A língua portuguesa dispõe de vários recursos estilísticos que conferem maior expressividade, emoção, intensidade, beleza e ritmo à fala ou à escrita de um texto literário, um discurso, uma letra de música. São as figuras de linguagem, também conhecidas como figuras de estilo. As figuras de linguagem são classificadas em figuras de palavras, figuras de construção ou sintaxe e figuras de pensamento.
Conhecer e compreender as figuras de linguagem é importante para escrever textos com mais criatividade, ritmo, intensidade e até mesmo para quebrar a leitura passiva, automática. Com as figuras de linguagem o conjunto de palavras que compõem cada frase de texto ganham uma dinâmica diferenciada à leitura. É o que acontece quando se recorre a uma figura de linguagem chamada polissíndeto, que será explicada mais adiante.
Utilizando as figuras de palavras – metáfora, metonímia, comparação, perífrase e sinestesia – é possível fazer analogias como nos seguintes exemplos:
O uso de figuras de pensamento – antítese, apóstrofe, eufemismo, gradação, hipérbole, ironia, paradoxo, personificação, reticência e retificação – ocorre quando o autor tem a intenção de transferir ao texto literário sentimentos, emoções, contrastes intensidade, dúvidas.
As figuras de construção ou figuras de sintaxe são utilizadas quando o autor deseja escrever frases mais concisas, dar maior expressividade e beleza ao texto. As mais importantes figuras de construção são: elipse, pleonasmo, anacoluto, inversão, onomatopeia, repetição e polissíndeto.
A oração coordenada conecta-se a outra de igual natureza sintática. No período composto, formado por coordenação, as orações coordenadas são independentes.
Coordenada sindética: ligadas por conjunções coordenativas aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
Coordenada assindética: não estão ligadas por conectivos.
Normalmente, a sequência de termos coordenados possui um conectivo aditivo antes da última palavra como no seguinte exemplo: Ana Paula comprou uma blusa, uma calça, uma bolsa e um chapéu. O conectivo aditivo “e” é inserido antes do último elemento da lista.
Porém, quando o autor faz uso de figuras de linguagem como o polissíndeto ou assíndeto, os termos podem ser sequenciados com o uso de conectivo aditivo para elencar cada um deles (polissíndeto) ou omitidos (assíndetos).
A frase citada anteriormente, com o uso de polissíndeto, ficaria assim: Ana Paula comprou uma blusa, e uma calça, e uma bolsa e um chapéu.
A palavra polissíndeto tem origem grega: polysýndeton. O vocábulo polýs significa “muitos”. O verbo syndéo significa “ligar, unir”. Sendo assim, a palavra polissíndeto pode ser compreendida como “muitas ligações”. A ligação é feita com o uso de conjunções. O polissíndeto corresponde, portanto, à repetição da mesma conjunção em uma oração.
Em orações coordenadas sindéticas, os elementos mais utilizados para formar o polissíndeto são: e, ou, nem. Ao construir orações com polissíndeto o autor consegue criar ritmo, aumentando ou diminuindo a velocidade da leitura, transmitindo continuidade, sucessão de ideias.
Quando o autor deseja enfatizar cada elemento da sequência, mais do que a ideia geral da frase, utiliza o polissíndeto. O leitor, ao se deparar com a conjunção, que se repete a cada termo elencado, fará uma leitura mais pausada, prestando atenção a cada palavra.
Vejamos alguns exemplos de polissíndetos:
O assíndeto caracteriza-se pela omissão do conectivo na sequência de termos de uma oração. Os efeitos dessa figura de linguagem são o nivelamento (nenhum termo é mais importante que o outro), rapidez e brevidade. Veja alguns exemplos:
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