Revolução Russa
Durante o século XIX, a Rússia era considerada uma das grandes potências europeias, lado a lado com Inglaterra, Alemanha, França e Áustria. Mas ao invés de acompanhar o fluxo de crescimento dessas nações, a Rússia foi um país que decidiu não apostar em mudanças e reformas, deixando para trás principalmente o processo de industrialização.
Sendo assim, ainda no começo do século XX a Rússia era uma nação com economia considerada atrasada, especialmente porque 80% do PIB era produzido no campo e a base de produção agrícola não sobreviveria por mais muito tempo. No modelo de trabalho dessa época, os servos eram os responsáveis pelo trabalho duro, mas os senhores feudais não apresentavam qualquer tipo de interesse na modernização de plantações.
O que levou à Revolução Russa?
O país era dominado pelo Imperador Czar, que governava com base em poder absolutista, ou seja, todos – incluindo a Igreja Católica Ortodoxa – estavam submetidos aos seus mandatos. Entre 1854 e 1856 a Rússia declarou guerra contra a Turquia, Inglaterra e França, mas foi derrotada por todos os lados. O motivo? Atraso tecnológico e principalmente industrial aos quais se submetia a nação.
Com base no efeito negativo, o czar Alexandre II tomou algumas decisões, entre elas:
• A abolição do trabalho dos servos;
• A venda de terras para os camponeses;
• Ocupação de novas regiões agrícolas.
Todas essas ações trouxeram uma série de vantagens para o desenvolvimento do país, que cresceu a ponto de se tornar o maior exportador de grãos do mundo na época. Porém, nem todas as consequências foram positivas, uma vez que a baixa produtividade agrícola levou à revolta, fome e ao desemprego.
Para ir contra esse processo negativo que se instaurava na nação, a Rússia apostou em um processo de industrialização, permitindo a implantação de várias fábricas e a própria migração de indivíduos de várias partes do mundo, interessados na oferta de emprego.
Entre os anos de 1880 e 1900 a nação apresentou uma das maiores taxas de crescimento de indústria. Mesmo assim, o modelo político do absolutismo continua a promover o descontentamento de seu povo, sendo uma vertente contrária ao desenvolvimento e modernização do país.
Com a base absolutista, o país não abria espaço para a possibilidade da democracia. Os camponeses e demais trabalhadores rurais viviam em situações de pobreza e de extrema miséria em muitos casos, mantendo o sistema czarista pagando altíssimos impostos. E a concentração de poder afetava até mesmo os trabalhadores urbanos, que atuavam nas novas fábricas e indústrias.
Nessa fase da Revolução Russa, entre os anos de 1910 e 1914, criou-se um grande e forte grupo da oposição que defendia os princípios socialistas de Karl Marx. A crença era de que todas as problemáticas atuais do país só seriam finalmente extintas quando o capitalismo fosse substituído por um modelo comunista de poder.
Os comunistas, nessa fase, dividiram-se então em dois grandes grupos:
• Os mencheviques, que defendiam a implantação do socialismo por meio de reformas regulares e moderadas;
• E os bolcheviques, liderados por Lênin, que tinham como principal meta derrubar o governo Czar pela força.
E foi nesse cenário russo que a Primeira Guerra Mundial marcou o seu início, em 1914. O combate russo levou a algumas consequências negativas para a nação, como por exemplo:
• Racionamento de recursos básicos, miséria e fome;
• Desorganização nas bases da economia;
• Passeatas e manifestações contra o governo de Czar;
• Renúncia de Czar por conta da pressão popular.
A revolução Russa
Com o governo de Czar derrubado, no ano de 1917, quem assumiu a Rússia foi o governo provisório, adotando algumas medidas como é o caso de:
• Liberdade para os veículos de comunicação;
• Anistia para os presos – especialmente políticos;
• Reformas trabalhistas, como a mudança de jornada de trabalho para oito horas diárias.
Por mais que as medidas fossem positivas para a burguesia, os camponeses e operários continuavam insatisfeitos. Eles lutavam tanto por salários mais altos como também pelo direito a terras.
Sendo assim, mesmo com a novidade do governo provisório, dominado por Kerenski, não foram muitas as mudanças verdadeiramente instauradas na Rússia. Os trabalhadores tanto rurais quanto urbanos continuaram realizando protestos em prol de seus direitos em toda a extensão do território russo.
Os bolcheviques, que tinham como líder o Lênin, organizaram a revolução de 1917, prometendo pão, terra, paz, liberdade e trabalho.
Foi assim que o socialismo foi implantado por Lênin e as terras voltaram às mãos dos trabalhadores do campo. Além disso, as fábricas também se voltaram aos interesses dos trabalhadores e os bancos, finalmente, ganharam origem nacional.
E a URSS?
Com o fim da Revolução Russa surgiu também a URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Foi nesse período que a nação finalmente se estabilizou como potência tanto militar quanto econômica, com crescimento constante. Seu principal rival se tornou os Estados Unidos, principalmente por seu modelo capitalista de governabilidade.