Resumo da Idade Moderna: A montagem da colônia portuguesa na América

História do Brasil,

Resumo da Idade Moderna: A montagem da colônia portuguesa na América

A montagem da colônia portuguesa na região que atualmente é conhecida como Brasil foi parte de um projeto que se integrava à dinâmica social, política e econômica do desenvolvimento europeu dessa época.

Os protagonistas do processam tinham interesses articulados com o desenvolvimento do capitalismo, orientando propriedades econômicas e políticas, definindo assim comportamentos e valores sociais e também individuais. As vantagens da estruturação colonial ficaram evidentes, já que muita riqueza e poder para uma minoria, vantagens limitadas e clientelismo para alguns e muito sofrimento e suor para a maioria.

Resumo da Idade Moderna: A montagem da colônia portuguesa na América

Não se deu de maneira imediata a instauração de uma colônia portuguesa no território americano, após no ano de 1500, Pedro Álvares Cabral tomar posse no território brasileiro. Por alguns anos, Portugal deixou o Brasil de lado, já que estava com a atenção voltada para o comércio com o oriente e não tinham encontrado aqui metais preciosos e produtos considerados rentáveis para o comércio afro-asiático. Podemos dizer que a única preocupação de Portugal com essa área recém-conquistada era de como garantir a sua posse, em vista das investidas contínuas de outros países da Europa.

Em 1501, chegou ao Brasil a primeira expedição exploratória, sob a liderança de Gaspar de Lemos. Este, além de nomear algumas localidades do litoral, como o lugarejo de São Sebastião do Rio de Janeiro e a baía de Todos os Santos, acabou por confirmar a existência em abundância do pau-brasil, que na época se extraía um corante utilizado para tingir tecidos na Europa. Dois anos depois, outra expedição foi enviada ao Brasil, dessa vez sob o comando de Gonçalo Coelho, onde visava-se o carregamento de navios e a armazenagem de madeira.

Por causa da existência em abundância do pau-brasil no litoral do país, Portugal acabou por estabelecer o monopólio real sobre a exploração do produto, também chamado de estanco. Para garantir a extração de madeira, e em virtude da pouca mão de obra disponível nas embarcações, começou a se utilizar o trabalho de nativos indígenas. Por meio da troca (escambo), os indígenas cortavam e ainda transportavam a madeira, recebendo objetos vistosos, mas que tinham valor baixo, como miçangas e espelhos.

Em 1516 e em 1526, a existência do pau-brasil passou a atrair a atenção de contrabandistas oriundos de outros países, fazendo com que o governo de Portugal enviasse expedições militares para o litoral do Brasil.

Em 1530, por causa das ameaças estrangeiras e também da crise do comércio com o Oriente, Portugal enviou expedições colonizadoras, que foram lideradas por Martim Afonso de Souza. Este chegou trazendo sementes, homens, ferramentas agrícolas, plantas e animais domésticos e estava com a responsabilidade de combater as investidas estrangeiras, a administração e povoamento das terras coloniais, policiamento e descobrir riquezas novas.

Assim, teve início a distribuição de lotes de terra, as sesmarias, aos novos habitantes que se mostrassem dispostos a cultivá-las, bem como a plantação de cana de açúcar e a construção do primeiro engenho da colônia.

O projeto agrícola da exploração colonial portuguesa

A partir do século XV, políticas colonizadoras diferenciam acabaram por marcar a integração do continente americano à vida política e principalmente, econômica europeia. Parte da América do Norte foi colonizada por ingleses como uma região de povoamento, embora o sul do território dos atuais Estados Unidos fosse uma região de exploração.

Por causa das características peculiares, a colonização acabou optando pela agricultura. Mas, não foi possível que se utilizasse a mão de obra dos indígenas em larga escala, já que eles eram minoria e foram exterminados de maneira rápida no litoral do país.

Por causa da falta de metais preciosos, a Coroa portuguesa optou pelo cultivo de cana de açúcar. No início do século XV, o açúcar era considerado uma das especiarias mais valiosas existentes chegando a ser comercializado a preços altíssimos e fazendo parte de dotes de princesas e de rainhas.

Quando Portugal se aproximou de banqueiros e de mercadores de Flandres, que eram os grandes responsáveis pelo refino, financiamento e ainda pela distribuição de açúcar, o acesso português a infraestrutura comercial da Europa, que era controlada pelos holandeses, juntamente ao capital abundante necessário para o empreendimento agrícola, se tornou possível.

Para resolver o problema da falta de mão de obra, Portugal optou pelo regime escravista, que já era praticado por árabes e por europeus na África negra. Os portugueses, no início, escravizavam os mouros, já que eles eram considerados pelos cristãos como infiéis. Essa infidelidade religiosa acabou sendo estendida também para os negros da África, o que no final, legitimou a escravidão deles.

Os negros da África acabavam por compor uma mão de obra abundante e extremamente fundamental para que em um território extenso, como o Brasil, pudesse se dar a implantação da indústria canavieira. Ambos os fatores explicam, em suma, o emprego do trabalho escravo africano em maior escala, quando comparamos ao trabalho dos nativos indígenas.