BMF – Bolsa de Mercadorias e Futuros
Como todos nós sabemos, a economia tem um papel decisivo em nossas vidas, desde o modo como encaramos o mundo até o modo como fazemos nossas escolhas. Vamos pensar em como a economia evoluiu. Na Idade Média, o comércio era feito por meio dos escambos, ou seja, da troca de mercadorias conforme o interesse, que permitia que as pessoas vivessem em feudos. Já na Modernidade, com a expansão das cidades, surgiu o mercantilismo, baseado no crescimento do comércio, advento da moeda e na crença de que toda a riqueza de um país deve estar fisicamente presente na forma de ouro e prata.
No mundo Contemporâneo, com a consolidação do capitalismo, baseado na propriedade privada e com a globalização, os mercados estão integrados por meio de um sistema complexo e qualquer alteração em uma dos pontos reflete em toda a rede, como foi a crise imobiliária americana de 2008, que trouxe enormes prejuízos principalmente aos países em desenvolvimento, como o Brasil.
Por isso é tão importante entender o funcionamento da economia e suas instituições, principalmente as de alto risco, como a BM&F.
O que é a BM&F?
Quando lemos ou ouvimos o nome desta instituição, automaticamente nos lembramos da palavra BOVESPA, e isto não é à toa. No ano de 1997, as duas instituições se fundiram, e por isso ao falarmos sobre a primeira nos lembramos automaticamente da segunda. Mas é necessário frisar que se trata de coisas diferentes. Uma definição que pode nos ajudar a definir o que é a entidade de interesse aqui é a utilizada pelo Banco Central (BC).
Segundo o BC, trata-se de uma associação privada civil que visa compensar, registrar e liquidar, financeira e física, as operações efetuadas em sistema eletrônico ou em pregão. Para tanto, é necessário organizar, operacionalizar e desenvolver um mercado de derivativos transparente e livre, que adeque aos agentes econômicos a oportunidade de efetuarem operações de hedging (proteção) ante flutuações de preço de taxas de juros, índices, commodities, metais e moedas, bem como de toda e qualquer variável ou instrumento macroeconômico cuja improbabilidade de estabilidade no preço futuramente possa influenciar de forma negativa as suas atividades. Possuem autonomia administrativa, patrimonial e financeira, e são fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários.
A definição acima é interessante, pois apesar de ser bastante técnica, nos dá dicas preciosas para definir a instituição. A primeira delas é sobre a autonomia, já que desenvolvem, organizam e operacionalizam o mercado de derivativos, ou seja, trata-se de uma instituição de cunho privado que possui autonomia em relação ao governo, apesar de ser fiscalizada pela Comissão de Valores Imobiliário, órgão governamental.
No campo da regulamentação, significa que a BM&F pode criar suas próprias regras que são as mesmas que a do mercado. E devido a isso, por exemplo, que o governo só investe em fontes de renda confiáveis, como a poupança e os títulos da dívida pública, já que normalmente não apresentam risco e seguem as normas estabelecidas pelo próprio governo.
A segunda pista diz respeito a “preço no futuro”. Se falamos de futuro, estamos falando de incerteza, e incerteza no mercado financeiro é sinônimo de investimento com risco elevado. Um exemplo prático disto pode ser encontrado nas commodities agrícolas. Vamos supor que somos investidores que querem investir na safra de soja. Ao fazermos isso, não estamos falando da safra de soja deste ano, mas sim do ano posterior. Isso significa risco, pois não sabemos se terá chuva o suficiente, se terá sol o suficiente, se a produtividade das plantas será alta ou baixa, etc. E é justamente este fatores que determinaram o sucesso de nosso investimento. Quanto maior o preço, maior nosso ganho. Quando menor o preço, menor o rendimento – e em muitos casos podemos ter até prejuízo, ou seja, não conseguir dinheiro o suficiente nem para cobrir a quantia que investimos.
Portanto, dito de maneira bastante sintético, podemos dizer que a instituição tratada tem como principal objetivo gerir as operações realizadas na bolsa de valores, sempre de alto risco.
Produtos BM&F2
Por toda esta importância financeira e econômica, é natural que a instituição conte com uma variada gama de produtos e serviços. Antes de partirmos para a lista, é necessário dizer que as negociações não são feitas de forma direta, ou seja, além de ser totalmente eletrônica, a BM&F opera através de corretoras (intermediadoras de negociações).
- Ações: cotas que permitem ao investidor se tornar um dos donos da empresa;
- Câmbio pronto: negociação de moedas à vista através da liquidação em até 2 dias. É necessário seguir as regras impostas pelo BC para praticá-lo;
- Contratos derivativos: contratos em que a maior parte do valor é previsto em outra coisa que não dinheiro (taxas de juros, commodities agrícolas, ouro, etc.).
Existe uma infinidade de outros produtos e serviços, como títulos de renda fixa, depósito de ativos, empréstimo de títulos, dentre outros.