Maricultura

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Maricultura

A maricultura engloba qualquer tipo de atividade humana que é desenvolvida num ambiente aquático com água salgada – caracterizadas pelo cultivo de organismo aquático de forma artificial, num ambiente controlado, isso porque este não acontece espontaneamente na natureza. As mais importantes dessa lista são: piscicultura (peixes), mitilicultura (mexilhões), algacultura (alga), ostreicultura (ostras) e carcinicultura (camarões).

Portanto, a maricultura é um termo usado para definir todas essas atividades que englobam a criação de organismos aquáticos marinhos, sendo dividida em subáreas especificadas para com o tipo de espécie que protagoniza a criação. Esse segmento tem sido tratado como uma opção econômica e técnica para atender a demanda comercial de proteína marinha, assim como a preservação de estoques naturais de recursos pesqueiros.

A maricultura normalmente é realizada nas regiões costeiras e também nos sistemas em mar aberto – essa segunda alternativa impõe diversos desafios, principalmente quando se fala nas estruturas de cultivo, estas que precisam se adaptar à dinâmica dos ambientes e também à viabilidade socioeconômica.

Maricultura

A maricultura pelo mundo

O cenário da maricultura em território brasileiro é cada vez mais interessante, com essas atividades alcançando um bom e rápido desenvolvimento. No estado de Santa Catarina, por exemplo, o cultivo de moluscos é o grande destaque e transforma o país no segundo maior produtor da América Latina.

A atuação do estado catarinense é concentrada no cultivo de moluscos por conta das condições oceanográficas bastante propícias. Assim, Santa Catarina acabou se tornando no maior produtor de mexilhões da América Latina – a produção no estado representa 95% do cultivo em todo o Brasil.

O cultivo de mexilhões, em terras tupiniquins, apareceu como forma de exploração racional de recursos marinhos e protagonizou por décadas o desenvolvimento de experimentos na região sudeste brasileira. O cultivo de camarões também é bem comum em outras regiões brasileiras.

No resto do mundo, o ranking de produção envolvendo atividades da maricultura tem os seguintes países nas primeiras colocações: China, Peru, Japão, Índia e Estados Unidos. O Brasil está na 27ª posição.

A maricultura apareceu no cenário mundial como uma maneira de impulsionar a produção de alimentos, isso porque a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que a população no planeta Terra passe de 5 bilhões (dado de 1990) para 8 bilhões (previsão para 2025). Essas atividades ajudariam a melhorar a qualidade de vida, gerar mais oportunidades de emprego e produzir alimentos para as gerações no futuro.

As atividades mais comuns da maricultura

A carcinicultura, que nada mais é do que o cultivo de camarões é um dos principais ramos dentro da maricultura. O setor no Brasil é caracterizado pela constante introdução de espécies exóticas, como é o caso da Litopenaeus vannamei, tipo de organismo importado diretamente da costa oeste do Oceano Pacífico. São mais resistentes que as espécies nativas do litoral brasileiro.

O cultivo de camarões engloba as áreas de restinga (espaços geográficos compostos por depósitos arenosos paralelos à linha da costa) e mangue (ecossistema costeiro). É uma atividade que atrai altos investimentos e envolve atividades como a confecção de tanques, sistemas de bombeamento de água, infraestrutura física, alimentação e controle de ambiente.

Outro segmento da maricultura é a algacultura, que é o cultivo de algas. Nos dias atuais é uma atividade que tem seu papel no mundo todo, tendo gerado mais de 15 milhões de toneladas de algas e uma margem de lucro de mais de sete milhões de dólares por ano.

Essa atividade tem uma importância enorme, afinal as algas servem de alimento para os seres humanos e também para os outros cultivos de organismos. As algas têm altas taxas de proteínas, beta caroteno, vitaminas e ainda podem ser utilizadas como complemento alimentar ou na indústria farmacêutica.

Algumas espécies específicas exercem um papel diferenciado. A Haematococcus pluvialis, por exemplo, produz a substância chamada estaxantina, que é usada ao lado de rações na alimentação dos salmões para deixar os músculos mais avermelhados. A substância tem ainda outras funções: ajuda no desenvolvimento do cérebro, aumenta a resposta imunológica, antigripal, contribui para o tratamento de doenças cardíacas e de lesões musculares.

Há ainda outra vertente importante da maricultura: a piscicultura, que é o cultivo de peixes. Surgiu há mais de quatro mil anos, na China, quando começaram a observar os peixes em seu ambiente natural. A tecnologia desenvolvida evoluiu e hoje essa atividade pode ser feita até mesmo nas áreas improdutivas ou de baixo rendimento agropecuário.

As finalidades da piscicultura são variadas: produção de peixes ornamentais, sanitária (ação controladora), povoamento e repovoamento de espécies, reduzir efeitos poluentes e ainda gerar oportunidades de emprego.

O cultivo de peixes pode acontecer por meio de procedimentos extensivos, nos quais o ambiente não tem controle algum, não se fornece a alimentação e não necessita de adubação. Há também os cultivos semi-intensivos, nos quais o ambiente tem controle e também não é comum o fornecimento de alimentos.