Equilíbrio químico do refrigerante no estômago

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Equilíbrio químico do refrigerante no estômago

Você sabia que existe um equilíbrio químico do refrigerante em nosso estômago que produz o famoso “arroto”? Sim, existe e há uma explicação química para isso. Mas primeiro vamos compreender o que é o equilíbrio químico.

Equilíbrio químico do refrigerante no estômago

Equilíbrio químico

Esse equilíbrio é atingido quando existe, em uma mistura reacional de reações direta e inversa. A reação direta é a que possui reagentes, criando produtos já a inversa tem os produtos criando os reagentes.

Uma reação química sempre terá reagentes que, combinados, formam outras substâncias que possuem diferentes propriedades. Existem reações que são totalmente processadas, mas outras estagnam antes de concluir.

Equilíbrio químico do refrigerante no estômago

No caso do refrigerante existe um gás que é o chamado gás carbônico, ou seja, o dióxido de carbono ou CO2.

Em geral os refrigerantes são formados por soluções aquosas constituídas pelo gás e por um xarope. Antes de inserir o xarope na receita, é misturado água com gás em um mecanismo nomeado carbonizador.

Nesse processo é gerado o gás carbônico que caracteriza o refrigerante. Ela mistura gera um equilíbrio químico.

Segundo o princípio de Le Chatelier quando há alguma perturbação no sistema o equilíbrio se move em direção de reduzir esse desequilíbrio.

Ao ingerir o refrigerante existem diversas mudanças no sistema, havendo deslocamento do equilíbrio químico de várias formas diferentes.

Como em nosso estômago temos o suco gástrico que é produzido pelo ácido clorídrico, ele possui íons H+ e H3O+ como todos os outros tipos de ácidos quando estão no meio aquoso. Com existência desse gás no estômago, também aumenta o H3O+ no equilíbrio.

A partir disso há um deslocamento do equilíbrio do refrigerante no sentido inverso, ou seja, ao lado esquerdo da equação. Dessa maneira mais gás carbônico é formado nessa reação. Eis o famoso arroto. É exatamente essa reação que faz esse efeito ao ingerir qualquer bebida que possua gás.

Mas não é apenas ela. Outra forma é pela redução da pressão e aumento de temperatura. Na produção da bebida o gás carbônico é dissolvido no líquido por conta das altas pressões e das temperaturas reduzidas.

Com essas atribuições o gás se torna líquido e é envasado para ser vendido. Vamos compreender melhor esses dois fenômenos, a diminuição da pressão e a aumento da temperatura no próximo tópico.

Diminuição de pressão e aumento de temperatura

No caso da pressão, ela é reduzida no sistema gasoso. Isso faz com que o equilíbrio se desloque para a direção que possui mais volume, ou seja, número maior de mol. Considera-se, por exemplo, o volume gasoso mais alto do lado do reagente, ou seja, lado esquerdo, afinal é o único que possui 1 mol de gás carbônico. Por isso a redução da pressão movimenta o equilíbrio ao lado oposto, tornando a quantidade de CO2 maior dentro do sistema.

Já em relação à temperatura aumentada, a situação é um pouco diferente. Como a solubilidade do gás carbônico na água reduz conforme a temperatura sobe, quando a bebida chega ao nosso estômago, com temperatura em média de 36º, o gás é liberado. Logo a reação inversa também ocorre.

É essa reação que provoca a sensação de frescor quando tomamos um refrigerante. O dióxido de carbono expande em um processo endotérmico, ou seja, que absorve o calor.

A redução da pressão e o aumento da temperatura não é fenômeno exclusivo do estômago. Ao abrir a garrafa com cuidado o gás também sai, afinal há menos pressão com a entrada do ar. Vale lembrar que quanto mais quente a bebida estiver, mais gás terá dentro da garrafa, por isso é recomendado abrir com cuidado.

Outros exemplos e características do equilíbrio químico

Outro exemplo bastante comum do equilíbrio térmico é a cerveja. Por exemplo, quando ela é colocada no congelador e esquecida por lá, há grandes chances de a garrafa estourar por supercongelamento. Isso quer dizer que é como se a bebida se esquecesse de congelar, por conta do resfriamento muito rápido. As moléculas do estado líquido estão em estado de equilíbrio.

Agora quando a garrafa é retirada do congelador e é aberta ela pode estourar, pois é reduzida a pressão dentro dela muito bruscamente. Isso significa que há uma perturbação do estado de equilíbrio que existia na garrafa.

Sabia que o fenômeno também está presente nos óculos? Os óculos fotocromáticos, que tem lentes que mudam de cor de acordo com a luz incidente, são um exemplo.

Quando a pessoa está em um lugar interno, a lente fica incolor, mas quando ela vai para um local com luminosidade intensa, as lentes escurecem. Esse processo é uma reação química.

O cloreto de prata dá a característica clara a lente, mas a prata metálica é o componente que concede a aparência escura.

Quando mais energia, nesse caso luminosidade, o equilíbrio se desloca para o lado da formação da prata metálica. Quando a luminosidade se reduz, a reação é inversa.