Estratificação Social e Trabalho para Weber e Durkheim

Sociologia,

Estratificação Social e Trabalho para Weber e Durkheim

Estratificação Social e Trabalho

O século XIX surge num contexto de grandes transformações sociais e políticas. A forma de pensar a sociedade adquire novas características. Em razão da complexidade social e econômica que se estabelece a partir da Revolução Industrial e da urbanização, a sociedade passa a ser objeto de estudo e investigação científica, sendo ela própria, a sociedade, a matéria científica.

Para que se compreenda a importância do papel de Weber e Durkheim no estudo da sociedade do século XIX, que adquiria novos contornos e maior complexidade no século XX, é preciso estabelecer contato com a visão marxista da sociedade. Marx vislumbrava o antagonismo de classes como fator de disputas e mudanças na sociedade. Em sua visão, as classes se desdobravam a partir da oposição entre aqueles que compravam e vendiam o trabalho em troca de salários. Haveria, então, de um lado, a força de trabalho e, do outro, os donos dos meios de produção e distribuição, numa relação de exploração, que estaria estabelecida a partir da apropriação do Estado pela classe burguesa.

Max Weber (1864-1920)

Max Weber ampliou a perspectiva de estratificação social, considerando o papel que cada grupo ocupava na cadeia produtiva, mas atribuindo a outros fatores políticos, econômicos, sociais e culturais a construção da posição dos indivíduos e grupos na sociedade.
Para Weber, a luta de classes seria apenas uma das possíveis causas de mudanças na sociedade.

Émile Durkheim (1858-1917)

Na visão de Durkheim, a divisão do trabalho no século XIX é dotada de complexidade e a mobilidade social é possível a partir da liberdade do indivíduo de traçar seu próprio caminho.

Para Durkheim, a estratificação social traria uma configuração mais complexa, na medida em que incluiria o funcionalismo público e o trabalho especializado.

A visão de Durkheim se aproxima da sociedade atual, na medida em que prevê a possibilidade de uma harmonia social a partir do estabelecimento de regras, que condicionassem as formas de relação de trabalho. Com regras claras, os diversos extratos sociais poderiam se integrar a partir de uma dinâmica de relação solidária, remodelando o próprio conceito de sociedade, propondo uma travessia entre o modelo feudal e o modelo multifacetado que caracteriza a sociedade atual.