Guerra da Cisplatina

A Guerra da Cisplatina foi um momento muito importante da História do Brasil, porém, não muito conhecido. Foi um conflito entre o Brasil e a Argentina, pela posse do território que hoje é conhecido como Uruguai – na época, chamado de Províncias Unidas do Rio da Prata.

A região sempre foi considerada importante para ambos os lados e, por isso, havia o interesse no controle da região. Ao mesmo tempo, a população das Províncias do Rio da Prata desejava se separar do Brasil e declarar sua independência. O conflito foi o primeiro de quatro outros que ocorreram na história nacional e aconteceu entre os anos de 1825 a 1828. A Guerra da Cisplatina também é estudada história argentina, mas, por lá, ela é chamada de Guerra do Brasil ou Guerra do Império Brasileiro.

Cisplatina

Aquela região, alvo da disputa, já era desejada por Portugal e Espanha, e houve uma troca de poderes pacífica na região durante muito tempo. Portugal foi o primeiro a ter o controle das Províncias Unidas do Rio da Prata e a nomeou como Colônia do Sacramento, em 1680. Porém, no ano de 1777, a região passou a ser da Espanha, e tornou-se colônia no modelo espanhol. Assim, permaneceu até que a coroa Portuguesa foi transferida para o Brasil e, naquele momento, a região voltou a fazer parte de Portugal.

O Conflito

A Argentina desejava tomar o poder sobre a Cisplatina e, por isso, alimentou os uruguaios a se rebelarem contra o Brasil. Por outro lado, os moradores da Província do Rio da Prata não reconheciam a independência do Brasil com relação a Portugal e não queriam fazer parte desse novo país. Eles desejavam se tornar um país totalmente independente e usaram a ajuda da Argentina, que acreditava que, depois que liberta, a região da Província poderia ser facilmente tomada por ela e, por isso, mantinha a ajuda financeira para os rebeldes.

Assim nasceu a Guerra da Cisplatina. A Argentina ajudou o Uruguai fornecendo armas, apoio político e alimentos durante o conflito. E tudo ficou ainda mais agressivo quando, em 1825, proclamaram a independência da região. Em resposta à declaração de independência, o império brasileiro declarou guerra à Cisplatina em 1º de janeiro de 1826.

As duas partes tinham dificuldades em criar um exército. Os brasileiros não se importavam muito com a questão já que sabiam que a anexação com a Cisplatina somente causariam mais impostos e mais gastos, para a já empobrecida nação. Por isso, o Brasil forçou pessoas a se alistarem ao exército brasileiro, garantindo uma tropa. Como as dificuldades continuavam, o império recrutou mercenários vindos da Alemanha e da Irlanda.

Por outro lado, as Províncias Unidas do Rio da Prata também tinham uma população muito pequena e dificuldades em montar uma tropa. Mas, por causa da questão da independência e da ajuda financeira da Argentina, conseguiram reunir um exército com um pouco mais de facilidade.

O Brasil possuía uma Marinha mais forte que da Cisplatina e, por isso, acreditava que somente mostrando seu poderio ganharia o conflito através da desistência. Mas isso não ocorreu. O Brasil decidiu, então, que uma estratégia melhor seria bloquear Buenos Aires, de onde vinha a ajuda para a Cisplatina – porém, não obteve sucesso mais uma vez.

Então, o Brasil tentou proteger seu território por terra, atitude que se mostrou muito difícil pela escassez das tropas. O Brasil recém-independente, além da Guerra da Cisplatina, ainda tinha que tomar conta das suas várias rebeliões populares, que se multiplicavam em seu território.

Apesar de ser considerado um momento importante e que durou três anos, houveram poucas batalhas na Guerra da Cisplatina. Somente as batalhas do Sarandi e do Passo do Rosário foram encontros militares maiores e, em ambas, o exército brasileiro, mesmo sendo maior, foi derrotado facilmente pelos uruguaios, que buscavam sua independência. De qualquer forma, houveram muitas mortes e, também, um enorme gasto para a defesa das divisas.

Como o impasse continuava a Inglaterra, que tinha interesses econômicos no território, resolveu intervir a favor da independência da região, dando fim à Guerra da Cisplatina. Em 1828, a Inglaterra sugeriu uma concordata entre Brasil e Argentina, quando estabeleceu que a região era livre e não caberia a nenhum dos lados. Foi nesse momento que nasceu a República Oriental do Uruguai.

Esse desenlace adverso ao Brasil causou ao país ainda mais problemas financeiros e agravou-se a crise política. Depois disso o Imperador acabou renunciando em 1831.

Resumo da Guerra da Cisplatina

Portanto, podemos resumir as causas e consequências causadas pela Guerra da Cisplatina em poucos pontos. Como causas podemos citar:

* Desejo de independência da Província do Rio da Prata
* Desejo da Argentina em tomar a região
* Desejo do Brasil em manter a área como seu território

Como consequências e legado da Guerra podemos citar:

* Independência da região
* Criação da República Oriental do Uruguai
* Crise política e financeira no Brasil, acarretando a renúncia do Imperador