Arquitetura Egípcia

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Arquitetura Egípcia

Quando pensamos em arquitetura egípcia, é comum pensarmos nas pirâmides, nos templos de Luxor e Karnak e nos vales dos reis. Mas, por mais incrível que pareça, essas estruturas compunham apenas uma mínima fração da arquitetura egípcia; eram espaços da elite que consistiam uma pequena porcentagem da população.

Arquitetura Egípcia

Então, paralelamente a essas construções, existiam estábulos, barragens, oficinas, portos, casas, e assim por diante. É importante entender que, de modo geral, a arquitetura é pensada com um propósito. Mesmo os projetos simples têm uma finalidade específica, seja guardar algum alimento, abrigar residentes temporários, ou qualquer outro objetivo. E, como complemento, é também capaz de influenciar na percepção das pessoas sobre a cultura local.

Um exemplo disso é a construção de muros ao redor de templos e de casas. Isso torna o lado de dentro mais pessoal e mantém a privacidade. Além disso, determina um limite, como um recado que diz “você não é bem-vindo”. Esse fato demonstra a importância propriedade privada como materialização do poder. A arquitetura cria limites artificiais e discursos. Veja de que modo isso acontece na arquitetura egípcia.

Arquitetura e poder

No Egito, as construções também serviam para transmitir aspectos diversos da sua funcionalidade. O grandioso templo do faraó Ramsés II, por exemplo, que está na fronteira do Egito com o Sudão, funcionava como propaganda de poder, pois possuía uma estátua gigante do faraó, que era posicionada diante de estrangeiros para colocá-los em posição de submissão e derrota. O santuário de Amon-Rá, em Karnak, mantinha o deus na escuridão, criando uma teatralidade que mantinha as pessoas distantes da divindade.

O mais importante período da civilização dos egípcios é chamado de Antigo Império, e durou quase mil anos, indo de 3200 a.C. a 2052 a.C. Além de grandes monumentos arquitetônicos, foram criadas nesse tempo as primeiras leis civis e religiosas, a identidade artística e a escrita hieroglífica.

A cultura egípcia se diversificou e se intensificou devido ao isolamento da civilização durante a primeira metade do seu império. As pirâmides foram construídas a partir de 3650 a.C., e pertenciam aos faraós da 3ª e 4ª dinastia. A pirâmide escalonada de Sakkara foi o primeiro edifício de pedra, feito por Djoser, o primeiro faraó da 3ª dinastia. Ela está localizada junto das construções funerárias mais antigas.

Estilos de construção

Existem dois tipos de pirâmides: as com degraus e as “verdadeiras”. As primeiras evoluíram de tumbas “Mastabas”. O complexo feito por Djoser é um exemplo desse estilo, e foi construído por Imhotep, um grande arquiteto da época, em Saggara. Essas construções foram aplainadas no começo da 4ª Dinastia.

Estudiosos afirmam que a Pirâmide Vermelha, localizada em Dahshur, é a primeira pirâmide verdadeira. Depois dela, essas construções evoluíram e se tornaram gigantescas. Foram feitos complexos funerários com câmaras mortuárias e templos de vales. Os arquitetos se preocupavam em criar calçadas entre os edifícios colossais e pirâmides menores ao redor. Entre os exemplos dessas estruturas temos as Pirâmides de Gizé, que foram feitas na 4ª Dinastia, por Khufu.

No Egito foram construídas também milhares de Mastabas. O termo é árabe, pois não sabemos como eram chamados pelos egípcios. Esses empreendimentos eram feitos de tijolos de lama ou pedra, e tinham o formato de montes gigantescos. As estruturas serviam para cobrir as câmaras profundas usadas para funerais. Elas eram tão importantes para a arquitetura egípcia que, segundo egiptólogos, as pirâmides evoluíram delas.
Nas mastabas há muitas pinturas na parede, com informações importantes sobre o dia a dia dos moradores locais. Isso as diferia das pinturas das pirâmides, que basicamente retravam a vida na corte.

Para celebrar seus cultos e adorar os deuses, os egípcios construíram diversos templos grandes e pequenos, voltados para uma única divindade ou onde se cultuavam diversas delas. Também há os templos mortuários, para o rei morto, também considerado um deus. Esses normalmente eram associados a templos de vales e não tinham função religiosa.

Com o tempo, foram construídos diversos templos próximos uns dos outros, até que se tornavam um complexo completo, com construções para todas as funções. Nesses lugares uma grande quantia de pessoas se juntava, tanto para adorar os deuses como para cuidar dos lugares.
Outras construções importantes na arquitetura egípcia eram as esfinges. Eram estátuas que representavam a figura de um leão com uma cabeça de humano ou animal. A mais famosa é a Grande Esfinge de Gizé, esculpida em pedra, cuja cabeça é, provavelmente, inspirada no rosto do faraó Kafra, da 4ª Dinastia. Isso significa que essa estátua tem 4.500 anos (alguns estudiosos acreditam que ela pode ser até mais velha). A esfinge possui 57 metros de comprimento, 20 de altura e 6 de largura, e isso faz dela a maior estátua de pedra do mundo.

Nas calçadas dos templos, os egípcios costumavam construir fileiras de esfinges. No complexo de templos em Karkak há uma calçada com 3 km de extensão onde foram enfileiradas mais de 90 esfinges com cabeça de carneiro. Assim como as mastabas, não se sabe o nome que os egípcios utilizavam para elas. O termo esfinge vem do grego, outra civilização que costumava construir essa escultura para representar a criatura mítica com corpo de leão e cabeça de mulher.