A urbanização Europeia: A urbanização e a Revolução Industrial

História,

A urbanização Europeia: A urbanização e a Revolução Industrial

As cidades e a urbanização:

Grande parte da população mundial hoje vive em cidades. Sejam megalópoles, como São Paulo e Pequim, sejam cidades pequenas, viver nas cidades é a escolha da maioria dos habitantes do planeta.

O que pode, atualmente, ser uma escolha natural, tendo em vista as oportunidades de trabalho e estudo, até o século XIX era uma exceção. Neste período, grande parte das populações viviam no campo e as cidades começavam a desenvolverem-se nos modelos que conhecemos hoje.

A urbanização Europeia

Neste sentido, compreender o processo de urbanização da Europa é fundamental para o entendimento do processo de urbanização no lado ocidental.

A Europa pré-urbanização.

Primeiro, é importante definirmos o que é espaço urbano, para podermos compreender o fenômeno da urbanização na Europa.

Espaço urbano é compreendido como os usos que se faz de um espaço de terra, dividido entre o centro e seus espaços periféricos, ou seja, os bairros. Além disto, é o espaço que concentra o maior número de atividades comerciais e políticas de um país. Consequentemente, as residências e atividades educacionais também tendem a concentrar-se neste espaço.

O conceito de espaço urbano já existia em comunidades e países do Oriente, como a Cidade Proibida, na China e também as cidades do Antigo Egito.

É importante ressaltarmos que a Europa, como um continente unificado, não existia. Assim, tendo em vista o que a geopolítica considera hoje como Europa, podemos dizer que as cidades mais antigas seriam Atenas e Roma, ambas com uma idade em torno de 3000 anos.

A cidade pode ser entendida, desde a antiguidade, como um espaço onde predominam atividades de comércio e intelectuais, não-agrárias, além de um grande aglomerado de pessoas que residem e sobrevivem das atividades que nela existem.

Consideraremos a urbanização da Europa a partir do declínio do Império Romano, que tinha suas atividades centradas na economia rural e escravagista. Com o enfraquecimento deste modelo, muitas cidades construídas no período para serem a sede do poder político ou comercial, foram abandonadas. Como resultado, a Europa entrou no primeiro período da Idade Média, com o desenvolvimento dos feudos e a ascensão da Igreja Católica.

Neste período, as cidades estavam relacionadas ao comércio, em especial pelo desenvolvimento das rotas de navegação marítimas. Outra versão de cidade eram os espaços que concentravam mosteiros religiosos cristãos, com atividade essencialmente religiosa. São deste período que datam cidades bastante conhecidas atualmente, como Londres e Paris.

Se o restante da Europa entrou em um período de pouca prosperidade econômica, a península Ibérica, ao contrário, teve grande crescimento e, conseqüentemente, suas cidades se desenvolveram. Isto aconteceu devido à invasão árabe, que proporcionou um grande fluxo de comércios na região.

A urbanização da Europa e a Revolução Industrial

Durante a primeira fase da Revolução Industrial, o processo de urbanização começou a impor-se no cenário europeu. A organização econômica e social baseada nos feudos aos poucos foi sendo abolida. As cidades então começaram a configurar-se de uma maneira mais próxima com a qual conhecemos hoje: grandes conglomerados, com atividade econômica baseada essencialmente na indústria e no comércio.

Assim, os países que foram o centro deste primeiro momento da Revolução Industrial, como Inglaterra e Suécia, obtiveram grande vantagem no desenvolvimento deste processo. Este período data de até a metade do século XIX, quando começa a chamada segunda fase da Revolução Industrial.

Neste momento, a França passa a ter maior destaque, despontando a cidade de Paris como centro industrial do país.

Há uma relação direta entre a revolução industrial e a urbanização definitiva do continente europeu. Com a transferência das atividades econômicas para a indústria, a atividade campesina ficou desvalorizada, dificultando a sobrevivência daqueles que dependiam da atividade rural para sobreviver.

Além disto, a própria infra-estrutura exigida pela revolução industrial, com a construção de prédios específicos para abrigar suas máquinas, estradas para o escoamento da produção, forçou a urbanização do continente europeu.

A urbanização da Europa hoje:

A Europa se mantém como um continente totalmente urbanizado. Calcula-se que em torno de 90% da população européia viva nas cidades grandes e pequenas. Embora este índice seja bastante significativo, a Europa não abriga nenhuma megalópole.

Megalópoles são conglomerados urbanos, extremamente grandes, com populações contabilizadas a partir de 10 milhões de habitantes. Para compreendermos bem o que são megalópoles, basta lembrarmos-nos de cidades como São Paulo, no Brasil e Nova Déli, na Índia. Observando o continente europeu, vemos que não há nenhuma cidade tão populosa.

Entretanto, o fato de a revolução industrial ter começado na Europa reflete hoje no posicionamento político e econômico das cidades do seu continente. É lá que se encontram o maior número de cidades globais. É desta maneira que são denominadas cidades que exercem influência em todo o mundo, seja por abrigarem grandes universidades, centros de pesquisa, sedes de grandes empresas ou mesmo a sede de organizações mundiais, como a Organização das Nações Unidas (ONU).