Sociologia de Comte: Estática e Dinâmica Sociais
A teoria da estática e da dinâmica sociais de Comte é um dos primeiros esforços empreendidos para ordenar a sociedade humana a partir de uma abordagem científica.
Parte-se da investigação das estruturas sociais, aquelas sobre as quais a sociedade se estabelece no momento presente. Essas estruturas são a estática social. Podemos incluir entre os elementos que podem compor a estática social: a religião, o código moral aceito, a propriedade, a família, a escola e o trabalho.
Dentro dessa estrutura, cada indivíduo ocupa um papel e todos colaboram entre si, de forma voluntária ou não, segundo Aristóteles. Para Comte, o princípio sociológico fundamental da estática social é: “a separação dos ofícios e a convergência dos esforços”. Sendo assim, cada indivíduo é único, mas a melhor forma de ordenar a sociedade é que essa individualidade ocupe um papel convergente com os dos demais membros.
Dinâmica social
A base da dinâmica social é a aceitação de que ela é fruto do acúmulo das mudanças históricas. Essa visão de Comte aponta para o caráter de sua obra filosófica, impresso na estruturação do pensamento positivista. Não se restringe o autor a investigar, compreender e ordenar a estática social, mas estabelecer um controle sobre a dinâmica social.
Comte entende que toda mudança precisa estar harmonizada com a ordem social. Em outras palavras, só é possível imaginar o progresso com ordem, que é o produto da defesa da estática social. Para que haja progresso é necessário que a sociedade esteja alicerçada por valores aceitos e inquestionáveis.
Na visão de Comte, o progresso é o desenvolvimento da ordem, como uma mudança de patamar que valorize todos os indivíduos e compartilhe benefícios. A tecnologia e as demandas ambientais são aspectos da dinâmica social, que movem a sociedade, levando a estática social para um novo degrau.
O pensamento positivista influenciou fortemente os militares brasileiros, o que explica a inscrição “Ordem e Progresso” na bandeira brasileira.