População Brasileira

História do Brasil,

População Brasileira

A história da população brasileira

A história do Brasil como o país que conhecemos hoje começa ainda na era colonial, quando o solo brasileiro pertencia a Portugal. A população brasileira começou a ter seu surgimento significativo nessa época, entre os séculos XVI e XIX, marcada principalmente pela mistura entre os colonos portugueses, os escravos negros trazidos da África e os índios americanos. Estima-se que os habitantes indígenas, nessa época, eram uma multidão que variava entre 1 e 3 milhões de indivíduos de tribos diversas, sofrendo uma deterioração muito rápida após o início da colonização europeia, devido às doenças trazidas do velho mundo, das guerras por conquista de território e da fome, por conta da exploração da terra e das matérias-primas encontradas em solo tupiniquim.

População Brasileira

Especialistas afirmam que cerca de dois terços dos nativos que aqui viviam antes da chegada dos portugueses já haviam sido exterminados até a data do grito de independência. A população negra de origem africana, transportada em navios negreiros e despachadas aqui como mercadoria, que tinham a função de ter sua mão de obra explorada e mal tratada, girava em torno de 3,5 a 4 milhões de pessoas. Pessoas essas que foram tiradas de sua terra pelo tráfico de escravos, que só nos seus 50 últimos anos de vigência, de 1800 a 1850, trouxe cerca de 1,5 milhões de indivíduos para trabalhar desumanamente em terras brasileiras.

A evolução demográfica do país (entende-se por demografia a área da ciência que estuda a evolução de uma população e seus aspectos, como os índices e taxas de natalidade, mortalidade, desemprego, distribuição étnica nas regiões do local analisado, migração, produção econômica, entre outros aspectos, todos estudados por um ponto de vista quantitativo, ou seja, em números, quantidade) se torna evidente devido a dois principais aspectos importantes dessa época: primeiramente, o enorme crescimento da população no século XVIII, derivado do estímulo ao tráfico negreiro, trazendo inúmeros indivíduos para a exploração de sua força bruta na principal atividade da época, que era a mineração de ouro e diamante nas regiões centro-oeste e sudeste do país e do grande aumento da imigração portuguesa colonial.

Em segundo lugar, podemos apontar o crescimento das taxas de natalidade em decorrência da miscigenação de brancos e negros e de brancos e índios, relações que muitas vezes eram impostas à força pelos colonos, que de certa maneira achavam-se no direito de posse de tudo que havia aqui, inclusive as pessoas. Além disso, a maioria da população era composta por homens, devido à necessidade de força bruta e aos outros fatores já apontados acima e estima-se que em 1800 os mestiços (mulatos e caboclos) já fossem grande parte da população (cerca de 20% a 30%)

O século XIX também foi marcado pelo rápido crescimento da nação, ampliando os números por volta de 4,8 vezes. Sendo assim, no século XVIII eram estimados em solo brasileiro cerca de 3,5 milhões de pessoas; já no século XIX, essa estimativa foi para 17 milhões. Esses 17 milhões cresceram aproximadamente 9 vezes no século XX, registrando em torno de 160 milhões de habitantes.

A população brasileira após o período colonial

O grande aumento da população brasileira entre os séculos XIX e XX deve-se ainda a fatos expostos anteriormente no texto, como o tráfico de escravos, assim como a imigração, que já não era mais estritamente colonial portuguesa, pois o Brasil acabou virando alvo de diversos estrangeiros, como alemães, espanhóis, italianos e japoneses, que vinham com o intuito de fugir do desemprego que assolava seus países de origem, buscando no trabalho de cultivo do café, prática predominante da região sudeste e das áreas de colonização implantadas na região sul aqui do Brasil como uma nova alternativa de vida e, consequentemente, aumentando os habitantes de nossa terra. A média de estrangeiros que adentraram em terras brasileiras gira em torno de 5 milhões nessa época.

Já no século XX, a partir dos anos 50 e 60, encerra-se o grande volume de imigração dos povos europeus e asiáticos e o principal fator de crescimento populacional passa de algo externo para interno, como o caimento da taxa de mortalidade nos anos 60 para 14 por mil e o aumento da taxa de fecundidade e natalidade subindo para 2,9%. Esses resultados estão diretamente ligados à melhora das condições de vida e saúde publica da população, relacionados principalmente ao saneamento básico e campanhas de vacinação. Podemos perceber isso com o aumento da estimativa de vida, que em 1900 era de 33 anos e em 1960 passou para 55 anos, fazendo com que o Brasil entrasse para a lista dos países mais populosos do mundo, ocupando o 5° lugar nessa lista hoje em dia, perdendo apenas para a China, a Índia, os Estados Unidos e a Indonésia.

Entretanto, é importante lembrar que populoso e povoado não são sinônimos. Devido ao extenso território brasileiro e ao fato de que a população está distribuída irregularmente por toda sua amplitude, o Brasil é considerado pouco povoado. O sudeste é a região em que existem mais pessoas habitando, seguida da região sul, se levarmos em conta a densidade demográfica. Porém, a região nordeste é a segunda mais populosa, mas sua densidade demográfica é menor.