Fotoblastismo

Biologia,

Fotoblastismo

Vindo do grego “photos”, que significa luz e “blastos”, que significa “broto”, o fotoblastismo é uma ação na qual a luz exerce influência no processo de germinação de uma semente. Esse efeito pode ter uma fonte direta ou indireta de luz na hora da germinação.

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A resposta à luminosidade varia, com a maioria das plantas. No entanto, todas elas condicionam sua resposta mediante a um aspecto: o fitocromo. O fitocromo é um tipo de proteína que está presente nas células vegetais e é justamente essa proteína que ativa a resposta das sementes diante da luminosidade.

Essa relevância de luz para as sementes também varia dependendo do porte das sementes. Quanto menor for a semente, maior é a necessidade dela ser plantada perto da superfície do solo para consumir maior quantidade de luz e, assim, ter um processo de germinação saudável. Entretanto, não são todos os tipos de plantas que necessariamente precisam de luz – é aí que ocorrem tipos variados de fotoblastismo nas plantas.

Tipos de fotoblastismo nas plantas

Embora o processo do fotoblastismo seja o mesmo para qualquer planta, não são todas que reagem ou passam por esse processo de modo igual. Dessa forma, a classificação dessas plantas pode ser dividida em três tipos: sementes fotoblásticas positivas, sementes fotoblásticas negativas e sementes fotoblásticas neutras.

• Sementes fotoblásticas positivas: esse tipo de sementes é caracterizado pela participação ativa da luz no processo de germinação. Assim, a dependência de luz é algo de suma importância para o desenvolvimento da semente. Essas sementes não germinam no escuro e quanto mais próximas do solo, melhor será o processo. Quanto mais profundo forem plantadas, mais atrasada será a germinação e suas reservas nutritivas terão um índice bem reduzido;

• Sementes fotoblásticas negativas: aqui o processo é invertido. A luz causa inibição na germinação das sementes. Ao contrário do que alguns pensam, muitas sementes são fotoblásticas negativas e não necessitam propriamente de luz para se desenvolver. Nesse caso, elas só germinam no escuro. Daí a importância dessas sementes serem plantadas profundamente no solo, sem a preocupação de luz solar, pois é aí que a germinação será garantida. A semente do maxixe, por exemplo, é uma semente fotoblástica negativa, e quanto mais no fundo do solo for plantada, melhor será seu desenvolvimento.

• Sementes fotoblásticas neutras: como o próprio nome já diz, essas sementes não seguem um padrão específico para germinar. Seja com um contato mais próximo da luz solar ou mais profundamente no solo, essas sementes germinam em qualquer circunstância. Sementes de milho e de aroeira são exemplos de sementes fotoblásticas neutras, tendo a dependência de outros recursos para germinar, como a hidratação.

Características do fotoblastismo nas sementes

Mesmo que aparente ser um processo simples, o fotoblastismo também promove variedades nas respostas que essas sementes oferecem por conta da luz. O tempo, o tipo de semente, o tamanho e até o solo podem influenciar os estímulos que as plantas sofrem.

Não importando se a semente é fotoblástica positiva, negativa ou neutra, essa mesma semente pode apresentar algumas características decorrentes por conta de alguns fatores. Um deles é o tempo. À medida que o tempo passa, se a semente da planta for seca, é mais provável ela se tornar insensível à luminosidade. Isso significa que sua germinação pode ser tardia ou nem chegar a germinar, causando uma morte prematura.

Outro detalhe é a interferência no processo de germinação. Algumas pessoas, como agricultores, costumam variar a exposição das sementes à luz. Por hora em ambientes claros e depois em ambientes escuros, essas sementes passam a ter uma característica negativa e chegam a não precisar mais de luz para germinar. Isso é comum na semente de alface, que mesmo sendo pequena, as alterações de luz no ambiente a fazem se tornar mais resistente com a ausência de luz e ela consegue germinar sem o auxílio desse fator.

Além disso, há também o aspecto do uso de produtos bioquímicos no solo e isso é um problema grave. O primeiro detalhe é que as sementes deixam de germinar com um processo natural e essa interferência pode atrapalhar outras circunstâncias de desenvolvimento e amadurecimento da semente até chegar ao fruto. Mesmo que esses reagentes visem acelerar o processo de germinação, isso prejudica o solo e faz com que o fotoblastismo seja fraco e as sementes apresentem substâncias nocivas que podem contaminar outras plantas.

O segundo detalhe é que esses mesmos produtos bioquímicos secam mais rápido as sementes. Não importando de qual tipo elas sejam, as sementes ficam mais secas e a sensibilidade à luz diminui. Para sementes fotoblásticas positivas isso pode ser um problema, como é o caso da semente de alface, que não chega a se desenvolver como deveria.

Daí a importância de conhecer a estrutura da semente e o manuseio adequado para que a semente cresça e se desenvolva de modo sadio e sem interferências.