Império Mexicano

História,

Império Mexicano

É chamado de Império Mexicano os dois períodos históricos não consecutivos em que o México foi comandado por um imperador no século XIX. A primeira ocasião aconteceu entre 1822 e 1823, enquanto a segunda é referente aos anos de 1864 até 1867.

O Império Mexicano tinha uma área maior do que o território atual do país, pois estendia-se até parte do sul dos Estados Unidos, bem como por uma boa parcela da América Central. A região norte-americana englobada pelo regime correspondia ao estado do Texas e foi perdida com a derrota na Revolução Texana. Agustín de Iturbide, militar responsável por campanhas que garantiram a independência do México, foi escolhido pelo Congresso Nacional para ser coroado como Agustín I de México, primeiro imperador da nação. A cerimônia ocorreu na Cidade do México, capital do Estado.

Mexicano

• O Império Mexicano ocorreu em dois momentos (1822-1823 e 1864-1867);
• Seu território compreendia parte dos Estados Unidos e outros países da América Latina;
• Cada período do império teve apenas um governante;
• Agustín de Iturbide foi o único soberano do Primeiro Império;
• O arquiduque austríaco Maximiliano de Habsburgo foi o comandante do Segundo Império.

O Primeiro Império

A primeira ocasião em que o México aderiu ao sistema imperial foi bastante breve e teve Agustín I como seu único monarca. Ele governou o país por apenas oito meses, de 21 de Julho de 1822 até 19 de Março de 1823. A conjuntura histórica que permitiu a ascensão, ainda que curta, do Império Mexicano deu-se a partir de 1808. Foi nesse ano que o Imperador Napoleão Bonaparte deu a seu irmão, João Bonaparte, o trono da Espanha. Quando o novo soberano assumiu suas funções, as relações da Espanha com as colônias, especialmente na América, ficaram fragilizadas.

Com o estremecimento do poder central, o movimento que buscava a independência mexicana ganhou força. Assim, em 1810 teve início a Guerra da Independência do México, que se prolongou até 1821, quando as tropas insurgentes tomaram a Cidade do México. No mesmo ano, a Espanha assinou o Tratado de Córdoba, documento pelo qual reconhecia a independência da nação. Foi nesse contexto então que o general Agustín, que no começo havia lutado pelo lado da realeza, mas depois aderiu à causa independentista, passou a ser o líder do governo provisório. Ele também conduziu a regência que deteve o poder que antes era exercido pela Espanha.

Em 1922, no dia 18 de maio, as ruas da capital do México foram tomadas por uma manifestação organizada pelo Regimento de Celaya. Esse regimento tinha sido chefiado por Iturbide durante a Guerra de Independência do México e seus integrantes demandavam que o general Agustín aceitasse assumir o trono. No dia seguinte, o Congresso Soberano elegeu o militar como imperador do México. Já em 21 de maio, a nomeação de Iturbide foi confirmada por meio da publicação de um decreto oficial.

O governo de Agustín era para ser temporário e duraria somente até que surgisse um monarca da Europa que desejasse comandar o México. O título concedido ao governante foi Pela Providência Divina e Pelo Congresso Nacional, Primeiro Imperador Constitucional do México. Na época de sua coroação, o Império Mexicano estava distribuído por mais de 5 milhões KM². Ele abrangia desde o que hoje é Oregon, no seu limite ao norte, até o istmo do Panamá, que definia a fronteira sul do México. O império incluía ainda os países da América Central que recém tinham conseguido suas independências.

Com o passar do tempo, os diversos grupos que compunham o congresso ficaram muito críticos em relação ao governo encabeçado por Agustín. Por isso, o imperador decidiu pela dissolução da assembleia em 31 de outubro. Essa medida desagradou fortemente Antônio López de Santa Anna, o comandante da tropa militar de Vera Cruz que tornar-se-ia presidente do México mais adiante.

Em razão disso, Santa Anna e seu exército rebelaram-se contra Iturbide. A proclamação da república aconteceu em 1º de dezembro. Sentindo-se ameaçado pela revolta que aumentava em expressão, o monarca conclamou novamente o congresso que havia sido extinto. Ele entregou sua abdicação para o congresso em uma sessão realizada na noite de 19 de março de 1823 e viajou para Itália logo depois. No mês seguinte, a câmara declarou Agustín como traidor após ter decidido por invalidar sua administração. Quando Iturbide retornou ao país natal, em julho de 1824, ele foi detido na chegada em Tamaulipas e morto.

O Segundo Império

Apesar de ter durado mais tempo do que o Primeiro Império, um total de três anos entre 1864 e 1867, o Segundo Império Mexicano também teve somente um governante, Maximiliano de Habsburgo. O arquiduque austríaco chegou ao trono por indicação da Assembleia de Notáveis, que era formada por realistas. Habsburgo foi convencido ainda pelo imperador francês Napoleão III a comandar o recém-estabelecido Império Mexicano.

Devido ao apoio da França, da Inglaterra e da Santa Sé, os conservadores viam na figura de Maximiliano a chance de perpetuar um sistema político que era favorável a eles. Ou seja, a administração de Habsburgo servia aos interesses dessa camada mais tradicionalista. Como a perspectiva do monarca era ser somente o irmão do Imperador da Áustria, ele aceitou comandar o México, então em uma grave crise. Sua inclinação liberal fez com que Habsburgo perdesse logo o respaldo dos conservadores. Quando ordenou a execução dos líderes republicanos, ele alienou-se de outra parte da população.

Depois das tropas francesas se retirarem, entre 1866 e 1867, Maximiliano ficou sem sua única proteção. O soberano ainda tentou assumir o controle de seus soldados. Porém, foi capturado em Santiago de Querétaro, preso e condenado à morte por fuzilamento por uma corte marcial. Tomás Mejía e Miguel Miranón, generais conservadores, foram julgados juntos com ele. Em 15 de julho de 1867, o Presidente Benito Juárez chega à Cidade do México e restabelece a República.