Esparta x Atenas

História,

Esparta x Atenas

Marcos da história da humanidade, Esparta e Atenas são ícones que representam a organização e os primeiros passos dados em relação à constituição das cidades, na época chamadas de polis.

Esparta x Atenas

Ambas foram importantes cidades-Estado da Grécia Antiga, e carregam consigo diferenças e particularidades que são facilmente compreendidas quando se coloca na balança o fato de que na época de transição entre o período Homérico e o período Arcaico, a comunicação era extremamente dificultada pela distância, algo que não é mais realidade em boa parte do mundo atualmente.

As primeiras unidades sociopolíticas foram muito mais do que pontos de destaque na Grécia. Esparta e Atenas foram divisores de águas na história da civilização e, por isso, seus nomes são frequentemente citados em inúmeros assuntos. Sua contribuição cultural, religiosa e, principalmente, política tornaram essas polis verdadeiros exemplos do mundo grego que jamais poderá ser esquecido.

Embora surgidas em um contexto muito próximo, Esparta e Atenas foram verdadeiras antíteses dentro da Grécia Antiga, sendo bastante distintas e conflitantes desde sua origem até sua conduta de sociedade em geral. Neste artigo você poderá entender as principais diferenças existentes entre essas cidades-Estado, além de conhecer mais a fundo a contribuição de cada uma delas para a História.

Características e particularidades de Esparta

Localizada ao sudoeste da Península do Peloponeso, Esparta foi a cidade grega que mais se destacou no quesito militar. Originalmente formada por dórios, povo indo-europeu que migrou para a região e se dedicava a afazeres militares, os espartanos descenderam desta sociedade, e fomentaram seus costumes ao longo de sua existência.

Sua fundação data de por volta do século IX a.C, e sua expansão, tanto em territórios quanto em número de pessoas, foi bastante rápida. Esparta viu na guerra uma das melhores maneiras de crescer e angariar fundos e recursos para a sua sociedade.

Próximo ao fim do século VIII a.C, Esparta já havia tomado conta de absolutamente toda a região da Lacônia e deu origem, então, a Liga do Peloponeso, a fim de reunir tropas militares para fortalecer ainda mais seu poder. Veja a seguir algumas áreas que merecem atenção e destaque dentro da sociedade espartana.

Sociedade:

A sociedade espartana era subdivida em camadas sociais que eram acopladas nos seguintes grupos:

Esparciatas eram os cidadãos espartanos que ali haviam nascido e crescido. Geralmente estes eram os militares, políticos e donos de terras. Vale destacar que apenas os esparciatas tinham direitos políticos na polis;
Periecos eram artesãos e comerciantes que, apesar de não receberem a educação espartana, pagavam impostos e eram, vez por outra, obrigados a servir no exército; e
Hilotas, os miseráveis da polis, trabalhavam praticamente de graça, não tinham quaisquer direitos e eram comumente humilhados.

Educação:

Esparta era uma cidade-Estado majoritariamente preocupada com o militarismo, por isso a formação era focada totalmente em ter bons soldados.

Ainda muito pequenos, com cerca de sete anos, os meninos eram levados de suas casas a fim de receberem um árduo treinamento para posteriormente combater em defesa da polis.

E, para quem acredita que a mulher não poderia atuar militarmente, eis um equívoco: meninas também passavam por treinamento e viviam para gerar novos filhos saudáveis e aptos a serem treinados.

Política:

Subdividia-se em quatro grupos. Os primeiros eram os reis; Esparta tinha dois, sendo um voltado ao militarismo e outro ao aspecto religioso; depois, a assembléia, que era constituída pelos esparciatas e se reunía mensalmente a fim de votar decisões; a gerússia, que elaborava leis que seriam votadas e contava com 28 anciões da polis, além dos dois reis; e éforos, que eram como chefes de governo, reunindo afazeres de cunho administrativo, judicial, militar e político.

Características e particularidades de Atenas

Considerada como a mais próspera cidade da Grécia Antiga entre os anos 500 e 400 a.C, Atenas foi próspera e acumulou características comerciais ao longo de sua existência histórica.

A polis foi fundada por volta de três mil anos a.C, e lutou ao lado de Esparta nas Guerras Médicas, combatendo os persas pelo mar. No entanto, esta parceria entre as duas maiores cidades-Estado gregas não durou muito mais do que isso.

Entre 431 e 404 a.C, Esparta e Atenas se enfrentaram na Guerra do Peloponeso, e Esparta saiu como vencedora desta batalha.

Veja a seguir as principais características da sociedade ateniense:

Sociedade:

A sociedade ateniense também era divida em camadas sociais, assim como Esparta. A hierarquia dos cidadãos seguia a seguinte ordem: no topo da pirâmide vinham os nobres atenienses, seguidos dos homens livres. A base dessa estrutura era constituída pelos escravos, que trabalhavam em diferentes áreas, cumprindo papéis tais como de professores, marceneiros e mercadores.

Educação:

Atenas dedicou-se a ensinar seus cidadãos sobre cultura e artes. A educação era um forte nesta polis, que apostou alto no brilho intelectual de sua sociedade. Não é a toa que viveram nesta região importantes nomes da filosofia, como Sócrates e Platão.

Política:

Participavam da política ateniense os nobres e livres nascidos em Atenas e maiores de idade. Estrangeiros não eram aceitos como parte da assembleia ateniense e, além de não terem direitos políticos, ainda eram obrigados a pagar impostos e prestar alguns serviços militares.