Glândulas Sebáceas
O tecido epitelial, além de revestir o corpo, tem capacidade para secretar e eliminar substâncias importantes para o organismo, através das glândulas. Conforme o tipo de secreção e a forma de eliminação dessas substâncias, as glândulas são classificadas em endócrinas e exócrinas.
Glândulas endócrinas eliminam as secreções (hormônios) na corrente sanguínea. São exemplos desse tipo de glândula a tireoide e a hipófise. As glândulas exócrinas eliminam as secreções através de dutos até a superfície da pele ou para dentro de órgãos. As glândulas sebáceas fazem parte do sistema exócrino. Este sistema possui ainda glândulas sudoríparas (secretam suor), biliares, mamárias, mucosas, salivares. O pâncreas é uma glândula mista, ou seja, funciona como uma glândula endócrina e exócrina.
Localizadas na derme, junto aos pelos do corpo, as glândulas sebáceas são classificadas quanto à forma e à maneira de eliminar as substâncias, como acinosas e holócrinas. Acinosas porque a parte secretora das glândulas sebáceas tem formato arredondado. Holócrinas porque eliminam secreções com as células mortas. Estas secreções são os produtos que se acumulam excessivamente no citoplasma, provocando a desintegração natural da célula.
Observando as células das glândulas sebáceas através de um microscópio eletrônico vemos que essas células possuem tonofilamentos, o que confirma a origem em tecido epitelial. Com o acúmulo de lipídios, o glicogênio é consumido rapidamente. Isto provoca o deslocamento dos tonofilamentos. Ocorre um aumento acentuado do tamanho da célula (aproximadamente 100 vezes), tornando-a com um corpo estranho. Posteriormente, em estágio avançado, ocorre a desorganização da membrana celular. A célula se desintegra, sendo que a célula morta mais o conteúdo acumulado (sebo) são excretados pelos dutos sebáceos.
Secreção produzida pelas glândulas sebáceas
A secreção produzida pelas glândulas sebáceas é denominada sebo, constituído por lipídios como ácidos graxos, triglicerídeos, esqualeno e ceras. Estas substâncias seguem por dutos excretores ou folículos pilosos para a superfície do corpo ou para dentro da cavidade de órgãos. A estrutura formada pela glândula e o folículo piloso é denominada unidade pilossebácea.
As glândulas sebáceas estão mais concentradas na face, couro cabeludo, tórax e costas. No entanto, elas existem em outras partes do corpo, exceto na planta dos pés e na palma das mãos. Nas áreas com maior concentração podem ser encontradas de 400 a 900 glândulas sebáceas por centímetro quadrado. Em partes do corpo onde são menos abundantes, a quantidade chega a aproximadamente 100 glândulas sebáceas por centímetro quadrado.
O número de glândulas sebáceas não se altera ao longo da vida. O que muda é a quantidade de secreção (sebo) produzida. Para as mulheres, a redução do volume de sebo diminui a partir da menopausa. Em homens, porém, as glândulas sebáceas continuam produzindo secreções até a alta idade.
O sebo produzido por estas glândulas têm a função de lubrificar e impermeabilizar a pele, hidratar os pelos e reduzir a perda de água do corpo através da transpiração excessiva. O sebo também tem ação bactericida. A substância é inodora, porém, a ação de bactérias pode causar mau cheiro em determinadas partes do corpo.
O sebo produzido pelas glândulas sebáceas têm outra função importante. Quando a temperatura ambiente aumenta, a secreção se torna mais fluída e é distribuída por toda a superfície cutânea para evitar que a evaporação do suor provoque rachaduras na pele. Em épocas de baixas temperaturas, o sebo fica mais sólido, dificultando a evaporação do suor e, assim, atuando para manter a temperatura do corpo em condições normais.
Na infância e pré-puberdade, as glândulas sebáceas não produzem muita secreção. Mas, na fase da puberdade, a produção aumenta significativamente, em consequência da ação de hormônios sexuais como a testosterona, progesterona e estrógeno.
Glândulas sebáceas: acne na puberdade e outras patologias
Quando o indivíduo entra na puberdade, as glândulas sebáceas passam a produzir mais secreção. Esta atividade pode resultar em um problema que muito desagrada os jovens: a acne. Além do aumento da produção de sebo, contribuem para a formação de acne a concentração de queratinócitos (células que se encontram na epiderme), a proliferação de bactérias e a inflamação da pele.
Para os adolescentes, principalmente, a acne pode ter um impacto negativo na autoestima. Pessoas tímidas ou vaidosas, com acne, são as que mais sofrem com a aparência do rosto. O tratamento é realizado à base de substâncias que inibem a produção das glândulas sebáceas em áreas afetadas pela acne.
No sentindo contrário, quando as glândulas sebáceas não produzem a quantidade normal de sebo, a pele fica ressecada, os cabelos ficam sem brilhos e frágeis, quebrando com facilidade. Estes problemas são eliminados ou reduzidos com o uso de produtos medicamentosos e cosméticos.
Outras patologias podem afetar as glândulas sebáceas. Quando ocorre o bloqueio de uma glândula sebácea pode ocorrer um cisto sebáceo. A hiperplasia sebácea resulta do aumento do tamanho dessas glândulas. O câncer da glândula sebácea é raro, porém é uma forma de carcinoma muito agressivo, que evoluir rapidamente. O neoplasma chamado adenoma sebáceo é uma forma benigna de câncer que afeta essas glândulas. Somente os profissionais médicos podem fazer o diagnóstico conclusivo para cada situação e indicar o tratamento adequado.
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