Extração de clorofila
A clorofila é o elemento encontrado nas células das plantas, e é a responsável por dar a cor verde característica das folhas. Como é possível verificar, as tonalidades de verde variam de acordo com cada planta e essa variedade de tons só acontece por conta da absorção de luz, através do espectro de luz, que varia entre o azul e o vermelho, resultando em tons esverdeados nas folhas.
Esse elemento é fundamental para as plantas, pois ele é capaz de captar a luz e o dióxido de carbono, transformando-os em alimento, garantindo a sua própria subsistência.
Diferenças e características
Existem quatro tipos de clorofila: a, b, c e d. As clorofilas do tipo a e b são as mais comuns e mais conhecidas – são encontradas nas plantas de cor verde e são responsáveis pela clorofila. Já as clorofilas do tipo c e d são encontradas nas cianobactérias e algas. Dessa forma, todas as clorofilas atuam na absorção da luz, e por isso, quando as plantas ficam em ambientes escuros, desprovidos de luz solar, elas acabam perdendo a coloração verde, podendo ficar azuis, avermelhadas ou amareladas.
Por possuir essas características interessantes, a clorofila serve de estudo para vários pesquisadores, que a extraem das folhas e a submetem a diversos experimentos, desde os mais simples até os mais avançados e complexos. Hoje em dia a clorofila é usada nas mais diversas composições farmacêuticas, nos cosméticos, na culinária, nas dietas, em alguns detergentes e até em produtos de higiene bucal.
Todas essas utilizações são decorrentes dos inúmeros estudos nessa área, já que diversas universidades e pesquisadores se dedicam tempos para a extração, estudo e aprofundamento sobre todas as características das diferentes clorofilas, os seus principais componentes e a sua utilização em outras áreas, como descrito anteriormente.
No entanto, apesar de parecer um processo fácil, a extração da clorofila não é tão simples como parece, e se não for feita da maneira correta, pode perder os seus efeitos e resultados, contribuindo muito pouco ou nada com os estudos. O modo mais convencional, descrito nos livros didáticos, é a extração da clorofila a, que é a mais comum e a encontrada em maiores quantidades nas plantas.
Para esses procedimentos, utiliza-se o método de extração através de solventes, como o metanol ou a acetona. Em seguida, a substância é submetida a resfriamento com nitrogênio líquido, e depois, é refluxada e ainda, filtrada, para então ser destinada para a separação dos materiais, onde se obtém a clorofila separada da folha.
O processo segue essa ordem, no entanto, as etapas de refluxo e filtração são repetidas por várias vezes, até se obter o resultado desejado. Além disso, os pigmentos que são resultados desses procedimentos são ainda submetidos à purificação, que é feita em coluna cromatográfica à base de polietileno. Depois do tempo levado para a decantação, separação e eliminação dos solventes, as partes resultantes são novamente purificadas em colunas cromatográficas, mas desta vez, à base de açúcar, e por fim, cristalizadas na presença de isoctano.
Por se tratar de um processo um tanto complexo, as universidades – em especial as turmas de estudantes de química – procuram novas formas de realizar esse procedimento, tanto para estudos acadêmicos quanto para buscar melhorias nos procedimentos industriais, facilitando a fabricação dos novos produtos que usam a clorofila em suas composições.
Experiência de extração de clorofila
Como vimos o método de extração da clorofila é bastante complicado, e em muitos casos até desvantajoso. De fato: para experimentos mais avançados são necessários vários componentes, incluindo solventes não muito comuns. No entanto, para se ter uma ideia de como esse processo acontece, de uma maneira muito mais fácil e simples, é possível fazer um experimento prático e rápido.
Para isso, você vai precisar apenas de folhas verdes, um recipiente e álcool. O primeiro passo é certificar-se de que o recipiente está bem limpo e seco. Em seguida, coloque as folhas secas (pode ser mais de uma). Por fim, cubra as folhas com álcool. Agora é só deixar descansar, de um dia para o outro.
Você vai perceber que as folhas, que antes eram verdes, começarão a ficar amareladas, e o álcool, que era transparente, ficará verde.
Esse processo é a forma mais simples de compreender como acontecem os procedimentos de extração da clorofila, de uma maneira muito mais simples e fácil, com os mesmos princípios. No lugar do álcool, você também pode usar acetona.
Atenção! Não faça esse experimento sem a ajuda de um adulto, e tome muito cuidado para não deixar o recipiente com as folhas e o álcool próximo ao fogo ou lugares superaquecidos, evitando acidentes graves.
Se deseja complementar o seu experimento, você pode utilizar o álcool colorido verde, resultante do seu procedimento, para tingir pequenas peças de roupa, ou até mesmo um filtro de papel. Você verá que ao colocar o filtro de papel dentro do recipiente, ele ficará com a cor verde, da clorofila.