Genealogia
Conhecer a própria história e sua origem é o foco da genealogia, ciência auxiliar da História que estuda a disseminação das famílias pelo mundo, sua evolução e conexão entre os sobrenomes. Conhecida como o estudo dos parentescos, a genealogia traça a história familiar do indivíduo e acaba englobando outras ciências tais como a sociologia, arte, economia e até o direito.
O levantamento é minucioso e estendido aos descendentes e ascendentes, mas há uma série de dificuldades encontradas no caminho, especialmente criadas pelas mudanças ortográficas e outros tipos de modificações nominais. É preciso buscar o máximo de detalhes para chegar à construção da árvore genealógica mais completa possível.
O que é e como é feita a genealogia
A pesquisa é feita utilizando todos os tipos de documentos possíveis, como certidões, registros civis que sejam de pais, tios, avós, avôs, bisavós e bisavôs, até mesmo o mais longe possível de descendência. A busca pode ser feita em cartórios, igrejas, arquivos públicos, biblioteca, museus e qualquer instituição pública que possa atestar a veracidade do documento encontrado.
A partir desse estudo é possível saber detalhes sobre o local de nascimento dos parentes próximos e distantes, assim como outros dados peculiares como posição social e por quais caminhos eles possam ter se direcionado. Tudo incluindo data e locais, permitindo uma exatidão na construção do que se chama de árvore genealógica ou heredograma.
A árvore genealógica é uma representação gráfica que vai criando as conexões familiares entre os indivíduos, facilitando a visualização dessas ligações. Pela forma como vai se desenvolvendo ao longo da pesquisa, ela se assemelha a uma árvore, numa sequência conhecida como Fibonacci.
Elas podem incluir nomes, datas de nascimento e morte, além de informações extras como casamentos e representação fotográfica. A mais conhecida é a que possui uma base com crescimento exponencial, mas também pode partir de seu topo, através de um antepassado comum e como se desenvolve sua descendência.
A genealogia não é utilizada apenas para quem tem curiosidade em conhecer sua família. É um dado histórico de fundamental importância para se compreender a formação da sociedade e da cultura de um povo, mas também pode ser essencial para a medicina. A árvore genealógica pode permitir ao cientista estudar a evolução de doenças genéticas.
Inclusive, é também possível identificar etnias e até regiões geográficas de origem a partir da análise do DNA do indivíduo. E mesmo que ele se considere branco, a maioria possui contribuições africanas e/ou indígenas de distantes antepassados.
A origem da genealogia brasileira
Ao viajar pelo mundo é possível perceber que a humanidade é hoje formada por uma grande variedade de raças, que vão se distribuindo entre inúmeras regiões. Uma das suas distinções é baseada pelos traços hereditários, nos quais uma nação se define pelas suas características físicas em comum.
Mesmo que nesses traços haja similaridades peculiares entre um grupo de pessoas, nenhuma raça pode ser considerada pura e sim formada por influência de outras ao longo da história, através da miscigenação.
Em quinze gerações, o Brasil acabou formando sua própria estrutura genética a partir do entrecruzamento de europeus, africanos e índios. Mas mesmo que a base sejam os portugueses, índios e negros africanos, outras etnias deixaram sua contribuição nessa rica mistura. É importante notar que entre os próprios grupos básicos há diferenças entre si, como o grupo de índios que podem ser tupi, caraíba, aruaque entre outros, inclusive com características bastante específicas.
Os povos africanos escravizados pertenciam a dois grupos: o de bandos e os sudaneses. Os sudaneses eram mais altos e com um nível cultural mais avançado, se distribuindo pela região da Bahia enquanto os bandos, mais fortes eram mais concentrados em regiões cafeeiras, de criação e açúcar de Minas Gerais e do restante do Nordeste.
Já os brancos por muitos séculos foram majoritariamente compostos por portugueses, mas a partir do incentivo da imigração, o país também foi povoado por alemães, italianos, eslavos, espanhóis, finlandeses, suíços, árabes e dos amarelos japoneses.
A totalidade da população brasileira tem 47,7% declarada branca, 43% se considera parda, 7% acreditam ser negros e apenas 3% são de índios. Mas entre as regiões esses números se alteram, como é o caso do Norte e Nordeste brasileiro, cuja maioria da sua população é composta de mestiços, negros e índios. Já no Sudeste, há uma vantagem numérica para a população branca, que se torna majoritária no Sul do país.
A grande imigração europeia ocorrida no final do século XIX e início do XX foi basicamente no Sul, especialmente Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com alguns picos no Sudeste como São Paulo e Rio de Janeiro.
Enquanto isso os negros, índios e mestiços se estabeleceram na região Norte e Nordeste, através dos quilombolas, tribos indígenas resistentes e mestiços que buscavam se estabelecer entre fazendas de café, cacau e mineradoras.
Mas a cor da pele não é um indicativo eficaz da origem étnica do indivíduo. Milhões de brasileiros que se consideram brancos e até negros, possuem material genético de povos indígenas em seu DNA. Por haver tanta heterogenia, o grau de ancestralidade indígena varia entre cada pessoa e sua posição geográfica.
O indivíduo pode ter forte ancestralidade indígena em seu lado genealógico paterno, enquanto o materno possui o de brancos e negros. No Brasil, o principal padrão eram o do homem ameríndio que procriavam com mulheres de origem africana.
A análise dessa ancestralidade é feita pelo cromossomo Y e o DNA mitocondrial, que pode identificar os antepassados longínquos, inclusive definindo origem geográfica do materno e do paterno. A análise desses DNAs de brancos brasileiros indica que os que descendem de índios provêm da linhagem materna e minimamente paterna.
O brasileiro em geral possui contribuição das três principais etnias, em que um grupo é mais intenso de acordo com a região do Brasil onde são avaliados os indivíduos.