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Informatividade X Senso Comum

Toda vez que você lê um texto bem escrito, seja em materiais impressos ou na internet, certamente você consegue encontrar nele traços e informações que fogem do senso comum, ou seja, que vão além do convencional e apresentam o novo.

E é exatamente sobre isso que este artigo pretende falar: informatividade X senso comum.

Mas que é informatividade?

Denomina-se informatividade todas as informações veiculadas por meio de textos escritos, anúncios, artigos e artes plásticas. Outro importante ponto é o “grau de informatividade”, medido a partir do conhecimento que as pessoas a quem o texto se destina tem.

Sendo assim, diz-se que um texto possui alto grau de informatividade quando sua compreensão depende do histórico cultural e intelectual do leitor, quando um texto não toma rumos previsíveis ele é considerado informativo.

Para melhorar o grau de informatividade é necessário ainda utilizar um vocabulário que se adeque ao perfil do leitor para quem está sendo escrito. O objetivo é prender atenção do leitor e acrescentar novas informações ao seu repertório.

Quando um determinado texto apresenta baixo grau de informatividade corre-se o risco de o leitor de desinteressar e não terminar a leitura.

E o senso comum?

Nada mais é do que um conjunto de informações óbvias, ou seja, são os argumentos comumente aceitos que não precisam passar por avaliações ou comprovações. Por exemplo: “A guerra já devastou diversos países e deixou milhares de mortos”, informações assim foram comprovadas historicamente, portanto, não é necessário que se apresente uma justificativa.

O senso comum, além de ter baixo grau de informatividade, também é considerado pouco persuasivo, ou seja, ele não convence ninguém.

Em outros campos o senso comum também é tratado como “conhecimento vulgar” e geralmente está associado a experiências tradicionais. Basicamente, o senso comum faz ressurgir tudo aquilo que se equilibra entre o racional e o irracional.

Lugar comum

Mas, muito cuidado, não confunda senso comum com “lugar comum”. Na verdade a segunda expressão refere-se à fonte de onde pode-se tirar provas e argumentos a respeito de qualquer assunto. Além disso, simboliza um local obscuro de onde provêm informações clichês, ou com poucas verdades.

Ultimamente os maiores erros cometidos em redações de concursos públicos e vestibulares se referem ao pouco uso da informatividade e ao grande uso do senso comum. Logo, são redigidos textos com baixo teor informativo e argumentativo que não acrescentam em nada o repertório intelectual de quem o lê.

Características da informatividade e do senso comum

O senso comum é facilmente identificado em textos, a seguir serão listadas algumas características presentes neste tipo de escrita, mas lembre-se, é sempre bom evitá-las.

Superficial: em geral, textos que partem do senso comum discutem um tema de maneira rasa. Causas, efeitos e consequências não são apresentados.

Acrítico: O senso comum não dá espaço para discussões profundas, muito menos para a persuasão ou o convencimento acerca de um determinado assunto. Textos como esse não devem ser utilizados em referências bibliográficas.

Subjetivo: Uma das características que mais se nota em tempos de informação rápida e abundante. Nesses casos são escritos textos que representam e respeitam apenas um tipo de opinião, não dando vazão a outras.

Já a informatividade tem como principal, e mais importante característica, a abundância de informações. Além disso, a capacidade argumentativa e de convencimento é notável apresentando excelentes níveis de interesse por parte do leitor.

O que pensar?

Isso tudo quer dizer que o senso comum não é válido?

Nada disso, até porque, na maioria das vezes, o senso comum é a primeira forma de conhecimento a qual se tem acesso, entretanto, não é aconselhável utilizá-lo em textos para concursos, materiais impressos, ou mesmo vestibulares.

A informatividade trata os assuntos com maior propriedade trazendo o leitor para uma nova dimensão do conhecimento. Ela informa, argumenta e especializa seus leitores, apresentando dados, opiniões diversas e referências.

Atualmente, temos vivido em um período efêmero, onde o que importa são as informações ágeis e novas, portanto, não há mais espaço para o que já se conhece. Cada vez mais as pessoas têm buscado o novo, o que ainda não foi revelado, o que ainda não foi contado, ou visto.

E isto também serve para as pesquisas acadêmicas. Muito se critica a falta de novidades, principalmente no campo das ciências humanas, também criticam-se as pesquisas que partem de “locais comuns” e chegam a resultados que já eram esperados.

É importante ressaltar ainda que “ensaios” e “resumos” não tem o mesmo prestígio que “resenhas”, “teses” e “dissertações”, afinal estas últimas buscam, e primam, pelo novo, por resultados inesperados e por objetos de pesquisas que mudam rapidamente se transformando e adequando-se as necessidades iminentes.

Entre senso comum e informatividade prefira aquele que traz o novo, a argumentação, o lado crítico e a profundidade. Afinal, focar no que já existe não traz mais audiência, muito menos restaura o interesse do leitor.

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