Relações entre Brasil e Argentina
Por ser o principal parceiro político do Brasil, a Argentina tem diversas relações com o país em diferentes áreas, como: comércio, cultura, economia, defesa, turismo, educação, tecnologia e ciência. Essas relações de guerra à amizade e de rivalidade à aliança, já perpetuam por mais de dois séculos. Os dois países juntos possuem 63% extensão total da América do Sul, 60% de seus habitantes e 61% do PIB.
A Argentina é oficialmente o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, e o Brasil, por sua vez, é o principal parceiro da Argentina nesse setor. A regularização dessa aliança foi formada pelos presidentes Carlos Menem e Fernando Henrique Cardoso em abril de 1997.
Atualmente, concentrados em um sistema de associação cada vez mais forte, em uma convivência harmoniosa, procurando ordenar os interesses comuns da política externa, o enredo narra que nem sempre essas relações foram tão harmoniosas ou tranquilas como neste momento, e acabaram, algumas vezes, em uma batalha armada.
Pode-se separar a história dessas relações desde a independência dos dois países. A declaração de independência da Argentina, em 1816, e a do Brasil, em 1822. A Argentina surgiu de uma separação do Vice-Reino do Rio da Prata, que resultou na criação do Paraguai e da Bolívia. Por outro lado, o Brasil juntou os territórios sob domínio da colônia portuguesa na América do Sul, incluindo o Paraguai que, em 1828, conseguiu sua independência.
Esse primeiro processo de organização de ambos os países, ainda sem fronteira delimitada, é conhecido por sua inconsistência estrutural, prevalecendo à rivalidade, principalmente relacionado ao Uruguai, país centro da disputa entre argentinos e brasileiros, resultando na Guerra da Cisplatina e na independência uruguaia.
Tanto a Argentina quanto o Brasil tinham uma relação de dependência com a Grã-Bretanha, grande potência da época, que no cenário da Revolução Industrial tinha o domínio marítimo das rotas comerciais e operava sua influencia na política de ambos os países. Essa influência prendia a atenção das duas nações, ocasionando um isolamento, mesmo com as interferências no Uruguai e na Guerra do Paraguai.
No fim do século XIX o governo dos dois países começou uma aproximação, com o progressivo declínio da influencia britânica, e principalmente após a proclamação da república do Brasil, já que o Império era encarado com certa duvida pelos vizinhos. Existe a procura de colaboração, mas com instantes de rivalidade explicita.
No meio das duas guerras, com o avanço dos EUA como potencial mundial, a conduta dos dois países, Brasil e Argentina, era de uma autonomia heterodoxa, quer apoiando completamente a postura norte-americana, quer discordando algumas vezes, porém, nos dois países essa separação nunca chegou tão perto dos blocos de oposição dos EUA.
Essas idas e vindas entre Brasil e Argentina foram comprovadas até o século XX, tendo como último grande conflito a construção da usina de Itaipu, que foi solucionado calmamente por meio de contratos diplomáticos.
Por fim, no começo dos anos 80, com a Guerra das Malvinas acontecendo na Argentina, o Brasil deu suporte secreto a força de guerra argentina, aumentando ainda mais a aproximação dos dois países, minimizando as desconfianças de ambos os lados. Com a compreensão dos presidentes José Sarney e Alfonsin por volta da década de 80, o espaço estava disponível para a criação do MERCOSUL, no início dos anos 90.
O MERCOSUL é uma união fiscal dos quatro países da América do Sul: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Foi a partir daí que a relação entre Brasil e Argentina começou a ser conhecida pela cooperação e pela procura de uma política comum para os dois países.
Comércio e Investimentos
Uma grande quantidade de migração e comércio entre Brasil e Argentina tem criado uma aproximação, principalmente após a criação do MERCOSUL, em 1991.
Entre os anos de 2003 e 2012, o comércio recíproco quadruplicou, passando de 9,24 bilhões para 34,4 bilhões de dólares. As aplicações estrangeiras do Brasil na Argentina aumentaram 16,6% entre 2010 e 2012. Em 2012, as aplicações da Argentina no Brasil aumentaram muito comparadas a 2011, alcançando o limite de 262 bilhões de dólares. Ainda em 2012, duplicou a quantidade de exportações argentinas que começaram a utilizar o modelo de pagamento com moedas locais.
A Argentina é um importante destino para as exportações manufatureiras brasileiras.