Como é feito o transporte do petróleo?
O petróleo passa por inúmeras etapas antes de estar pronto para ser utilizado pelas indústrias. Na etapa principal, os componentes são purificados e separados nas refinarias de petróleo. A tarefa tem um grau de dificuldade alto devido à variação na sua composição e ao grande número de substâncias na sua formação. Mas antes desse processo, há outra etapa essencial para o ciclo de produção e consumo do petróleo, que de igual forma é complexo e exige o cumprimento de regras específicas para manter em ordem toda a cadeia de produção. Trata-se de seu transporte.
No Brasil, há inúmeras áreas da indústria que estão à mercê do petróleo transportado e, assim, revela-se a importância da locomoção dentro do ciclo de produção e consumo. Entre os processos da indústria que dependem do transporte do petróleo estão:
* O escoamento da produção que é extraída dos campos petrolíferos de exploração. O produto é usado em instalações de processamento e armazenamento;
* A exportação do petróleo bruto e de todo os seus derivados;
* A distribuição dos produtos processados nos seus destinos finais.
Por se tratar de um combustível cuja composição é complexa, o petróleo só vai ser locomovido depois de passar por processos de preparação.
Como o petróleo é transportado
Assim que é extraído, o petróleo deve ser transportado, a princípio, para os portos de embarque. Essa locomoção é feita de modo subterrânea, utilizando um percurso constituído por tubos gigantes. Esses são chamados de oleodutos (pelos quais passam óleos) e gasodutos (responsáveis pela locomoção de gás).
A maior parte dos grandes dutos é construída nas regiões costeiras, podendo ter sido construído abaixo da terra ou nas profundezas do mar. Os tubos terrestres e submarinos conectam as plataformas de extração com os terminais, e estes, por sua vez, conectam-se entre si e às refinarias.
Mas não é só por esse meio que o petróleo viaja após sua extração. Os navios petroleiros, também chamados de navios-tanques, realizam o transporte de 40% de todo o comércio marítimo mundial. As dimensões dos navios petroleiros são extensas, podendo medir até 500 metros de comprimento e 70 metros de largura. O tamanho é tão grande que os tripulantes do navio precisam de bicicletas para se locomover pelo convés.
Alguns navios petroleiros, como é o caso do ULCC (Ultra-Large Crude Carrier), podem transportar mais de 5000.000 tpb. Navios dessa extensão, porém, precisam atracar em terminais marítimos especiais, localizados em áreas costeiras. Seu tamanho não possibilita o desembarque e embarque de sua carga em portos marítimos convencionais.
Depois que o petróleo chega aos terminais marítimos, ele é encaminhado para seu destino final. Nesse processo são usados novamente oleodutos. Para que o produto chegue a refinarias, por exemplo, é utilizado um sistema de bombardeamento. Esse método de transporte do petróleo é usado em todo o mundo, devido às vantagens econômicas que ele proporciona.
No Brasil, por exemplo, onde o mar é a maior fonte de petróleo (segundo dados de uma pesquisa de 2002, 85% do petróleo utilizado na produção nacional daquele ano foi extraído do mar), é utilizado esse meio de produção e transporte na imensa maioria dos casos.
A segurança no transporte do petróleo
O transporte marítimo oferece muitas vantagens, sobretudo econômicas, tornando o processo de extração e utilização muito mais vantajoso. No entanto, se acontecer algum acidente no percurso, o impacto no ecossistema é devastador e muito difícil de ser calculado.
Já ocorreram muitos acidentes em que vazaram enormes quantidades de petróleo no oceano. Por causa disso, muitas espécies marinhas de peixes, aves e plantas morreram. Entre as tragédias marítimas mais conhecidas estão:
* O acidente ocasionado pelo navio Torrey Canyon, no ano de 1967. Ele vazou uma quantidade de 119.000t de petróleo bruto. A área poluída ia da costa sudoeste da Inglaterra à costa norte da França.
* A tragédia do navio Exxon Valdez, em 1989, no Alasca.
* O vazamento do navio Érika, em 1999, na costa da França.
* O acidente com o navio Prestige, em novembro de 2002.
O impacto de um acidente é tão forte na vida aquática que torna certas áreas do oceano irrecuperáveis. Acidentes com petróleo podem acontecer devido a vazamentos nos depósitos dos superpetroleiros, vazamentos nos poços de petróleo ou rompimento nos dutos.
Para minimizar a possibilidade de um acidente dessas proporções, governos obrigam que navios petroleiros possuam casco duplo. É uma forma de reduzir a probabilidade de ocorrer uma poluição do mar por esse combustível.
Foi criada até mesmo uma convenção de nível internacional, no ano de 1973, para tratar de regulamentações referentes ao transporte de petróleo no mar. A Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios (antes OILPOL, e agora MARPOL) é realizada para gerar ações que combatam a poluição no meio ambiente causada por combustíveis. O evento é organizado por uma agência da ONU especializada em assuntos marítimos, a International Maritime Organization (IMO).