Resumo Manoel Antônio de Almeida

Biografias,

Resumo Manoel Antônio de Almeida

Manuel Antônio de Almeida é natural do Rio de Janeiro e nasceu no dia 17 de novembro de 1830. Seus pais eram os portugueses Antonio de Almeida e Josefina Maria de Almeida. Manuel perdeu o pai ainda muito novo, com 11 anos. Para contentar a família, ele chegou a completar a faculdade de medicina, em 1855, mas não seguiu a carreira de médico e, por causa de problemas financeiros, acabou trabalhando com letras e jornalismo.

Resumo Manoel Antônio de Almeida

Além de redator, Manuel Antônio de Almeida também trabalhou no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro como professor e fazia parte do Congresso das Sumidades Carnavalescas, a primeira sociedade carnavalesca no Rio de Janeiro.

Em 1858, ele conheceu o então aprendiz de tipógrafo Machado de Assis, quando foi nomeado para diretor da Tipografia Nacional e, desde então, fez dele seu protegido.

Manuel tentou iniciar uma carreira política, como candidato à Assembleia Provincial do Rio de Janeiro, mas morreu muito jovem, aos 31 anos, em 1861, no naufrágio do navio Hermes, em Macaé, litoral do estado do Rio.

ÚNICO ROMANCE

Manuel Antônio de Almeida trabalhou como redator no Correio Mercantil e foi no suplemento A Pacotilha que escreveu seu único romance, em forma de folhetins, entre 1852 e 1853, de forma anônima. Trata-se de “Memórias de um Sargento de Milícias”, que, em 1854, foi publicado em dois volumes, sob o pseudônimo de “Um Brasileiro”.

Após a morte do autor, houve a terceira edição e essa possuía seu nome real.

A crítica da época não deu muita importância para a obra e apenas após a morte de Manuel é que o trabalho foi devidamente valorizado.

“Memórias de um Sargento de Milícias” é um romance inovador, pois retrata histórias de famílias de classe média e baixa, o que era algo bastante incomum na época em que os autores preferiam escrever sobre a aristocracia.

Manuel teve uma infância pobre e utilizou suas vivências como inspiração para escrever seu único livro.

Os acontecimentos de “Memórias de um Sargento de Milícias” foram narrados a Manuel por um colega da Tipografia Nacional, que havia trabalhado como sargento e contou histórias sobre o autoritarismo do major Vidigal, um dos protagonistas da obra.

O romance conta a história de Leonardinho, cujos pais, Maria da Hortaliça e Leonardo Pataca, eram portugueses que se conheceram em uma viagem ao Rio de Janeiro.

Leonardinho é abandonado pelos seus pais e sua criação é feita pelo compadre barbeiro. É um garoto endiabrado e que, depois de adulto, se torna um jovem pícaro, que não quer saber de procurar uma ocupação, ficando apenas na malandragem. Trata-se de um personagem bastante diferente de heróis românticos.

Na literatura, o gênero picaresco se caracteriza pela história de um pícaro, que quer dizer “malandro”. O personagem, que geralmente é doce e inocente, vai se transformando e se corrompendo com a vida que leva e com a realidade em que vive.

No caso de Leonardinho, ele é um pícaro um pouco atípico, pois não é tão inocente assim e, por mais que se modifique com o mundo em que vive, tem um final bom, diferente dos pícaros comuns.

Manuel Antônio de Almeida é apontado como um autor em transição do Romantismo, para o movimento seguinte, o Realismo, e “Memórias de um Sargento de Milícias” é visto por alguns estudiosos como o primeiro romance de costumes, por retratar a sociedade em toda a sua simplicidade.

Manuel escreveu também uma peça em 1861, chamada “Dois Amores”. Essa peça foi apresentada após sua morte, mas não obteve sucesso.

IMPORTÂNCIA PARA A LITERATURA

Manuel Antônio de Almeida escrevia de forma descompromissada, pois não estava interessado no sucesso ou no dinheiro. Seu interesse era retratar a sociedade da época e fez isso com muito humor, objetividade e inclinações realistas. Escrevia sobre as pessoas simples, de forma coloquial e com aspectos jornalísticos e seu grande talento como narrador foi o que fez da sua obra um grande sucesso.

Manuel também escreveu muitos artigos, crônicas e críticas em vários jornais e, em 1991, Bernardo de Mendonça reuniu todo esse material em livro, chamando-o de “Obra Dispersa”, que reúne também a opereta “Dois Amores” e três antologias complementares.
Por mais que sua obra seja pequena, Manuel Antônio de Almeida foi um importante estimulador das letras no Brasil.

O autor é classificado dentro do romantismo, mas sua obra inovadora também possui características bem parecidas com os conceitos do realismo.

Algumas características do romantismo na obra de Manuel Antônio de Almeida são as seguintes:

  • Linguagem descuidada;
  • Tom irônico e satírico;
  • Estilo frouxo;
  • Final feliz do protagonista.

Mesmo com as características românticas, a obra se diferencia ao falar sobre as classes mais baixas, a milícia e o clero e, principalmente, por não ter personagens idealizados.

Manuel Antônio de Almeida foi homenageado pela Academia Brasileira de Letras e ocupa a cadeira de número 28.