Resumo sobre o Segundo Reinado: Revoltas do Período Regencial
Entre 1831 e 1849 o Brasil viveu o Período Regencial. Dom Pedro I voltou a Portugal, deixando seu filho, Pedro II, de apenas 5 anos, à espera do trono. O país passou a ser governado por regentes enquanto o herdeiro não atingisse os 18 anos necessários para governar. Nesse tempo, muitas revoltas aconteceram em diversas regiões do país.
Uma forte crise política se instaurou devido à disputa dos diversos grupos participantes do poder. Entre esses estavam os Restauradores, que desejavam que Dom Pedro I voltasse ao poder numa monarquia forte, os Moderados, que queriam uma monarquia centralizadora, porém, com um Senado forte, e os Exaltados, que defendiam uma mudança estrutural radical, como, por exemplo, a instauração de uma república.
Revoltas do Período Regencial
As revoltas aconteciam no Brasil basicamente por dois motivos. A condição de vida de grande faixa da população era precária, e as elites desejavam aumentar seu poder. Essas foram às revoltas:
- Cabanagem (1835 – 1840): O movimento surgiu no Grão-Pará devido às péssimas condições de vida da população.
- Guerra dos Farrapos (1835 – 1845): Feita por militares libertários, com apoio de parte da população, eles reclamavam da falta de independência da província de São Pedro do Rio Grande do Sul (atual RS) e dos altos impostos.
- Revolta dos Malês (1835) Escravos baianos descendentes de muçulmanos eram contrários á cultura que lhes era imposta.
- Sabinada (1837 – 1838): Na Bahia, a revolta foi feita por militares e camadas ricas da população que estavam insatisfeitas com o governo regencial.
- Balaiada (1838 – 1841): A Balaiada aconteceu no Maranhão, e a causa não foi muito diferente das demais. A exploração dos pobres por alguns produtores rurais levou à revolta.
Outras revoltas menores ocorreram, foram elas:
- Setembrada (1831), em Pernambuco e Maranhão.
- Novembrada (1831), em Pernambuco.
- Carneiradas (1834 – 1835), em Pernambuco.
- Insurreição do Crato (1832), no Ceará.
- Abrilada (1832), em Pernambuco.
- Revolta do Guanais (1832 – 1833), na Bahia.
- Revolta de Carrancas (1833), em Minas Gerais.
- Rusgas (1834), no Mato Grosso.
- Revolta de Manuel Congo (1838), no Rio de Janeiro.
Dado o cenário de grande instabilidade, que colocava em risco a unidade territorial do Brasil, a elite política traçou um plano para pacificar o país. O resultado das medidas deu fim ao Período Regencial. Em 23 de julho de 1940, sob pressão, o Senado declarou que Dom Pedro II, então com 14 anos e 7 meses, estava apto para governar. Antes, ele só poderia assumir o trono quando atingisse 18 anos, mas as revoltas mudaram o rumo da sua vida e do país.
A Declaração de Maioridade foi fundamental para a estabilização do país. Mas o evento ficou conhecido como “Golpe da Maioridade”.
Alguns estudiosos afirmam que o termo não corresponde à realidade dos fatos. O poder (de jure) pertencia à dinastia dos Bragança, fundadores do país e cujo herdeiro era Pedro II. Portanto, a declaração de golpe não faz sentido, visto que não é possível dar um golpe no próprio reinado.
A pacificação no Segundo Reinado
Com Pedro II definitivamente no trono, o país começou a ser pacificado. As rebeliões e revoltas que ameaçavam a estabilidade do Brasil cessaram. A Balaiada e a Farroupilha, que iniciaram no período Regencial, só então chegaram ao fim. No entanto, ainda havia problemas internos, principalmente ligados à classe dominante.
Em 1848, houve a única revolta do Segundo Reinado: a Revolução Praieira. De caráter liberal e federalista, o movimento teve início em Pernambuco e defendia o republicanismo. A revolução entra no contexto mundial, pois aconteceu simultaneamente às revoluções liberais pelas quais passava a Europa. No entanto, em apenas dois anos a Revolução Praieira acabou, fato que serviu como prova da força do jovem Dom Pedro II.
A partir de 1847 o Brasil possuiu um governo parlamentarista, com dois partidos, Liberal e Conservador, revezando no poder. Apesar de ter sido uma época tumultuada dentro da política, foi o período mais estável da história do Brasil. Uma das causas é o Poder Moderador, exercido pelo Imperador. Como representante do Estado brasileiro e, por consequência, da população, Pedro II podia dissolver os ministérios para criar outro governo em tempos de crise.
A estabilidade do governo colaborou para o aumenta importância do Brasil no cenário mundial, principalmente por causa da expansão financeira. O país se fortificou e passou a estar entre as economias mais prósperas do mundo, ainda que tivesse problemas internos. O principal deles era a escravidão, que a família imperial tentava abolir.
Com o aumento da riqueza, os grandes proprietários passaram a ter mais poder e, com isso, contestar o governo monárquico. Em 1890, um ano após Princesa Isabel assinar a lei que libertava os escravos, um pequeno grupo de republicanos, amparados por alas do exército, deu um Golpe Militar e instaurou a República no Brasil. Os republicanos, compostos por poderosos oligarcas e escravocratas, eram contra o fim da escravidão, uma das fontes da sua riqueza. A família real foi expulsa do Brasil e iniciou-se o Período Republicano.