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América Latina no séc XX e Semana de Arte Moderna no Brasil

Pode parecer um tanto quanto extravagante pensar em uma relação entre a América Latina do séc XX e a Semana de Arte Moderna, que teve lugar no Brasil, na cidade de São Paulo, em 1922.

Encontrar o ponto em que esses dois fenômenos se alinham não é tão difícil, ainda que se possa deitar crítica ao movimento, em si, naquilo que diz respeito aos seus fundamentos artísticos e estéticos.

Assim como é fato que a Semana de Arte Moderna abriu caminhos múltiplos para a prática e para a visão da arte no Brasil em suas mais diversas manifestações.

Como um todo, a arte é um processo acumulativo, que se alimenta de suas contribuições passadas e contradições presentes.

América Latina no início do século XX

A América Latina do início do século XX é, ainda, um amontoado de estados sem uma identidade definida. Trata-se de uma região recém saída de um longo período de domínio pelas nações europeias.

Enquanto países, ainda buscam sua própria identidade em diversas frentes, sejam elas políticas, econômicas e culturais. Enquanto sofria forte influência política e econômica dos Estados Unidos e da Inglaterra, o Brasil, culturalmente, pendia para a tradição francesa, algo que viria a mudar somente a partir da segunda metade do século XX, quando os Estados Unidos sofisticaram seus mecanismos de dominação cultural no continente latino americano.

Semana de Arte Moderna, em busca da identidade

O propósito da Semana de Arte Moderna e do movimento modernista não foi romper com a influência cultural europeia. Ao contrário, serviu-se das influências do velho continente, trazendo o futurismo, o surrealismo, o expressionismo, o cubismo e o dadaísmo, tendências que por lá efervesciam.

Não obstante, não é razoável desprover o movimento de uma tentativa de estabelecer uma expressão cultural nacional. Um dos traços principais do modernismo é a valorização da identidade e da cultura brasileira, fundindo as influências externas elementos da cultura nacional. A temática nacionalista, com ênfase no cotidiano, presente na literatura, na poesia e nas artes plásticas é um traço que desfralda um caminho para a criação de uma identidade nacional, muito bem encarnada na obra do maestro Villa Lobos, que se apresentou no terceiro dia, apresentando com sua música aquele que talvez é o maior traço de brasilidade explícita.

This post was last modified on 6 de abril de 2015 10:30

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