O Brasil e a Nova Ordem Mundial: Mercosul, Alca, Argentina e EUA
O principal traço da geopolítica mundial no século XXI é a Globalização. A grande aldeia global é caracterizada pela abertura econômica, redução das barreiras para importação e exportação, formação de blocos econômicos e multilateralismo.
Na primeira década do século XXI, o Brasil se movimentou dentro desse ambiente de forma hábil. De um lado, a política externa brasileira buscou a ampliação das parcerias comerciais e uma inserção agressiva do ponto de vista político e econômico nesse ambiente geopolítico. Dois traços importantes dessa política são: transformação da China em principal parceiro comercial e inclusão nos BRICS (Bloco econômico e países emergentes no cenário econômico, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Alca e Estados Unidos
A geopolítica brasileira teve o claro intuito de escapar à influência dos Estados Unidos. Os estadunidenses, desde 1994, vêm estimulando a criação da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), mas enfrentam resistência na América Latina.
A proposta é relacionada à remoção gradativa de barreiras comerciais entre os países. Tal propósito, na opinião de muitos, só beneficiaria os Estados Unidos, pois sua matriz econômica é mais sofisticada e dotada de alto valor agregado em relação às economias dos países da América Latina.
Mercosul e Argentina
O Brasil preferiu, então, privilegiar o Mercosul, bloco no qual exerce liderança, compartilhada com a Argentina, as duas maiores economias do continente. O bloco foi criado em 1991, sendo hoje formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Venezuela e Bolívia, tendo como associados, ainda: Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname.
Ao contrário do que ocorre com a Alca, estritamente comercial, o Mercosul inclui em seu escopo compromissos políticos. Em 2017, por não cumprir requisitos relacionados à democracia e aos direitos humanos, foi suspensa do bloco.
Atualmente, 80% da exportação brasileira de produtos industrializados tem como destino o Mercosul. Esse é um dado que corrobora o propósito do bloco de fortalecer os países participantes, conferindo um maior poder de negociação.
Esse processo tem início em 1988, quando Brasil e Argentina assinaram o “Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento”. Posteriormente, por ocasião do tratado de Assunção, em 1991, Paraguai e Uruguai se juntariam a Brasil e Argentina.
Além da integração econômica, política e social, o Mercosul busca a integração cultural dos povos da região, promovendo mostras e bienais de arte.