Resumo da Idade Moderna: A expansão dos paulistas

História do Brasil,

Resumo da Idade Moderna: A expansão dos paulistas

As chamadas bandeiras foram organizadas, por causa da pobreza existente na próspera capitania de São Vicente, que estava na frente doo empreendimento açucareiro na região Nordeste. Essas bandeiras foram expedições, na qual o objetivo era a procura de riquezas no interior das colônias e também, aprisionamento de nativos, além de ataques contratados a quilombos, como tempos depois, passaram a acontecer.

Diante da região africana de Angola e da ocupação de Pernambuco pelos holandeses, as outras capitanias não tiveram mais acesso aos carregamentos de escravos. Dessa maneira, embora as primeiras bandeiras de apressamento de índios visassem conseguir mão de obra para a pequena lavoura paulista ou a venda para regiões próximas, passaram, de forma progressiva, a sanar as dificuldades dos senhores de engenho do Nordeste, onde estava localizada a maior produção agrícola baseada em mão de obra escrava.

A expansão dos paulistas

Milhares de nativos acabaram sendo capturadas com os ataques que os bandeiras promoveram, além disso, eles cobravam um valor muito mais alto pelos aculturados por estarem mais adaptados ao trabalho agrícola.

Mas, essa atividade de captação de índios acabou entrando em decadência, principalmente por causa da retomada do comércio de africanos que os portugueses estavam fazendo e por causa do fim do domínio dos espanhóis, o que normalizou o abastecimento de escravos na colônia. Organizados em bandeiras, os paulistas passaram a se dedicar a atacar aldeamentos de negros fugidos que se encontravam refugiados em quilombos e de nativos insubmissos. Essas expedições, as conhecidas como bandeiras de contrato, estavam a serviço da administração da colônia e de fazendeiros. Nesse contexto, destacou-se Domingos Jorge Velho, que no fim do século XVII, destruiu a resistência dos janduís e dos cariris e acabou com o quilombo de Palmares.

No entanto, as bandeiras mais importantes eram aquelas que estavam destinadas à procura de metais preciosas, que foram incentivadas pela metrópole devido ao declínio da economia açucareira do Nordeste. Na região de Minas Gerais, foi descoberto ouro, através do financiamento de expedições paulistas, e em seguida, Goiás e Mato Grosso, fato que deu início na colônia à atividade econômica mineradora.

Os emboabas, também conhecidos como forasteiros, ganharam esse apelido por paulistas. Tratava-se de um grupo formado por estrangeiros, portugueses e demais colonos das demais áreas, que foram atraídos para a região das minas, entrando em conflito armado com os descobridores das jazidas e terminando com a expulsão deles da região. Assim, os bandeirantes paulistas foram em direção para a região central da colônia. No ano de 1719, foi descoberto ouro na cidade de Cuiabá por Pascoal Moreira Cabral e três anos depois, Bartolomeu Bueno Filho descobriu algumas riquezas no estado de Goiás.

Muitos grupos indígenas nesse período, foram submetidos à escravidão e outros milhares foram dizimados, mas apesar disso, é inegável a contribuição das bandeiras para o povoamento e a ocupação do interior brasileiro, bem como o fundamento de povoados, a criação de vilas, o que deu início a atividade mineradora e acabou ampliando as fronteiras das colônias para além dos limites estabelecidos através do Tratado de Tordesilhas.

No ano de 1680, os portugueses acabaram estendendo seu domínio pelo sul da colônia, através da destruição das missões jesuíticas pelas bandeiras de aprisionamento de indígenas e a fundação da colônia do Sacramento, localizada próximo a cidade de Buenos Aires, na Argentina. O objetivo disso era garantir a posse do estuário do rio da Prata e ainda o limite meridional de sua colonização, fazendo oposição com a presença de espanhóis que por ali escoavam sua produção mineradora de Potosi. O sucesso conseguido no início da presença de Portugal no extremo sul contou com o apoio da Inglaterra, que estava muito interessada no comércio estabelecido na região.

Foram criadas as estâncias, com o objetivo de garantir a sustentação da dominação sobre a região sul dos lusos. Essas eram grandes fazendas de gado, cujo sucesso foi possível por causa principalmente das condições naturais dos pampas, uma planície dotada de grande pastagem, e também de mercado consumidor da região de minas. Foi desenvolvido também a produção de charque, carne seca mais fácil de se transportar e de se utilizar e ainda bem mais durável. Pode-se dizer que esse produto acabou superando o predomínio anterior da produção do couro, tornando-se de maneira progressiva, a base da economia da região, cujo o controle, que era exercido pelos portugueses, se efetivou no final do século XVIII.

Durante a União Ibérica, foram impostas uma série de limites, pelo expansionismo luso e também pelo Tratado de Tordesilhas. Por isso, foram estabelecidos novos tratados, a fim de resolver as disputas contínuas entre portugueses e de espanhóis no sul da colônia.

Assinado no ano de 1750, o Tratado de Madri, estabeleceu que um território deveria pertencer a quem o tivesse colonizado de maneira efetiva, o que recebeu o nome de uti possidetis. Invocado por um importante representante de Portugal, chamado de Alexandre Gusmão, esse princípio jurídico promoveu nas negociações uma descontinuidade territorial, intercalando domínios espanhóis e portugueses.