Resumo Cinema no Brasil
O Cinema Brasileiro está sendo cada vez mais reconhecido por outros países que são referências no audiovisual, e emplacando grandes sucessos de bilheteria como “Os Dez Mandamentos – O Filme” (Alexandre Avancini), “Que Horas Ela Volta?” (Anna Muylaert) e “Meu Passado Me Condena” (Júlia Rezende), entre outros que foram premiados em diversos festivais importantes. No entanto, nem sempre a cinematografia nacional esteve produzindo tanto o quanto está produzindo hoje.
Nos primórdios do cinema nacional havia ainda muitos empecilhos para quem um material de audiovisual pudesse ser criado com alguma qualidade. Portanto, os primeiros curtas-metragens gravados no Brasil, como um que mostrava imagens da Baía de Guanabara (RJ) e os outros documentários, em geral, não contavam com muitos recursos em comparação ao que os outros países, como Estados Unidos e França, já faziam na época.
História do Cinema Brasileiro
Os primeiros filmes gravados em terras canarinhas foram desenvolvidos no fim do século XIX, quando o Brasil ainda enfrentava problemas sérios em relação à energia elétrica, o que dificultava muito a produção dos filmes no país. De forma geral, nessa época o que os diretores de cinema faziam era curtas-metragens e pequenos filmes que se assemelhavam bastante a produção internacional, predominante com o desenvolvimento de documentários, em geral. Os primeiros filmes de ficção só começaram a surgir no Brasil no início do século XX.
A partir de 1905, houve o que ficou conhecido como a “Belle Epoque” (Bela Época) do cinema nacional. Para fazer um breve Resumo Cinema no Brasil dessa época, é essencial dizer que foi um período marcado pelas produções inspiradas na ópera e no que se chamou de “cinema cantado”, além de um polo de produção de cinema que se restringia a São Paulo e Rio de Janeiro. Somente a partir de 1925, as produções cinematográficas começaram a se desenvolver em outras regiões do país.
Em 1930, foi edificado o primeiro estúdio de cinema do Brasil: a Cinédia, que produziu sátiras dos filmes de Hollywood, Chanchadas e os primeiros filmes carnavalescos, que dominaram a produção cinematográfica nacional até a década de 1950. Daí em diante a cinematografia brasileira passou por uma série de experimentos e testes que não deram certo devido à falta de recursos do país em relação à cultura e, especificamente, ao audiovisual.
O Cinema Novo
Inspirado na Nouvelle Vague Europeia, o Cinema Novo é o movimento mais relevante do cinema nacional, que surgiu no final da década de 1950 e início da década de 1960. “Uma ideia na cabeça e uma câmera na mão” tornou-se o lema da cinematografia nacional e, nessa época, os filmes passaram a abordar temas sociais e políticos que envolviam a situação do país. Em 1963, “Vidas Secas” (Nelson Pereira dos Santos) foi exibido nos cinemas, tratando-se de um filme adaptado da obra de Graciliano Ramos que denunciava a seca vivida no nordeste brasileiro.
Do Cinema Novo, também veio um dos principais nomes da História do Cinema Brasileiro: Glauber Rocha. Não há como fazer um Resumo Cinema no Brasil e não falar sobre o diretor de “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964), “Terra em Transe” (1967) e o “Leão de Sete Cabeças” (1970), entre diversos outros, que trouxe a estética experimental para a cinematografia nacional, contrapondo-se ao modelo de produção norte-americano que era uma referência no período. “O Pagador de Promessas” (1962), de Anselmo Duarte, conquistou a Palma de Ouro em Cannes, como a cereja do bolo do Cinema Novo.
Décadas de 1970 e 1980
Após o período em que o Cinema Novo predominou e trouxe avanços efetivos para as produções cinematográficas brasileiras, o país passou pelos obscuros anos de Ditadura no fim da década de 1960, que impediram o avanço da cultura audiovisual. Nesse contexto, nasceu o “Cinema Marginal”, que era um movimento que se contrapunha às imposições ideológicas dos ditadores que comandavam o país e que era liderado, de forma geral, por diretores politicamente progressistas.
Fazendo um Resumo Cinema no Brasil das décadas de 1970 e 1980, é importante destacar a política estatal de fomento à cinematografia nacional, com a criação da Embrafilmes. Nesse contexto, as produções que mais se destacaram foram as do gênero de Pornochanchada, um estilo que trabalhava com históricas fracas, mas fortes apelos de eroticidade. Era uma forma de manter o povo longe dos problemas sociais que se agravavam no país.
Dos anos 90 até a atualidade do Cinema Brasileiro
Depois do sucesso das Pornochanchadas na década de 1980, o cinema brasileiro sofreu uma profunda recessão na década de 1990, marcada pela falta de incentivos à cultura audiovisual, haja vista que as leis que tratavam do fomento ao cinema foram extintas no governo do presidente Fernando Collor. Somente no fim dos anos 90 a produção nacional voltou a funcionar de forma intensa, com a abertura política.
A partir de então, o cinema nacional não parou mais de evoluir com a criação de grandes filmes, como “Baile Perfumado” (1997) de Lírio Ferreira e Paulo Caldas, “O Que É Isso, Companheiro?” (1997) de Bruno Barreto e “Central do Brasil” (1998) de Walter Salles, entre outros. Nos anos 2000, o cinema nacional é marcado pelos blockbusters e o sucesso da Globo Filmes. Dessa época, destacam-se filmes como “O Auto da Compadecida” (2000) de Guel Arraes, “Cidade de Deus” (2002) de Fernando Meirelles.
Em 2010, o filme “Tropa de Elite 2”, de José Padilha, arrecadou a maior bilheteria do cinema nacional até hoje, abordando a truculência da polícia brasileira. Nos últimos anos, as produções da Globo Filmes ainda são as que mais levam as pessoas até o cinema, e continuam liderando o ranking das produções, enquanto o Cinema Independente vem, cada vez mais, conquistando o seu espaço de certa forma, também, no Brasil.
Os 10 filmes mais importantes produzidos no Brasil:
- “Tropa de Elite” 1 e 2 (2007 e 2010), de José Padilha;
- “Lavoura Arcaica” (2001), de Luiz Fernando Carvalho;
- “Santiago” (2007), de João Moreira Salles;
- “Cidade de Deus” (2002), de Fernando Meirelles;
- “O Guarani” (1996), de Norma Bengell;
- “Se Eu Fosse Você” (2005), de Daniel Filho;
- “Carlota Joaquina – Princesa do Brasil” (1995), de Carla Camurati;
- “Nosso Lar” (2010), de Wagner de Assis;
- “Auto da Compadecida” (2000), de Guel Arraes;
- “Olga” (2004), de Jayme Monjardim.