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Autores de Romance Urbano ou de Costume


O romance urbano, ou de costumes, é, sem dúvida, um passo da literatura em direção à precisão de seu papel como relato histórico, alimentando a própria historiografia.

Depois desse movimento, que, no Brasil, transita entre o final da fase romântica e a fase realista da literatura, a arte, como um todo, ganha um novo aspecto e uma nova função dentro da historiografia e da sociedade.

O propósito e o compromisso desse movimento histórico pode não ser o de servir como relato. É bem provável que a maior pretensão dos autores seja retratar a vida cotidiana através da arte, impregnando-a, de um lado, com a impressão e os traços do autor, de outro, com a crítica social.

Aqui os heróis não são mais aristocratas e as damas dos romances típicos do romantismo, mas personagens comuns, vivendo situações comuns, em nada desprovidas de dramaticidade, sobretudo se apropriadas pela narrativa psicológica, típica do naturalismo e do realismo, presentes em Machado de Assis e Dostoievski.

São diversas as tendências que se misturam para formar o caldo cultural do romance urbano, que marca o começo do deslocamento da literatura da paisagem rural para a urbana, um movimento típico do final do século XIX e início do século XX no Brasil.

Memórias de um Sargento de Milícias

O grande marco desse movimento é, sem dúvida, Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio da Costa. Manuel Antônio da Costa é um romântico convertido aos encantos do romance urbano.

Sob a luz da literatura, o retrato das populações pobres do Rio de Janeiro, que pouco tem de glamour a oferecer, surge como arte reveladora e revolucionária, abrindo caminho para o romance regionalista e o próprio realismo como estética.

“O Cortiço”, de Aluísio Azevedo, embora um romance tipicamente naturalista, explora personagens típicos da paisagem urbana, que nada possuem de heroico. Surgem personagens como o capitalista explorador e sem escrúpulos, o cruzamento de etnias no ambiente de pobreza, onde se cruzam o mulato Firmino, a mulata Rita Baiana, o português trabalhador, Jerônimo e Bertoleza, a escrava cafuza.

O romance urbano está presente, também, nas obras de Joaquim Manuel de Macedo (A Moreninha, O Forasteiro, O Moço Loiro, A Luneta Mágica), José de Alencar (Senhora, Lucíola, Diva, Encarnação, A Viuvinha, Cinco Minutos) e Érico Veríssimo (Caminhos Cruzados, Clarissa, Olhai os Lírios do Campo, Música ao Longe, Um Luar ao Sol).

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