Resumo da Idade Moderna: O século das luzes

História,

Resumo da Idade Moderna: O século das luzes

Mas, no Iluminismo, quem mais se destacou foi o francês Voltaire, que criticava de maneira violenta o clero e a igreja, acreditando na presença de Deus no homem e na natureza. Em sua obra, com o título de Cartas Inglesas, criticou não apenas a igreja como os resquícios da servidão feudal. Nesse contexto, acreditava que um dos direitos naturais do homem seria a livre expressão, que era condenado pela censura que existia.

Além disso, Voltaire rejeitava a ideia de revolução e criticava a guerra, acreditando que as reformas realizadas pelos monarcas, sob a orientação dos filósofos, poderiam resultar em um governo progressista e esclarecido. Voltaire, durante toda a sua vida, procurou se aproximar de diversos monarcas absolutistas da Europa, e como conselheiro, passou a sugerir reformas. Este movimento reformista, que teve como inspiração suas ideias, recebeu o nome de despotismo esclarecido.

O século das luzes

O autor da obra O espírito das leis, o barão de Montesquieu, propôs que o poder fosse dividido em três instâncias, a saber: executivo, judiciário e legislativo. Assim, o poder absolutista dos reis seria limitado, sendo ele apenas um executor da vontade de toda uma sociedade. Mas, para isso, seria necessário que um conjunto de leis que representassem os valores da sociedade, sendo obedecida até mesmo pelos governantes, ou seja, a constituição de um estado.

Já na obra Cartas persas, o barão de Montesquieu, acabou denunciando os excessos que eram cometidos no governo de Luís XIV e também do poder autoritário.

O último grande nome da época do Iluminismo foi o francês Jean-Jacques Rousseau. Ele criticava o absolutismo, mas apesar disso, diversas de suas ideias acabaram sendo rejeitadas pela burguesia, como por exemplo, a crítica à propriedade privada. Em sua obra intitulada O contrato social, Jean-Jacques tornou pública a sua crença na liberdade dos homens, na medida em que nasciam todos iguais, e assim, por meio de sua livre vontade, faziam a criação das leis e passavam a organizar a sociedade.

Este pensador, foi o grande responsável por defender a democracia, não como a vemos hoje, como voto universal e indissociável de eleições, mas como uma forma de expressar a vontade geral de uma nação ou de uma população. Além disso, ele criticava o excesso de racionalismo, que, ao seu entender, reprimia os sentimentos. Isso significa dizer, que a felicidade humana e o conhecimento dependeriam, na maioria das vezes, da expressão e do cultivo dos sentimentos.

Suas ideias foram rejeitadas por causa da crítica ao racionalismo, à opulência e ao elitismo governamental pela alta burguesia, mas obtiveram aceitação junto aos setores mais populares e médios, o que provocou um alto impacto na Revolução Francesa, que aconteceu tempos depois, sendo considerado um dos momentos mais radicais.

Os filósofos D’Alemben e Diderot foram os grandes responsáveis por compilar a Enciclopédia, uma obra monumental que foi dividida em 35 volumes. Esta foi uma forma de apresentar, de maneira sistemática, todo o conhecimento humano, que havia sido acumulado até o momento, conforme entendido pelos iluministas.

Essa nova obra contou com a colaboração de 130 pessoas e expressa valores como o racionalismo, uma maneira de substituir o estímulo à ciência, a fé, e o deísmo, ou seja, a crença em Deus como força impulsionadora do universo, e a ideia de contrato entre governados e governantes. Entre os colaboradores desse projeto, estão Montesquieu, Voltaire e Jean-Jacques Rousseau.

Apesar de apresentar divergências de opiniões de seus autores, a Enciclopédia foi fundamental como um instrumento de divulgação dos ideais liberais para a economia e para a política. A publicação da obra enfrentou diversas resistências e pressões dos grupos que eram articulados com o Antigo Regime. No ano de 1759, ela foi condenada pelo papa Clemente XIII.

Os pensadores do período do Iluminismo acabaram desenvolvendo duas correntes diferentes de interpretação da economia das nações e dos reinos. A primeira delas foi a fisiocracia e a outra, o liberalismo, que logo passou a ser aceito universalmente como uma verdade econômica.

A escola econômica fisiocrata despontou como uma crítica para as concepções mercantilistas que dominavam a época. Ela rejeitava o metalismo, e acreditavam que a terra, e não o acúmulo de metais preciosos, era a única fonte de riqueza, sendo a atividade manufatureira e o comércio apenas meios de transformação ou de fazer com que essa riqueza circulasse.

Adam Smith, um britânico, é considerado como o pai da economia como ciência, sistematizando a análise econômica, elaborando e demonstrando as leis. Ele condenava o mercantilismo, afirmando que o trabalho era a única fonte de riqueza, e não o comércio.

Além disso, Smith acreditava que a maior produtividade do trabalho era meio pelo qual os estados poderiam enriquecer, o que seria possível através do racionalismo. A divisão do trabalho, a concorrência e o livro comércio também poderia possibilitar o alcance ao equilíbrio da sociedade. Suas ideias acabaram por caracterizar o liberalismo econômico, verdadeira cartilha do capitalismo liberal.