Radioatividade: Histórico, Tipos de Emissões Radioativas e Transmutação Artificial
Inspirado pela descoberta dos raios X em 1895, Antoine Henri Becquerel decidiu testar os efeitos da luz solar sobre materiais fluorescentes. Para isso, expôs ao sol amostras de minério de urânio.
Entretanto, como o tempo estava nublado, Becquerel guardou o experimento em uma gaveta escura. Após vários dias, ao pegar novamente a amostra, fez uma descoberta excepcional: a pedra emitira radiações mesmo no escuro, provando que existia uma radioatividade natural.
Posteriormente, Becquerel, auxiliado pelo casal Pierre e Marie Curie, percebeu que os raios emitidos pelo minério de urânio eram próprios desse elemento. Marie batizou tal propriedade de emissão de raios de radioatividade.
O casal ainda trabalhou por vários anos no estudo da radioatividade. Em 1902, descobriu dois elementos químicos radioativos desconhecidos: rádio (milhares de vezes mais radioativo que o urânio) e polônio. No ano seguinte, Becquerel e o casal Curie dividiram o Prêmio Nobel de Física.
Tipos de emissões radioativas
Os estudos comprovaram a existência de três tipos de emissões radioativas no interior dos átomos:
– Raios alfa (α) – de natureza eletropositiva, são partículas constituídas por dois prótons e dois nêutrons. São altamente energéticos e possuem baixa penetrabilidade;
– Raios beta (β) – são partículas negativas de alta energia, constituídas por apenas um elétron, as quais são emitidas pelo núcleo do átomo radioativo. É mais penetrante que os raios alfa;
– Raios gama (γ) – eletricamente neutros e de natureza eletromagnética, são emitidos quando as cargas do núcleo atômico ainda não foram totalmente estabilizadas, mesmo após a emissão das partículas alfa e beta. Têm capacidade de penetração maior que os demais.
Transmutação artificial
Realizada em laboratórios de Física Nuclear, a transmutação artificial é um fenômeno que transforma o núcleo atômico de um elemento químico no núcleo de outro elemento. Foi descoberta pelo casal Fréderic Joliot e Irène Curie em 1934.
A diferença entre os processos natural e artificial está no fato de que, no primeiro, o núcleo atômico perde partículas, dando origem a um novo núcleo. Já no segundo, usa-se uma partícula no núcleo de determinado átomo a fim de transformá-lo.