A ordem jesuíta

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A ordem jesuíta

Antes de se tornar papa, Francisco pertenceu à Ordem Jesuíta por seis anos, na província da Argentina. A também conhecida como Companhia de Jesus se baseia em quatro pilares: a pobreza, a castidade, a obediência e a obediência incondicional ao papa.

O grupo tem uma grande importância na história da Igreja Católica, tendo papel fundamental nos períodos de colonização – onde os jesuítas ajudaram a difundir o catolicismo pelos continentes, assim como foi muito eficaz na contrarreforma e contra as heresias. Mas seus métodos de atuação e sua influência sobre os poderosos também foram motivos de conflitos e de momentos turbulentos em sua história.
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História da ordem jesuíta

Em 1534, na Universidade de Paris e na Catedral Montmartre, um grupo de estudantes começou a discutir e criar a Companhia de Jesus, também conhecida como Ordem Jesuíta, cujo líder era o basco Inácio de Loyola, de nome original Iñigo López de Loyola.

Mas sua fundação data de 1540, reconhecida pela bula papal. Foi quando a ordem realizou sua primeira missão, a de retomar Jerusalém que estava com os otomanos. Ela obteve sucesso na empreitada, mas foi o começo de uma longa trajetória de catequização em solos americanos, asiáticos e africanos.

Diferente das outras ordens e congregações religiosas do século XVI, os membros da Ordem dos Jesuítas não viviam num monastério nem mantinham horas de orações meditativas e contemplativas. Embora mantivessem a pobreza, castidade e obediência de seus pilares, eles serviam ao Papa e estavam à disposição para propagar a palavra da Igreja onde fosse necessário.

Além de missionários os jesuítas eram também educadores. Compostos por intelectuais, professores, escolásticos e coadjutores, eles criaram pelo mundo escolas e universidades que sempre foram reconhecidas pela sua excelência e qualidade de ensino.

No século XVI a Europa vivia um momento de grande turbulência artística, filosófica e religiosa. Começaram a surgir e se consolidar várias outras religiões – dentre elas a protestante, que foi conquistando cada vez mais pessoas e comunidades. Diante da possibilidade de perder seu espaço e poder absoluto, a Igreja Católica criou a Contrarreforma.

Com a convocação do Concílio de Trento a Igreja Católica defendeu uma postura mais efetiva dentre as quais a retomada do Tribunal do Santo Ofício, a lista de livros proibidos e o projeto para catequizar os nativos do Novo Mundo, onde a Companhia de Jesus foi a principal ordem religiosa a realizar essa missão.

O desafio de ir para o Novo Mundo era imenso. Afinal, os jesuítas se depararam com pessoas de culturas até então desconhecidas por eles e que mantinham hábitos recriminados pela igreja. Muitos nativos também adoravam outras divindades e tinham seus rituais religiosos. Para conseguir sucesso os jesuítas desbravaram terras longínquas e construíram não só igrejas e escolas, mas verdadeiras comunidades que acabaram se transformando em grandes cidades como São Paulo.

A estrutura de escolas, colégios e universidades construídas pela Ordem de Jesus era cara, e para sustentá-las as unidades se tornaram economicamente autossuficientes, criando fontes econômicas para ela própria se subsidiar. O desenvolvimento era muito peculiar, a partir da distribuição de terras para as famílias, que criavam suas próprias produções agrícolas para sua subsistência e para que fosse comercializado. Havia também a expansão da mineração, comércio de imóveis, empréstimos financeiros e outros.

Com o sucesso da expansão da Ordem Jesuíta os membros conquistaram grande prestígio entre os monarcas, o papa e os próprios índios, o que lhes deu poder e uma grande procura por novas adesões. No século XVII a Companhia de Jesus já tinha mais de dez mil membros.

Mas em meados do século XVIII as tendências anticristãs se direcionaram aos jesuítas, já que se estabeleceram como a maior e mais forte presença da Igreja Católica pelo mundo. Os jesuítas também tinham uma presença forte na sociedade pelas escolas e universidades que dirigiam e ensinavam, mantendo inclusive certo prestígio científico.

Aliados a questões políticas, reis de Portugal, Espanha e Itália chegaram a expulsar os jesuítas de suas terras e pressionaram o Papa Clemente XIV, que suprimiu a Ordem Jesuíta em 1773. Apesar da publicação da bula papal, a Rússia manteve a Companhia de Jesus e a atraiu para seu território em busca de sua erudição.

Em 1814 o Papa Pio VII restaurou a Companhia de Jesus, que logo voltou a crescer e a se expandir. Até hoje a ordem era a mais procurada por interessados em se tornar missionários e padres católicos.

Grandes nomes da fé católica

A Companhia de Jesus sempre esteve à frente de seu tempo, criando admiradores, convertidos e também críticos de sua forma de agir e pensar. Em muitas situações foi vista como reacionária e revolucionária, apesar de sempre manter em foco a propagação do poder da Igreja Católica. Essa visão diferenciada se refere sua nata erudição e a própria filosofia em busca do conhecimento e de repassá-lo, seja onde e para quem for.

Seu fundador, o Santo Ignácio de Loyola, era de origem nobre e após ser gravemente ferido em combate, decidiu desprezar os seus bens financeiros para se dedicar a espiritualidade. Abdicou também da indumentária rica para usar trajes simplórios e se dispôs a penitências em busca de remissão dos pecados. Nesse período escreveu o Livro dos Exercícios Espirituais e anos mais tarde se uniu a outros seis estudantes para fundar a Companhia de Jesus.

São Francisco Xavier também foi um dos maiores nomes da Ordem dos Jesuítas, já que viajou para a Índia, Malaia e Japão disseminando a fé cristã. O jesuíta Manoel de Nobrega foi o pioneiro da ordem no Brasil e Padre Anchieta foi um dos mais representativos da história do país.

Apesar de tanto sucesso e de tantos nomes importantes no catolicismo, seu primeiro papa foi o argentino Jorge Mario Bergoglio, o atual Papa Francisco.

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