Resumo sobre o que são Megalópoles
As megalópoles são um fenômeno decorrente da Revolução Industrial e da evolução da sociedade humana, a partir de novas necessidades, que teve sua gênese no final do século XVIII e primeira metade do século XIX.
Apesar de, como muitos fenômenos recentes na sociedade humana, ter tido sua principal causa na Revolução Industrial, as megalópoles só vieram a se tornar realidade na segunda metade do século XX, quando o geógrafo norte-americano Jean Gottman, no ano de 1960, criou o conceito a partir observação da cidade de Nova York, seu entorno e a relação econômica, territorial e logística entre um conjunto de metrópoles, dentre as quais a capital Washington.
A partir da mudança dos processos industriais, da substituição dos processos artesanais pela produção em massa, através do recurso das máquinas, bens de produção, em geral e multiplicação da mão de obra, o mundo foi vendo nascer os primeiros polos industriais.
As indústrias foram se tornando, aos poucos, a principal atividade econômica de vários países, gerando em torno de si uma complexa rede política, social e de serviços. As oportunidades de emprego atraíram operários, que se tornaram consumidores e atraíram prestadores de serviço no comércio. A necessidade de construir moradias próximo ao trabalho fez com que surgissem grandes aglomerações humanas, demandando, ainda, a organização dos serviços públicos, o que gerou mais empregos e demanda por mão de obra qualificada, ampliando a rede de ensino público, privado, técnico e universitário, investimento em desenvolvimento tecnológico e o surgimento de novos serviços, como os financeiros e voltados para o entretenimento.
Aos poucos, se formam as metrópoles, que concentram o consumo e a atividade econômica, atraindo cada vez mais pessoas em busca de oportunidades e renovando o ciclo de crescimento e desenvolvimento urbano.
Tudo isso se formando a partir do advento do polo industrial, como acontece até hoje, quando a atividade industrial se desloca para a periferia das grandes cidades, com a finalidade de melhorar as condições de logística e escoamento da produção, formando novas comunidades, novas cidades e aumento da extensão territorial urbanizada, surgindo às conurbações, que nada mais são que aglomerações de cidades interligadas territorial e economicamente, formando uma extensa área urbana.
Quando uma região abriga o centro político do país, as maiores concentrações de riquezas naturais, o clima mais propício à vida humana e a maior atividade industrial, a tendência é de que várias metrópoles se formem. Um exemplo disso é a região sudeste do Brasil, onde é possível identificar várias metrópoles, como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Campinas e Vitória. O Rio de Janeiro foi capital do Império e da República, centro administrativo do Brasil até a criação de Brasília, servindo como porta de entrada do país para a rica região, onde a industrialização aconteceu de forma mais intensa.
O que caracteriza uma Megalópole
A ocorrência das conurbações é uma das características das megalópoles. Na verdade, as megalópoles acontecem quando esse processo de conurbação se dá entre várias metrópoles, que são cidades onde existe grande atividade econômica e alta concentração populacional, o que lhes confere alta importância dentro de uma determinada região.
Além da elevada concentração populacional, da expressiva atividade econômica e da formação de uma gigantesca e populosa faixa urbana, há outros fatores que caracterizam, até de forma mais precisa uma megalópole. Um desses aspectos é a forte integração econômica e dos sistemas de comunicação e transportes, além da proximidade e identidade cultural.
É preciso tomar cuidado para separar conceitos. Não se deve confundir metrópoles com megalópoles. As primeiras são cidades com forte concentração populacional e atividade econômica expressiva, que exercem influência sobre determinada região, inclusive do ponto de vista cultural.
As grandes megalópoles
A megalópole, ao contrário, sugere a mesma ideia de integração, mas acresça-se a isso uma relação de equilíbrio. Um bom exemplo de uma megalópole é a extensão territorial que compreende a ocorrência na costa norte-americana das cidades de Boston, Nova York, Filadélfia, Baltimore e Washington, capital do país. São todas grandes metrópoles cujo crescimento horizontal acabou se transformando numa espécie de super cidade. Trata-se, inclusive, de uma das maiores megalópoles do mundo.
A megalópole não é necessariamente um contínuo urbano absoluto. Pode estar entremeada de pequenas áreas rurais. Um bom exemplo disso é a megalópole brasileira, formada por um conjunto que abrange a capital fluminense, a capital paulista, a Baixada Santista e a região de Campinas.
Há extensas áreas rurais separando as grandes metrópoles, assim como pequenas cidades e polos industriais. O que caracteriza a megalópole é a integração econômica e territorial. O compartilhamento dos mesmos recursos hídricos, hidroviários, rodoviários e energéticos é característica de uma megalópole.
Atualmente, a megalópole formada por Tóquio, Osaka e Kitakyushu, no Japão, é a maior do mundo, conglomerando centenas de outras cidades nas imediações das metrópoles. O dado incrível é que apenas essa megalópole abriga 80% da população japonesa.