Resumo da Era Vargas: O Brasil na Segunda Guerra Mundial

História do Brasil,

Resumo da Era Vargas: O Brasil na Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial, que aconteceu entres os anos de 1939 e 1945, incitou que confrontos se realizassem em mares de todo o planeta e em todos os continentes.

O Brasil, pendia cada ora para um lado, ora para os Aliados e ora para o Eixo, acompanhando no início da guerra com as tendências de seus auxiliares. Lourival Fontes, do Departamento de Imprensa e Propaganda, Filinto Müller, chefe de polícia, general Dutra, chefe do estado maior do exército e Francisco Campos, ministro da justiça, tendiam-se para o lado do Eixo. Do outro lado do confronto, Osvaldo Aranha, ex-embaixador em Washington e ministro do Exterior, defendia o alinhamento com os Aliados e o Estados Unidos.

O Brasil na Segunda Guerra Mundial

Especulando-se a vitória na Europa da Alemanha, Vargas pronunciou um discurso em que saudava o sucesso do nazismo. Os Estados Unidos então, iniciaram uma tentativa de aproximação com o Brasil. Com o objetivo de iniciar a construção de uma usina siderúrgica de Volta Redonda, o governo norte-americano acabou autorizando um empréstimo de 20 milhões de dólares, o que forçou o Brasil a tomar uma definição em relação à guerra.

Os Estados Unidos só entraram na guerra em dezembro do ano de 1941. Por isso, um dos objetivos da diplomacia norte-americana era o de garantir o apoio aos Aliados. Já no caso do Brasil, esse apoio foi conseguido com a siderúrgica.

Em 1942, o Brasil rompeu com os países do Eixo, declarando após os submarinos alemães afundarem diversos de seus navios em agosto, guerra. Organizou-se a Força Expedicionária Brasileira, que contava com a participação de 25 mil homens, sendo maioria de uma divisão de infantaria reforçada. Entre julho de 1944 e o final da guerra, a Força Expedicionária Brasileira e a as Forças Armadas participaram da campanha da Itália, como parte do Quinto Exército norte-americano.

A crise do estado novo e a redemocratização

A participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, ao lado dos Aliados, acabou criando uma situação incomum. Enquanto no Brasil mantinha-se um regime de ditadura, apesar de já desgastado, na Europa combatia-se uma ditadura fascista.

O Manifesto dos Mineiros, que começou a circular no ano de 1943, pediam a abolição da ditadura e também a redemocratização do país. Este documento, que foi redigido por intelectuais, teve seus apelos repetidos em janeiro do ano de 1945 no Primeiro Congresso Nacional de Escritores. As duas declarações acabaram sendo censuradas pelo Departamento de Imprensa e Propaganda, até que o jornal Folha Carioca publicou em fevereiro, uma entrevista com Góis Monteiro, onde ele defendia que as eleições fossem realizadas.

Essa entrevista acabou surpreendendo todo o país, já que o Departamento de Imprensa e Propaganda não a censurou. Assim, Vargas acabou percebendo que a redemocratização era praticamente inevitável, e este processo foi acelerado com o retorno dos pracinhas da Força Expedicionária Brasileira.

Getúlio acabou ele próprio desencadeando o processo de redemocratização do país. Sua intenção era bem óbvia, já que ao democratizar o país, Vargas surgiria como o grande defensor de todo o sistema democrático, tendo inclusive lutado contra a ditadura na Europa. A realização das eleições foi marcada para acontecer em um prazo muito curto, impedindo assim que se organizasse uma eventual oposição ou ainda que ela pudesse significar às pretensões continuístas, um obstáculo.

Vargas começou a organizar dois partidos políticos para o apoiar: O Partido Social Democrata, PSD, que foi formado a partir do apoio dos interventores nos estados e da burocracia estatal favorecida ao longo do Estado Novo e o Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB, criado a partir dos sindicatos que eram controlados por Getúlio.

Em contrapartida, a União Democrática Nacional, foi criada como uma nova oposição. Ao mesmo tempo, o Partido Comunista Brasileiro voltava à legalidade, inclusive com a libertação de Luís Carlos Prestes.

Ao mesmo tempo em que acontecia a redemocratização brasileira, Vargas organizava o movimento queremista, cujo o lema era: ‘Queremos Getúlio!’, provando que todos queriam que ele queria a continuação dele no poder. A adesão a esse novo movimento foi grande, contando até mesmo com a participação ativa do Partido Comunista, que ainda contava com muitos adeptos e participantes.

Apesar da violência exercida sobre os membros do movimento pelo ditador, o apoio do Partido Comunista Brasileiro e de Luís Carlos Prestes ao então presidente foi surpreendente. O partido seguia as orientações de Moscou: a União Soviética estava ainda na luta contra o fascismo, ao lado das democracias liberais capitalistas e, assim, recomendava a todos os partidos comunistas existentes no mundo apoiassem as lideranças que estavam comprometidas com o combate ao fascismo, como por exemplo, o caso de Vargas.

Em outubro do ano de 1945, o exército, que nesse momento temia que o presidente desse uma guinada à esquerda, acabou desencadeando um golpe, derrubando Getúlio do poder e dessa forma, garantindo a realização de eleições sem sua participação. Assim, encerrava-se o Estado Novo.