Rússia Czarista

História,

Rússia Czarista

O termo czarista se refere a um tipo de sistema político no qual o czar, título dado ao imperador, tinha poder de governo absoluto e sua atuação política tinha como objetivo aumentar o império e o seu poder como tirano. O czarismo surgiu na Rússia em 1547 e perdurou por 370 anos, sendo que a dinastia Romanov ficou no poder de 1613 até o ano de 1917, quando houve uma revolução que pôs fim ao regime. As características deste sistema de governo eram:

– Não havia distinção entre o czar e o Estado.

– Sua forma de poder era semelhante ao absolutismo.

– O poder do imperador dificultava a implantação de empresas do segmento industrial no país, fato que impedia a modernização do Estado.

– Os cidadãos eram obrigados a depender de um sistema de produção agrícola obsoleto, com características do regime feudal.

Czarista

– 80% da economia era baseada na agricultura.

– Cidadãos eram obrigados a pagar altos impostos.

– Além de não favorecer as indústrias, o czar subjugava todas as classes sociais, inclusive a nobreza.

– A sociedade como um todo sofria com a ausência de liberdade.

A história da Rússia Czarista

O primeiro imperador russo da dinastia Romanov foi Mikhail e o último czar da história foi Nicolau II. Após a realização de muitas rebeliões, o último imperador transformou a Rússia em uma monarquia regida pela constituição, com a existência de um parlamento. Mesmo assim, em 1917, Nicolau II foi deposto. No ano seguinte a revolução russa, no mês de julho, o ex-czar, sua esposa e seus filhos foram assassinados quando estavam em Ecaterimburgo, capital do Distrito Federal dos Urais.

Na Rússia czarista, a monarquia dominava o território e a população e, mesmo estando sob seu domínio, a nobreza apoiava o sistema e o líder considerado soberano. Nesta época, final do século XIX, a maioria da sociedade era formada por agricultores e camponeses que vivam em condições precárias e degradantes. A população era constituída por russos e povos de outras etnias, obrigados a obedecer as normas do império ditadas pelo czar.

As indústrias passaram a se estabelecer no país graças ao capital estrangeiro. Mas, ao mesmo tempo em que aconteciam mudanças que poderiam beneficiar a população, ainda que a passos lentos, o segmento agrário passou a ter dificuldades de se manter no período czarista.

Primeiros indícios da queda da Rússia czarista

Em meados de 1880, os intelectuais passaram a se comunicar com o proletariado russo e ideias socialistas, anarquistas e marxistas foram disseminadas entre os operários. Com novos horizontes, a partir dos ideais difundidos entre os trabalhadores, a insatisfação causada pela opressão, as más condições de vida e a exploração de mão de obra, foi dado início a uma série de greves para sinalizar o descontentamento com a Rússia czarista.

Quase vinte anos depois das primeiras greves, foi criado o Partido Operário Social-Democrata Russo. A maioria dos integrantes fazia parte da facção bolchevique e o restante era membro da facção menchevique. Os bolcheviques eram liderados por Vladimir Illitch Ulianov, considerado um dos principais personagens da cultura russa. Conhecido entre os russos como Lênin, o líder tinha em mente promover uma revolução com ajuda dos operários e derrubar o governo czarista.

O czarismo impedia o crescimento e o progresso do país. O retrocesso na indústria era responsável por deixar a Rússia com uma imagem negativa perante os outros países que formavam a Europa. As outras nações europeias não acreditavam nos russos e a descrença partia até mesmo de poderosos socialistas do continente, que não supunham a ideia de haver uma revolução em terras russas.

A história passou a mudar quando os bolcheviques ficaram famosos e demonstraram o seu poder de luta, a sua persistência, organização e disciplina. A derrota da Rússia contra o Japão em uma guerra em 1905 enfraqueceu o império e deu espaço para que uma revolução fosse realizada naquele ano. O país sofreu várias greves e foram registrados movimentos nacionalistas.

Para tentar manter o poder da Rússia czarista, o imperador ordenou que os levantes fossem reprimidos de maneira violenta. O resultado foi a morte de centenas de pessoas, prisão e exílio de cidadãos. O fato aconteceu em São Petersburgo e o dia no qual houve a ação da tropa czarista ficou conhecido como Domingo Sangrento.

Mesmo com a resposta violenta do governo, a população não desistiu. Foram criados conselhos constituídos por operários e também por soldados. Estes grupos, liderados por Lênin, ficaram conhecidos como sovietes e foram essenciais para a realização da revolução russa. Os trabalhadores reivindicavam empregos, alimentos, melhores salários e a implantação da democracia.

Os movimentos grevistas aumentaram e passaram a ocorrer em todo o país, inclusive dentro do exército russo. No ano de 1917, Nicolau II perdeu o poder e Kerenski, integrante dos mencheviques, deu início ao governo provisório. Mesmo com a queda da monarquia, pouca coisa mudou e os bolcheviques fizeram uma nova revolução, em outubro do mesmo ano.

Lênin assumiu o poder, instaurou o socialismo como forma de governo e prometeu paz, liberdade, empregos, alimentos e terras para a população. Os agricultores ganharam terras, os operários passaram a gerir as fábricas e os bancos foram nacionalizados. A Rússia saiu da Primeira Guerra Mundial em 1918 e foi criado o partido único, denominado Partido Comunista (PC).