Revolução Francesa: Causas, Fatos e Características
Quando falamos de Idade Contemporânea, a primeira coisa que vem em nossas cabeças é a Revolução Francesa. Muito conhecida e estudada até hoje, esse período histórico é um dos preferidos nas aulas de histórias e será abordado como o tema desse artigo.
Causas da Revolução Francesa
Antes de entrarmos de fato na Revolução, é preciso que nos situemos do que estava acontecendo naquela época e o que levou os franceses a se rebelarem e entrarem para os livros de história de todo o mundo.
O primeiro ponto importante a observarmos é que essa revolução foi marcada por uma união de diferentes pensamentos e pessoas que se viram na necessidade de derrubarem um estado monárquico e ultrapassado. Essas motivações francesas têm cujo tanto econômico, quanto ideológico e são, por isso, de extrema importância.
Os pensadores Iluministas estavam propagando suas ideias na Europa, eles eram representantes ativos de um estado laico, coisa que não acontecia na maioria dos países que apresentava fortes ligações entre a religião e o poder. Além disso, esses pensadores também acreditavam que o governo precisava ser representativo e não monárquico, ou seja, a população deveria legitimar tudo o que o estado pudesse fazer e, por isso, caberia a todos os franceses o direito de desfrutar de igualdade tributária e jurídica.
Mas o que motivou mesmo a população foi a péssima administração da monarquia que culminava também em uma crise agrícola e a insatisfação que a burguesia. Isso porque a França era um país agrário e sua sobrevivência vinha toda da agricultura, que ainda vivia nos primórdios do Feudalismo e que não estava na mão das burguesias urbanas.
Esse modo de vida começou a desagradar e os camponeses que viviam nos feudos largavam seus empregos e iam à busca de uma vida melhor, o problema era que Paris não tinha estrutura para receber tantas pessoas de uma única vez e, então a cidade ficou tomada por desempregados e moradores de rua. Foi então que uma parte da sociedade francesa percebeu que era hora de uma reestruturação, a burguesia, e que era preciso mudar a economia e o sistema político da França.
A Revolução Francesa
Além dos pensamentos iluministas que tomavam a Europa e atingiam principalmente a burguesia, outra mudança ecoava pelos franceses e europeus, o capitalismo industrial que estava em franca ascensão no continente.
Com isso, a França se via no meio de uma luta ideológica, isso porque ela contava com importantes pensadores Iluministas, mas também era berço de uma monarquia centralizada e tradições feudais muito antigas. Isso fazia com que as classes sociais francesas fossem muito distintas e apenas alguns eram donos de privilégios.
Isso mostrava que, se de um lado a França tinha os nobres e alto clero que detinham o poder e as terras nas mãos, a classe burguesa que vivia nas cidades não possuía nenhuma ajuda governamental e ainda sofria grandes taxas tributárias que sustentavam a família real da França. Vale lembrar ainda que essa monarquia ainda restringia a expansão comercial dos burgueses, o que acabou fazendo com que o sentimento de mudança crescesse e se fortalecesse dentro da burguesia urbana.
Os senhores feudais, a nobreza e o clero não sofriam essas taxas tributárias e ainda viviam do benefício das recolhidas, a população que vivia em condições cada vez mais graves. Isso fez com que o poder de um Rei legitimado pela Igreja começasse a sofrer abalados e anos depois fosse derrubado.
Mesmo em crise, o alto clero e a família Real viviam no luxo e tinham joias, davam banquetes, compravam roupas e se esbanjavam enquanto uma parte da população, a maior parte dela, se afundava em problemas econômicos, sociais e culturais. Outro fator decisivo foram os altos gastos da monarquia Francesa com a Guerra de Independência dos Estados Unidos, que deixaram o país ainda mais pobre do que ele estava.
O estopim para que a Revolução Francesa acontecesse de fato e pudesse entrar para a história foi quando as tropas francesas começaram a sofrer diversas derrotas e a crise econômica e agrícola começaram se tornaram muito maiores. Se instaurou, então, nas partes urbanas da França e entre os camponeses que viviam miseráveis situações de trabalho uma insatisfação enorme que fez com classes opostas se unissem para derrubar um governo monárquico. Foi o que os historiadores chamam de Desordem social francesa.
Para tentar reformular as leis francesas, o Rei Luís XVI decidiu convocar os chamados Estados Gerais, que não se reuniam há 175 anos, que acabaram legitimando o processo revolucionário da França. Isso porque, nessas assembleias, cada integrante dos três estados – clero, nobreza e povo – tinham direito a um único voto, coisa que não acontecia já que clero e nobreza votavam sempre juntos.
Essa atitude acabou prejudicando a monarquia e sua nobreza, que viram pela primeira vez a imensidão da força popular e o conflito entre privilegiados e povo aconteceu em 1789. Em julho do mesmo ano o povo invadiu e tomou a Bastilha, uma representação do poder monárquico e soltaram todos os inimigos políticos do Rei. Com o lema Igualdade, Fraternidade e Liberdade.
A revolução foi tamanha que uma Assembleia Constituinte de 1790 diminuiu o poder do clero e tomou algumas terras da igreja e em 1792 uma nova Constituição foi feita, dando igualdade jurídica entre os indivíduos, o fim dos privilégios da nobreza e do clero, três poderes (Judiciário, Executivo e Legislativo, separação do estado da Igreja, liberdade de crença e liberdade de produção e comércio).
Como não aceitou as mudanças, o rei tentou tomar o poder novamente, mas acabou preso e guilhotinado.