Lamarckismo

Biologia,

Lamarckismo

Estabelecida no século XIX, o Lamarckismo é uma teoria proposta pelo biólogo francês Jean-Baptiste Lamarck (daí o nome da teoria), que retrata o desenvolvimento e evolução das espécies no planeta.

lamarckismo

Um dos pensamentos que levou Lamarck a promover sua teoria é a de que as mudanças externas causavam mudanças relacionadas às necessidades dos organismos vivos no ambiente que sofria alguma alteração. Essas mudanças externas influenciavam em novos comportamentos nos seres vivos que eram afetados ou então alterações para se adaptarem.

A teoria lamarckista foi postada em 1809 no livro “Filosofia Zoológica” – e até hoje esse estudo serve para a realização de análises e debates sobre as Ciências Biológicas nas escolas e centros universitários. Ela também é importante porque ela serviu de base para outra teoria, o Darwinismo, proposta por Charles Darwin ainda mais para frente.

História da teoria e estudos primários

A teoria lamarckista começou a ser trabalhada por Lamarck em 1801, quando o biólogo analisava a necessidade de alguns seres vivos mudarem devido a alterações no ambiente onde viviam para assim sobreviverem. Essa mudança, em grande parte dos casos, causava uma alteração no próprio organismo do ser vivo relacionado ao seu comportamento.

Além dessa mudança interna, ela também era transmitida aos seus descendentes, se tornando algo também hereditário.

Lamarck adotou o exemplo de órgãos que não eram mais usados ou menos usados devido a essas mudanças no ambiente. Caso não houvesse uma mudança externa, influenciaria num tamanho ainda maior das estruturas do organismo. Se esse órgão não fosse usado, as estruturas do corpo poderiam diminuir ou mesmo se tornarem atrofiadas.

Em âmbito geral, Lamarck realmente acertou quando afirmou que os órgãos podem se desenvolvem a partir do seu uso e diminuir ou atrofiar se não fossem utilizados. Contudo, mais tarde Darwin concluiu que a hereditariedade dessas características é incorreta, uma vez que espécies mais fortes e adaptadas a um ambiente conseguem ter mais chances de sobreviver e a gerar novas espécies já com características advindas dessa mudança.

A hereditariedade nesse sentido não seria concreta de fato, pois as espécies mais fracas morreriam e deixariam de existir. Essa teoria de Darwin, também conhecida como seleção natural tem um resultado semelhante com a do Lamarckismo, porém as espécies mais fracas não conseguiriam sobreviver mesmo com as mudanças impostas ao seu comportamento.

Nenhum dos dois, tanto Lamarck quanto Darwin, conheceram o trabalho um do outro. Entretanto, a ideia darwinista é a mais correta perante a sociedade científica. Já a lamarckista ainda serve como base para estudos biológicos, embora outras teorias, como a genética mendeliana que foi redescoberta no início do século XX, venha entrar em conflito com algumas bases que o lamarckismo defende. A hereditariedade é uma das que mais são conflitadas por meio desse estudo.

As duas leis propostas no Lamarckismo

A ideia lamarckista então foi estabelecida com base em duas leis fundamentais: a Lei do uso e desuso e a Lei da herança dos caracteres adquiridos.

•Lei do uso e desuso: A lei do uso e desuso se concentra no desenvolvimento dos órgãos de acordo com suas necessidades. Se algum órgão no ser vivo não é utilizado, ele corre o risco de diminuir ou simplesmente atrofiar decorrente do desuso. Não só para o bem-estar do organismo, mas as mudanças externas alteravam o comportamento do ser vivo para estabelecer uma relação tranquila com o meio ambiente onde vive. Outra característica importante é que um órgão pode passar por uma mudança mais de uma vez, dependendo da necessidade que o ser vivo tem de se adaptar ao ambiente;

•Lei das heranças dos caracteres adquiridos: é a segunda lei e retrata que as mudanças que o organismo sofre por conta de impulsos externos também são passadas aos seus descendentes. Tanto a lei do uso quanto a do desuso eram transmitidas às próximas gerações. Entretanto, essa lei entra em conflito com o estudo da hereditariedade. Mudanças num ser vivo só são hereditárias mediante a uma modificação de genes, pois é o DNA que se encarrega em passar o gene modificado ao RNA que será processado pela proteína. A partir daí, é impossível que o DNA e o RNA modifiquem as informações recebidas e já processadas pela proteína.

Lamarck usava o famoso exemplo das girafas para expor como as duas leis, especialmente a segunda lei, se encaixavam. Segundo ele, a escassez de alimentos em alguns períodos impulsionava uma mudança de comportamento nas girafas, que tinham pescoços curtos. Para conseguir alcançar alimento em partes altas, como a copa das árvores, esses animais esticavam seu pescoço o bastante para conseguir se alimentar.

Com esse esforço, as girafas passaram a ter um pescoço mais comprido e por meio da hereditariedade, essa mudança era transferida às próximas espécies que eram nascidas. Contudo, ainda há outros exemplos como a regulação do epigenoma, que é transmitido aos descendentes. Mas as posições metiladas no processo genético faziam com que esse epigenoma voltasse ao estágio inicial de uma célula germinativa.