Revolução Mexicana de 1910

História,

Revolução Mexicana de 1910

A Revolução Mexicana foi um movimento popular, anti-latifundiário, anti-imperialista e armado que teve inicio em 1910 com uma revolta liderada por Francisco I contra o general Porfirio Diaz.

Essa revolução foi uma luta simbólica que buscava a revalorização da cultura indígena e a distribuição de terras entre os camponeses. Essa carência de terras motivou o inicio da revolução que tinha como slogan “Tierra y Libertad”. Foi responsável por importantes mudanças no México, além de ter sido a primeira das grandes revoluções do século XX.

Revolução Mexicana de 1910

Esse movimento foi reconhecido por diversos líderes de natureza socialista, liberal, anarquista, populista, e a favor de movimentos agrários.

Em 1910, o México se deparava sob o governo de Porfírio Díaz que estabeleceu a ditadura no país entre os anos de 1876 a 1880 e depois de 1884 a 1911, mantendo-se mais de trista anos no poder. Durante a ditadura porfirista, persistiu as propriedades de terra e a falta de liberdades democráticas.

A classe latifundiária foi obrigada a adotar ideias da burguesia norte-americana e européia, rejeitando todas as tradições indígenas mexicanas. A política de Porfírio aponta valorizar a entrada de capital estrangeiro para conhecer os recursos minerais e vegetais e fabricar produtos de exportação.

A desapropriação das terras camponesas começou no período colonial e perdurou no século XIX. A situação piorou na ditadura Porfírio, alcançando o ódio dos camponeses que sempre eram explorados e, por não haver mais saída, Porfírio Diaz acabou renunciando.

Após a renúncia de Porfírio, Francisco Madero, componente de uma elite que fazia divergência ao governo anterior, adquiriu o poder no México. Madero cativou a população mexicana com o comprometimento de reformas sociais que diminuíram a exclusão social que, na época, 70% da população mexicana era analfabeta.

Com o passar dos anos, o governo não realizou suas promessas e os camponeses acabaram se revoltando e reivindicando a sua posse de terra por meio de uma reforma agrária. Diante disso, dois camponeses tiveram maior destaque na oposição ao governo de Madero, Emiliano Zapata e Francisco Pancho Villa.

Emiliano Zapata reagiu a vários governos que sucederam no México. O primeiro foi o governo de Madero, depois veio o de Victoriano Huerta e, por fim, o governo de Venustiano Carranza.

Zapata culpou Carranza pelo não cumprimento da reforma agrária que foi tão solicitada pelos camponeses. Em 1911, o Plano Ayala foi criado com o objetivo de exigir a reforma agrária mexicano. O documento foi tido como referencia na luta pela posse de terra na América Latina.

Pancho Villa e Zapata além da reforma agrária queriam retomar a identidade indígena mexicana. Eles questionavam a transformação dos latifúndios em agroindústrias e exigiam a volta do antigo sistema indígena de comunidades coletivas.

Em 1913, Francisco Madero foi assassinado a pedido de Victoriano Huerta, que implantou mais uma vez a ditadura no México. A volta da ditadura levou Pancho Villa ao norte, e Zapata ao sul, planejando a organização de novos agrupamentos contra as tropas federais. Com o crescimento das pressões populares, Huerta abandonou o poder em 1914, assumindo Venustiano Carranza, apoiado pelos Estados Unidos.

Uma nova constituição foi proclamada no México em 1917, o que acarretou na eleição de Carranza como presidente. Esse acontecimento aborreceu as camadas populares e os camponeses, que permaneceram com os conflitos contra o governo principal. Porém, depois que Zapata e Pancho Villa faleceram, em 1919 e 1923, respectivamente, o movimento revolucionário foi acabando, e dando lugar ao liberalismo apoiado pelas elites dos proprietários de terra.

Consequências da Revolução Mexicana

– Declínio do Caudilhismo;

– Criação de um novo sistema político, denominado Populismo;

– Controle das massas pelos meios de comunicação;

– Nacionalização de Companhias Americanas de Petróleo e criação da PEMEX mexicana.

Constituição de 1917

Após a anulação das lideranças camponesas e oligárquicas, Carranza encontrou condições favoráveis para a aprovação de uma nova constituição que se estabeleceu como o documento máximo da Revolução de 1910. Foi considerada como uma das mais modernas Cartaz Magnas da América Latina. Dentre todos os artigos presentes na constituição, destacam-se o 30, 27, 123 e 130 que afirmam:

– o ensino laico era dever do estado que preservava um setor privado;

– os restos de terras não cultivadas eram de direito dos ranchos e ejidos;

– consolidou as relações de capital e trabalho, como a jornada de 8 horas, salários igualitários, direito a greve, formação de sindicatos e justiça do trabalho para decidir os conflitos entre o capital e o trabalho;

– delimitou o poder da Igreja e tornou o casamento civil obrigatório;

– os padres foram transformados em trabalhadores comuns.

Essa constituição foi uma obra de fusão entre a tradição liberal, separação da Igreja e do Estado, e a urgência do estado populista.