O processo de ocupação da Amazônia
Já há muito tempo que a floresta Amazônia é considerada como a maior floresta tropical em toda a extensão mundial – principalmente com base em seus mais de cinco milhões de km². Porém, a área original tem sido reduzida ano após ano, principalmente por conta do desmatamento.
Por mais que grande parte da floresta pertença ao Brasil, ele também está presente em outros países da América do Sul, como é o caso do Suriname, Guiana, Peru, Equador, Venezuela, Colômbia e uma parte da Guiana Francesa.
Quem descobriu a floresta Amazônia?
Os primeiros indivíduos que habitaram a terra da Amazônia foram os índios que, inclusive, se relacionavam com esse meio de uma forma extremamente positiva e harmônica. Todas as atividades realizadas por eles na mata não geravam qualquer tipo de dano à biodiversidade.
Porém, não tardou para que o processo de ocupação da Amazônia envolvesse também aspectos financeiros, o que fez com que inúmeros problemas de natureza ambiental começassem a ser sentidos na região, como as queimadas, desmatamento, tráfico de vegetais e de espécies animais e muitos outros.
Histórico de devastação – e de ocupação – da floresta Amazônia
O maior bioma de todo o território brasileiro começou a ser devastado já há muito tempo, por mais que sejamos levados a pensar que somente o homem atual prejudique a floresta.
Vamos conhecer um pouco mais sobre o processo de ocupação da Amazônia?
• 1494 – neste ano, Espanha e Portugal assinaramm o famoso Tratado de Tordesilhas, decidindo que os portugueses poderiam ficar com toda a região leste do Brasil enquanto os espanhóis, no caso, ganhavam a floresta Amazônica para eles.
• 1540 – Depois de quase 50 anos de assinado o tratado, os portugueses finalmente descobriram que, na região deixada aos espanhóis, estava a Amazônia. Sendo assim, eles ocuparam a Amazônia e impediram uma posterior invasão de holandeses, ingleses e franceses, que também já estavam preparados para ocupar a terra.
• 1637 – Quase 100 anos depois, a primeira expedição por completo foi organizada e encomendada para a região, com uma quantia superior a dois mil participantes. Foi em meio a essa jornada que os portugueses ainda realizaram a exploração da castanha e do cacau, que ganhou uma grande conotação em âmbito comercial.
• 1750 – Neste data, o tratado de Madri foi assinado, dando o direito de ficar com a floresta Amazônica a potência que realizasse toda a exploração e ocupação da mata. Por isso, a Espanha saiu oficialmente perdendo e Portugal, que já havia conquistado a região e pôde dominar as terras.
O final do século XIX
No término do século XIX a exploração da borracha foi grande em toda a Amazônia, sendo ela motivada principalmente por conta dos avanços da Revolução Industrial. Nesse período, as fábricas e indústrias da Inglaterra importavam a matéria-prima em quantidades exacerbadas.
Por outro lado, foi entre os anos de 1870 e 1900 que cerca de 300 mil nordestinos organizaram um processo de migração para que pudessem trabalhar nos seringais, sendo que grande parte deles estavam em busca de melhores condições de trabalho.
Voltando para a linha do tempo…
• 1940 – O então presidente da república, Getúlio Vargas, deu início à ocupação do Oeste de nosso país, que ficou um movimento conhecido como “Marcha para o oeste”.
• 1960: Com o motivo de trazer a Amazônia para integrar o resto de nosso território, os militares brasileiros propagaram não só a unificação do país como também o direito à proteção das florestas, uma medida que evitava a internacionalização nesse espaço.
O discurso, essencialmente nacionalista, impulsionou o início de várias obras de infraestrutura para ocupar a região, sendo que um dos principais projetos foi nomeado ‘transamazônica’.
• Em 1970, os esforços pelo processo de ocupação da Amazônia continuaram. A população do espaço já chegava a mais de sete milhões de indivíduos, principalmente por conta das políticas públicas tomadas a fim de ocupar o território. Porém, o mau planejamento na ocupação culminou no início dos problemas ambientais, como o desmatamento. Dessa forma, cerca de 14 milhões de hectares foram totalmente perdidos.
• Em 1980 os impactos ambientais foram tão perigosos que tiveram repercussão em todo o mundo. Chico Mendes, assassinado em 1988, tornou as pressões ainda mais fortes ao território brasileiro, para que apostasse em políticas de preservação da Amazônia.
• 1990 – Neste ano, o desmatamento mais uma vez foi intensificado, dessa vez para possibilitar a plantação de soja. A essa altura, a mata já fora atingida em 41 milhões de hectares.
• 2000 – A população na Amazônia no início do século XXI era de 21 milhões de indivíduos. Tanto o rebanho bovino – com cerca de 64 milhões de cabeças de gado – como a pecuária se tornaram os grandes vilões desse período.
• 2005 – 2010 – para finalizar a linha do tempo, mais um fator foi agravante: o assassinato de Dorothy Stang, uma missionária norte-americana, ofuscando um pouco a luta para diminuir o desmatamento. Nessa época, o desmatamento já destruiu mais de 70 milhões de hectares.