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O dinheiro como dívida

O dinheiro é o meio utilizado pelas pessoas em um dado contexto socioeconômico para trocar serviços e mercadorias. Pode ser um objeto ou um registro verificado e aceito pelo país. Ou seja, o dinheiro pode ser físico ou não, e não precisa ser feito de materiais valiosos, pois o que importa nele é simplesmente o meio de troca. A única regra necessária é a aceitação daquele meio pelas partes negociantes.

A moeda é o dinheiro sob uma determinada forma, utilizada pelas pessoas para negociar. Ou está em circulação como meio de troca ou está guardada pelo seu possuinte. Ela é, então, o papel e o metal que guardamos na carteira e no cofre.

Como todo país possui sua moeda oficial, a criação do dinheiro fica a cargo da Casa da Moeda, uma instituição governamental. Nesse caso há um curso forçado, ou seja, a criação precisa ser feita para a sobrevivência da nação. No entanto, essa não é a única forma de criar dinheiro. Os bancos também o fazem, ao utilizar o dinheiro como dívida. Quando isso acontece, não há objeto monetário tangente, e ele é criado a partir do nada.

Como funciona o dinheiro como dívida

Apesar de parecer simples, a criação de dinheiro a partir do nada é muito complexa. Observe abaixo:

  • Tudo começa quando alguém deposita uma quantia no banco. O dinheiro não permanecerá lá, muito pelo contrário. O banco irá fazer operações com esse dinheiro, de maneira que ele tire seu lucro e movimente a moeda.
  • Via de regra, o banco pode emprestar 90% daquele dinheiro depositado, embora normalmente seja emprestada uma quantia ainda superior. E é aí que começa a “mágica”. Ao emprestar o dinheiro para outra pessoa, o banco cobra uma taxa de juros. Ela é superior à paga para que o dinheiro permaneça no banco. Em outras palavras, o banco empresta um dinheiro por uma taxa menor e empresta esse dinheiro a um terceiro sob uma taxa mais elevada.
  • Chega-se a um segundo nível de câmbio quando a pessoa que acabou de emprestar decide depositar esse mesmo dinheiro no mesmo banco. Agora existe mais dinheiro (90% da primeira quantia depositada pela primeira pessoa) para o banco poder trabalhar. Novamente o processo se inicia, e uma terceira pessoa, que necessita emprestar uma quantia (90% do segundo valor depositado), vai até o banco. Ela pega o dinheiro e imediatamente faz um depósito no banco.
  • Agora já são mais 90% do 90% relativo ao valor inicial. É confuso, mas pode ser resumido assim: o dinheiro está sendo criado indefinidamente, e sempre a partir de um depósito inicial. São as transações de empréstimo e depósito que podem elevar uma soma até um valor ilimitado.

A funcionalidade do sistema de dinheiro como dívida

Estima-se 97% do dinheiro mundial não existe como moeda. Ele está apenas no mundo virtual dos computadores. Todo o dinheiro criado pelos bancos não são fiduciários, ou seja, não possuem lastro. O que o sustenta é a garantia nominal do banco e do Estado baseada na força da economia e da moeda do país.

Embora esse dinheiro não exista como moeda física, porque são apenas números em uma tela, ele funciona como se existisse. É claro que se um dia todas as pessoas começassem tirar o seu dinheiro das contas, o banco não teria como pagar todo mundo. E é por isso que os bancos temem essa situação. Mas para chegar a tanto é preciso que o país tenha entrado em crises profundas. Acompanhamos um exemplo nos dias de hoje.

A economia da Grécia sucumbiu diante da crise de 2008. Devido a sucessíveis erros na área econômica, o país passou a se endividar cada vez mais. O Fundo Monetário Internacional (FMI) veio em socorro, mas exigiu um pacote de medidas que tinham como base o corte de gastos públicos. No entanto, o estado grego e seu governo continuaram cometendo graves erros. Em 2015, às vésperas de pagar sua conta, país decidiu dar o calote.

O governo grego, declaradamente contra o sistema financeiro internacional, incentivou a população a apoiar o calote. Então veio o óbvio: a “corrida ao banco”. Os gregos se apressaram em retirar todo seu dinheiro das contas para garantir o futuro. O resultado disso é um país se decompondo, pois sem dinheiro para circular, não é possível criar riqueza.

Esse exemplo mostra que o sistema de dinheiro como dívida funciona, desde que exista um mercado dinâmico, com um fluxo contínuo de movimentação e transação do dinheiro. Pois o compromisso com as prestações é a base dessa estrutura monetária. Se a população começa a ficar endividada, como acontece quando um governo intervém na economia, todo o sistema fica comprometido.

Para evitar problemas profundos na economia mundial, nas últimas décadas os países ocidentais têm tentado achar objetivos comuns no planejamento financeiro. Um dos exemplos é o G20, um fórum mundial que acontece todos os anos e reúne as 19 maiores economias do planeta mais a União Europeia. O objetivo é achar um entendimento entre os países que mais influenciam a economia global.

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