Detergente e poluição

Biologia, Quí­mica,

Detergente e poluição

Todos os produtos de higiene pessoal e da casa causam algum tipo de impacto na natureza, porém alguns deles são ainda mais daninhos e um dos principais agentes de poluição de rios e de todo o meio ambiente.
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A espuma gerada pelos detergentes que saem pelo ralo vão diretamente para a rede de esgoto. O problema é que boa parte dessas redes não são devidamente tratadas, e muitas vezes são os rios e lagos que recebem toda a poluição. Como a falta de água é algo muito possível no futuro, é fundamental tomar todos os cuidados para mantê-la saudável e abundante na natureza.

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Boa parte dos detergentes brasileiros é feito com alquil-benzeno-sulfonatos de sódio, mas a qualificação se é ou não biodegradável depende das composições químicas que se misturarão com a base. Esses produtos em geral têm cálcio ou magnésio em excesso, que afetam a água e podem ser cancerígenos no contato humano.

Eles também possuem substâncias chamadas de tensoativas, capazes de diminuir a tensão entre dois líquidos diferentes como água e óleo, que perdem a capacidade de se separar, facilitando a limpeza diária. Essa substância pode ou não prejudicar o meio ambiente, dependendo da mistura que é utilizada.

As substâncias tensoativas podem ser misturadas com agentes sequestrantes que ativam o poder de limpeza, principalmente em locais de alta concentração de magnésio. Uma dessas substâncias é o tripolifosfato de sódio, que faz com que o produto não seja biodegradável.

A Anvisa proibiu que os detergentes tenham tensoativos não biodegradáveis, mas ainda assim há o acréscimo de corantes, conservantes e fragrâncias, que servem de atrativos para a sua compra e influenciam diretamente na poluição dos rios.

Os produtos usados para lavar roupas possuem de 35% a 75% de sais de fosfato, um dos maiores responsáveis por problemas na água. Eles ainda podem causar a eutrofização, que tira o oxigênio da água e, consequentemente, mata os organismos que vivem nela. Inclusive, pode contribuir com a proliferação de algas, o que também podem ser fatal para a fauna local.

Quando os detergentes não são biodegradáveis eles formam uma espuma branca e espessa, a qual é apelidada de “cisnes de detergente” e que impede a entrada de oxigênio na água. Isso afeta diretamente os animais e plantas, assim como a própria composição da água que se torna, com o tempo, inapropriada para a vida.

Isso acontece quando os microorganismos existentes na água não conseguem quebrar as moléculas de detergentes não biodegradáveis, já que suas enzimas não as reconhecem e impede que ele se decomponha. Se não se decompõe, acumula nas águas.

Essa espuma é o sintoma de que existe uma séria contaminação na água. Ela costuma ser grossa e se estender por muitos metros. E, em casos gravíssimos de contaminação, chegar até mesmo à água doméstica e aparecer em torneiras.

Outro fator são as substâncias antropogenéticas que se aliam a componentes como metais pesados, pesticidas, herbicidas etc. Eles escurecem a água e impedem que haja luz solar no interior dos rios, inibindo o crescimento das plantas que existem no seu fundo.

No ser humano, esse tipo de contaminação pode provocar até doenças fatais quando fortemente contaminada. E desenvolver doenças no fígado, estomago, irritações na pele e sintomas como náuseas, cólicas e dor de garganta.

O homem pode ser contaminado através do contato direto com a água poluída com o detergente ou até mesmo indiretamente, quando ingere alimentos irrigados por esse tipo de água e que acabam também se contaminando.

Alternativas conta a poluição

Infelizmente, boa parte dos cursos de água doce brasileiras contém composições tóxicas em pequena ou grande proporção. Sua acidez acaba sendo elevada pela presença de metais como o chumbo e outros, os quais ativam micro-organismos daninhos ao homem e que alimentam bactérias e vírus causadores de doenças.

A precaução que as pessoas comuns devem tomar é procurar sempre produtos com a indicação de biodegradáveis na embalagem, já que eles provocam uma reação muito mais harmônica com a água e menos danosa, mesmo que ainda assim possam ser prejudiciais ao meio ambiente.

A questão é que os biodegradáveis despejados em grandes quantidades podem ter uma reação semelhante aos não biodegradáveis e impedir a oxigenação dos seres aquáticos. Para minimizar essa poluição é preciso economizar na utilização desses produtos, bem como ajudar nessa cadeia de pessoas que podem contribuir conscientemente para a não poluição das águas.

O vinagre e o bicarbonato de sódio também podem ser uma boa alternativa para evitar o uso de sabão e detergente com tanta frequência, mesmo os biodegradáveis. Os dois produtos têm grande poder de limpeza pela acidez que possuem. Eles fazem parte de muitas composições de produtos de limpeza ecológicos que já começam a aparecer em maior número no mercado, mas procure produtos com selo de certificação que atesta serem realmente produtos sem agentes químicos danosos.