brasil contava com mais de 380 mil catadores de material reciclável, ocupação essa que existe há pelo menos meio século. E é graças ao trabalho desses profissionais que acontece a chamada coleta seletiva, primeiro passo em direção a reciclagem.

É bem provável que na região onde você vive, exista tal serviço que consiste na separação dos chamados “resíduos domésticos” dos recicláveis, os quais são encaminhados para associações de recicladores, ou mesmo, indústrias de reciclagem.

As usinas de reciclagem se encarregam de misturar o material coletado a água, na sequência o papel, as camadas de alumínio, e também, as de plástico – elementos que compõem a embalagem – separam-se.

Em geral, o papel é reciclado e se torna caixa de papelão, já o alumínio e o plástico exigem processos diferentes de reciclagem, mas o resultado final é surpreendente, pois, podem ser usados até mesmo para produção de placas, telhas e alguns objetos plásticos. Há ainda outra tecnologia denominada “separação térmica” que consiste no uso de altas temperaturas para geração de parafina e pó a partir do alumínio das embalagens.

Reciclar pra que?

A Abre (Associação Brasileira de Embalagens) conceitua a reciclagem como um “reaproveitamento” dos chamados materiais beneficiados que serão utilizados como matéria-prima na fabricação de outros produtos.

Mas se engana quem pensa que a reciclagem só funciona para determinados materiais. Há uma infinidade que pode ser reciclada: vidro, papel, aço, variedades de plásticos e até mesmo metais, como é o caso do alumínio que citamos acima.

A partir do ato de reciclar muitas empresas diminuem a quantidade de matéria-prima, proveniente de fontes naturais, que seriam utilizadas na fabricação de tais embalagens. Além disso, o destino final torna-se muito mais “nobre”, por assim dizer, do que se tal material fosse descartado de maneira errada na natureza.

O que mais dá pra fazer?

Outra maneira de se dar destino correto às embalagens é a “recuperação energética”, técnica que consiste na incineração de tais resíduos. Nessa alternativa a “queima” das embalagens gera um tipo de energia que pode ser convertida em calor, ou, eletricidade que serão responsáveis por abastecer indústrias e até mesmo residências. Uma espécie de combustível “politicamente correto”.

Como o Brasil tem se comportado?

Em terras tupiniquins reciclar se transformou em palavra de ordem. Desde a embalagem longa vida (aquela da caixinha de leite), até a embalagem de agrotóxicos, tudo pode ser (re) aproveitado. Só no ano de 2008 – sete anos atrás – quase 27% das embalagens longa vida produzidas no Brasil foram recicladas.

É importante citar ainda que no quesito “embalagem de agrotóxicos” o país já é considerado referência mundial de reciclagem, afinal, somente em 2012 conseguiu recuperar 94% das embalagens que deveriam ser descartadas. Mas é claro que esse sucesso todo se deve a uma parceria entre Governo Federal, empresas de agrotóxicos e produtores rurais, três instâncias que se comprometeram a seguir a risca legislações ambientais e cumprir com seus deveres.

Então você pode estar se perguntando: As embalagens de agrotóxicos são (re) utilizadas em que? Tal dúvida é extremamente pertinente, visto que as mesmas armazenam substâncias muitas vezes tóxicos se em contato direto com as pessoas; pois bem, grande parte das embalagens de agrotóxicos recicladas é reutilizada para armazenamento de outros produtos químicos, ou mesmo, para produtos que não permaneçam em contato direto com pessoas.

Concluindo

O mundo está aí para comprovar que a reciclagem foi uma das melhores ações adotadas pelo homem, afinal, diminui os riscos de contaminação ambiental, além, de em muitos casos baratear o custo de produção de novas embalagens, efeito esse que vai trazer resultados positivos também para o bolso do consumidor final.

Mas, apesar de tantos avanços no campo da reciclagem, infelizmente, alguns produtos ainda não podem ser totalmente recuperados, é o caso, das latas e spray aerossol. Até o momento o que se pode fazer é utilizar todo conteúdo da embalagem, posteriormente, separar as partes plásticas, ou, de papel descartá-las no reciclável, e então, levar o aerossol em postos de coletas especializados, já que o mesmo não pode ser reciclado como alumínio comum.

É lógico que ainda existem pequenas falhas quando o assunto é reciclagem de embalagens, mas, desde que governo e população caminhem juntos instituindo e cumprindo políticas públicas ambientais, certamente o cenário só tende a melhorar.

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