Resumo da Idade Moderna: O Iluminismo

História,

Resumo da Idade Moderna: O Iluminismo

Na Idade Moderna, as lutas sociais, a crença nos aspectos racionais, o desenvolvimento da classe burguesa e de seus negócios, acabaram colimando na propagação de ideais iluministas. Estes acabaram triunfando, levados pela onda da Revolução Francesa. As práticas feudais que existiam naquele país tiveram fim, o que estimulou a derrubada de regimes absolutistas mercantilistas em outras partes da América e da América, onde novas formas de organização econômica e de poder político foram fundamentadas.

A partir desse momento, opondo-se as ideias que sustentavam o absolutismo, o processo de consolidação do liberalismo político, bem como a sua construção, foi iniciado, fatores que hoje representam uma ideologia referencial de democracia.

O Iluminismo

A emergência do Iluminismo

No século XVIII, o auge do absolutismo acabou por significar o ponto máximo de suas contradições. Dessa maneira, as tensões que envolviam a nobreza, os monarcas e a burguesia causaram na Europa, uma verdadeira situação pré-revolucionária. No final desse século, a burguesia passou a se equipar com armas teóricas, que serviram como uma maneira de questionar o poder dos reis absolutistas, criar uma nova ordem na política e serviu de justificativa para a revolução.

O Iluminismo, foi o nome que se deu para uma ideologia, que se desenvolveu e foi incorporada pela burguesia através de lutas revolucionárias, que aconteceram no final do século XVIII. No entanto, algumas origens do Iluminismo são vistas a partir do século XVII, nas reflexões e nos trabalhos de alguns pensadores, como por exemplo René Descartes, que lançou que a única fonte de conhecimento estava nas bases do racionalismo. Ele acreditava que havia uma verdade totalmente absoluta e também inquestionável. Para se chegar a ela, o método da dúvida foi desenvolvido, ou seja, tudo e todos deveriam ser questionados, bem como ideias ou teorias. Dessa forma, a verdade absoluta foi sintetizada na fórmula ‘eu penso’, e que mais tarde, passou a ser resumida pela frase ‘eu penso, logo existo’.

René Descartes acreditava ainda na existência de um Deus, o criador do universo, um mecanismo que seria governado por leis eternas e principalmente, sofisticado. Portanto, caberia ao homem, claro que dotado de razão, desvendar essas leis. O filósofo não acreditava que o universo sofreria uma interferência divina após a sua criação.

Já Isaac Newton, acabou contribuindo com trabalhos na área da física, afastando a crença de uma interferência divina no universo e confirmando as concepções de Descartes. De fato, Newton interpretava as leis da natureza e ainda as expressava de maneira matemática, sugerindo a possibilidade que houvesse também leis que governassem a sociedade.

No entanto, as bases das investigações das leis só foram lançadas com os trabalhos do filósofo John Locke. Por isso, ele acabou sendo considerado o grande responsável pelos princípios da filosofia política iluminista.

John ainda foi o responsável pela obra Segundo Tratado sobre o governo civil. Nesta obra, defendia-se a ideia de que os homens eram os portadores de direitos naturais, como a liberdade, a vida e também a propriedade. Para que todos os homens pudessem usufruir desses direitos, os governos foram criados, pelos próprios homens.

Por meio do consentimento da maioria, o governante tinha plena autoridade e também, o dever de garantir os direitos das pessoas. Seria uma espécie de contrato, entre os governados e o governante, assim como Thomas Hobbes havia proposto no início. Mas, se o governante por algum motivo rompesse esse contrato, a sociedade teria o direito de tira-lo do poder, utilizando-se de poderes delegados pela sociedade para obtenção de vantagens particulares.

Dessa maneira, surgiu um princípio revolucionário, por trás de toda a teoria política de John Locke. Ele, rejeitava o absolutismo, refutando-o nas teses de Thomas Hobbes e do direito divino de Bossuet.

Mas, no Iluminismo, quem mais se destacou foi o francês Voltaire, que criticava de maneira violenta o clero e a igreja, acreditando na presença de Deus no homem e na natureza. Em sua obra, com o título de Cartas Inglesas, criticou não apenas a igreja como os resquícios da servidão feudal. Nesse contexto, acreditava que um dos direitos naturais do homem seria a livre expressão, que era condenado pela censura que existia.

Além disso, Voltaire rejeitava a ideia de revolução e criticava a guerra, acreditando que as reformas realizadas pelos monarcas, sob a orientação dos filósofos, poderiam resultar em um governo progressista e esclarecido. Voltaire, durante toda a sua vida, procurou se aproximar de diversos monarcas absolutistas da Europa, e como conselheiro, passou a sugerir reformas. Este movimento reformista, que teve como inspiração suas ideias, recebeu o nome de despotismo esclarecido.

O autor da obra O espírito das leis, o barão de Montesquieu, propôs que o poder fosse dividido em três instâncias, a saber: executivo, judiciário e legislativo. Assim, o poder absolutista dos reis seria limitado, sendo ele apenas um executor da vontade de toda uma sociedade. Mas, para isso, seria necessário que um conjunto de leis que representassem os valores da sociedade, sendo obedecida até mesmo pelos governantes, ou seja, a constituição de um estado.