A importância do Canal de Suez
O Canal de Suez é uma via marítima que une o Oriente e o Ocidente. Está situado no Egito, em um istmo que liga o país aos continentes africano e asiático. A importância do Canal de Suez não é percebida em todos os continentes.
Ao ligar o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, o canal permite que embarcações naveguem da Europa para a Ásia sem precisar contornar a África pelo Cabo da Boa Esperança. A parte navegável da obra mede ao todo 162 km de comprimento. Outros canais de derivação elevam a extensão da construção a 195 km. São 365 metros de largura, dos quais 190 são totalmente navegáveis. O canal permite a passagem de navios de 15 metros.
Ao longo de sua jornada, o Canal de Suez passa por três lagos. O lago Manzala se localiza ao norte, em seguida, mais à frente, o lago Timsah, e depois, ao sul, o conjunto de lagos Amargos.
A importância do Canal de Suez
A importância do Canal de Suez para o transporte marítimo é enorme. Se ele não existisse, os países gastariam muito com exportação. Até mesmo uma embarcação que saísse da Itália para ir até a Índia teria que contornar o continente africano pelo Cabo da Boa Esperança.
Construído em apenas uma década, o canal de Suez é responsável por 14% do transporte mundial de mercadorias. Ao todo são aproximadamente 20 mil navios atravessando o canal anualmente.
A importância do Canal de Suez para a economia também é primordial. Se uma embarcação precisa atravessar 162 quilômetros de canal, sem ele seriam mais de 6 mil.
A Europa ficou mais próxima tanto da Índia como do Extremo Oriente. No século 19, logo após sua inauguração, um barco levava cerca de 3 dias para travessar todo o canal. Hoje em dia uma viagem leva entre 11 e 16 horas.
Os comércios acabaram formando a união dos mercados de matérias-primas da Ásia a Europa agroindustrial. O que ressalta a importância do Canal de Suez, que é refletida também no crescimento das povoações aos redores do Mar Vermelho. O petróleo, por exemplo, teve certo protagonismo no comércio, sendo negociado e utilizado nos portos da Ásia, Europa, e principalmente da África.
Mais de 15 mil navios com carga total de 300 a 400 milhões de toneladas passam pelo canal anualmente. Só em 2007 o Egito obteve uma receita de 4 bilhões de dólares, advindas do pedágio para o uso do canal.
Uma característica do Canal de Suez é não ter desníveis ou diferenças de níveis no mar ao longo do trajeto. Isso dispensa o uso de eclusas e comportas, como as usa, por exemplo, o Canal do Panamá.
A construção do Canal de Suez
A ideia de construir um canal que ligasse o Mar Vermelho e o Mar Mediterrâneo é muito antiga. Os faraós da Antiguidade foram os primeiros a realizar escavações no local. O faraó Senuseret III, que governou o Egito entre 1878 a.C. a 1840 a.C., foi o primeiro a iniciar um projeto nesse sentido.
A cada novo reinado, o primeiro “canal” aumentava de tamanho, pois todo governante prosseguia com escavações. No governo de Dario I, cerca de 500 anos antes de Cristo, a construção foi completada. Ela passou a se chamar “Canal dos Faraós”, e unia o Rio Nilo ao Mar Vermelho.
Mas foi apenas no século 19 que um canal maior foi iniciado. O Canal de Suez começou a ser construído em 1859, pela Companhia Suez de Ferdinand de Lesseps. Esse importante engenheiro deu o primeiro golpe de picareta para a construção no dia 25 de abril de 1859, em Port Said. Dez anos mais tarde, em 17 de novembro de 1869, Ismail Pacha, o governador do Egito na época, inaugurou o canal.
A região onde a obra foi feita faz parte da fossa africana, na qual se incluem as penínsulas do Sinai, circundadas pelos golfos de Suez e de Akba, do Mar Vermelho.
A obra foi uma parceria de países, principalmente Egito e França. A tecnologia fornecida na construção era francesa e a mão de obra era egípcia. No entanto, o capital para a construção do canal era inglês. Como o Egito contraiu diversas dívidas externas após a construção, teve que negociar o canal com o Reino Unido. Os britânicos passaram a administrar a obra em 1956.
O Canal de Suez parte da cidade egípcia de Suez, às margens do Mar Vermelho, e segue até o Porto Said, às margens do Mar Mediterrâneo. Isso faz dele o maior canal do mundo sem barreiras, com 50 quilômetros desta extensão cavados na areia do deserto. Foram mais de 1,5 milhões de egípcios na construção. Durante as obras, uma epidemia de cólera abateu sobre os trabalhadores, levando 120.000 homens à morte.
Em 1888 um acordo aboliu o controle do canal por apenas um país. A Convenção de Constantinopla decretou que ele poderia ser utilizado por qualquer nação até mesmo em períodos de guerra. Embora tenha havido conflitos sobre o cumprimento desse acordo ao longo do tempo, todos os países ainda podem utilizar o canal.