Resumo do Absolutismo
A política faz parte de todo o ser humano, no entanto ganha importância e relevância a partir do momento em que deixa de ser um pensamento individual para se tornar a expressão de uma coletividade. É nesse contexto que vão sendo instituídos os sistemas políticos que marcam épocas da história.
Você vai conhecer agora um regime político que perdurou por muito tempo, em locais que hoje são potências mundiais e por isso, precisa ser compreendido. Veja agora um resumo do Absolutismo para entender melhor como ele funcionava e quais foram as suas principais consequências.
Resumo do Absolutismo – surgimento
Trata-se portanto, de um sistema político e administrativo que vigorou em boa parte dos países europeus durante os séculos XVI e XVIII, período que ficou conhecido como “Antigo Regime”. O nascimento do Absolutismo está intrinsecamente relacionado com as mudanças que aconteceram na Europa no final da Idade Média.
Durante a maior parte da Idade Média, a Igreja Católica era a instituição mais poderosa, no entanto quando essa era começou a se aproximar do seu fim, o panorama mudou. Uma das principais modificações foi o poder cada vez mais centralizado nas mãos dos monarcas, que buscavam governar sem a interferência de nada e nem de ninguém, nem mesmo da Igreja. A burguesia teve um papel fundamental nesse aspecto, prestando o seu apoio tanto político quanto financeiro.
Foi assim que surgiu o Absolutismo, onde o rei exercia plenamente o seu poder, com pouquíssima ou nenhuma intervenção de outros setores que compunham a sociedade.
Resumo do Absolutismo – características
Já sabemos como esse regime de centralização do poder nas mãos do monarca foi instituído, agora é hora de saber quais foram as suas características mais marcantes.
• O rei podia fazer o que bem entendesse e essa é provavelmente a principal característica do regime. O monarca tinha total liberdade para criar novas leis e até novos tributos sem consultar nenhum outro membro da sociedade. Se ele decidia impor a sua vontade, os outros setores só podiam acatar e obedecer para não sofrerem nenhum tipo de castigo.
• A transmissão do poder acontecia por hereditariedade, ou seja, de pai para filho. Assim, a autoridade ficava concentrada nas mãos de pouquíssimas famílias, que governavam todas as outras.
• O rei tinha permissão para interferir até mesmo nos assuntos religiosos. Ou seja, diferente da Idade Média o clero estava submisso à monarquia, assim como todos os outros segmentos sociais.
• O sistema econômico vigente durante o Absolutismo era chamado de mercantilismo. Uma das bases dele era a ideia de que quanto mais riquezas um Estado conseguia acumular, maior seria o seu desenvolvimento já que também era preciso ter prestígio internacional. O mercantilismo incluía total interferência do monarca na economia, estabelecia altas taxas alfandegárias sobre produtos estrangeiros e realizava pactos coloniais que fortalecessem o reino.
• Na França e na Inglaterra esse regime político e administrativo demorou mais para chegar do que em outros países europeus, porque os dois países estavam envolvidos na Guerra dos Cem Anos e em outros conflitos de menor porte.
• As camadas mais pobres da sociedade precisavam arcar com altos tributos não só para manter o reino, mas principalmente os luxos do monarca e de toda a sua família. Se alguém questionasse essa obrigação, seria reprimido com violência. Em alguns casos, quem fosse considerado rebelde, era preso e podia até ser morto.
• O poder político da população mais pobre era praticamente nulo.
• Enquanto isso, a camada nobre usufruía de uma vida muito boa, sustentada justamente pelo rei, que não desejava se indispor com a nobreza. Na França, por exemplo, o famoso Palácio de Versalhes foi construído nessa época pelo rei Luís XIV para abrigar a nobreza.
• Vários pensadores da época se posicionaram a favor dos monarcas. Foram os chamados Teóricos do Absolutismo, que usavam diversos argumentos para justificar o abuso de poder que era praticado dizendo, por exemplo, que o poder do rei era dado diretamente por Deus. Os principais teóricos foram Thomas Hobbes, Nicolau Maquiavel (autor da famosa frase “os fins definem os meios”) e Jacques Bossuet.
• Uma frase muito conhecida proferida pelo rei Luís XIV pode ser considerada praticamente um resumo do Absolutismo: “o Estado sou eu”.
Além de Luís XIV, existem outros reis que estiveram à frente de monarquias absolutistas e ficaram muito conhecidos por isso: Henrique VIII (Inglaterra), Elizabeth I (Inglaterra), Fernando e Isabel (Espanha).
No século XVIII, o Absolutismo entrou em decadência, graças às crises vividas pela monarquia (provocadas por ela mesma), aos preceitos do pensamento liberal que começava a se consolidar e outros fatores. O Iluminismo contribuiu para a mudança de pensamento na Europa, favorecendo a ascensão de regimes mais democráticos.
A Revolução Francesa de 1789, foi um dos exemplos mais emblemáticos da queda do regime absolutista. É interessante perceber que, a própria burguesia que apoiou os monarcas séculos antes, foi uma das principais camadas interessadas em derrubá-los.