As Cruzadas e o desenvolvimento do comércio

História,

As Cruzadas e o desenvolvimento do comércio

A criação das cruzadas tem como sustentação o avanço do cristianismo em terras islâmicas, mas por trás da religiosidade está o interesse em expandir o território europeu e alcançar novos domínios, especialmente no Oriente Médio.

As Cruzadas e o desenvolvimento do comércio

Alguns importantes centros comerciais como Veneza e Gênova, estimulavam os mercadores a financiar o movimento das Cruzadas, com dinheiro, embarcações e outros recursos materiais. Tudo pelo interesse em ampliar seu fluxo comercial, para trazer ao cotidiano europeu produtos antes exclusivos do oriente.

A importância de Jerusalém e o início das Cruzadas

Os árabes tiveram um período de grande prosperidade e conquistas na Era Medieval, onde os muçulmanos dominavam nações para implantar sua religião no máximo de territórios possível. Dentre eles está a conquista da Terra Santa, especialmente a cidade de Jerusalém, cidadã importantíssima tanto para judeus quanto para os cristão que cada vez aumentavam mais na Europa.

Considerada uma das cidades mais antigas do mundo, Jerusalém está localizada nas montanhas da Judeia entre o Mar Morto e o Mar Mediterrâneo, sempre sendo disputada de forma política, religiosa e comercial. Há séculos é considerada sagrada pelas principais religiões chamadas de abraâmicas (que se iniciaram pelos ensinamentos de Abraão), o judaísmo, islamismo e cristianismo, onde ate os dias de hoje é reivindicada por elas.

Cercada por muralhas que hoje a dividem em quatro bairros destinados aos armênios, cristãos, judeus e muçulmanos, no século XI Jerusalém foi dominada pelo mundo islâmico que se estabeleceu plenamente em todo território da Palestina. No início de sua expansão, os muçulmanos ainda permitiam a visita de cristãos para conhecer a cidade mais importante na vida de Jesus Cristo. Mas logo essas visitas foram proibidas e o tráfego religioso e comercial da região se fechou para o ocidente.

A cidade de Jerusalém foi fundada pelo Rei Davi e seu filho, Rei Salomão, construiu o Primeiro Templo a Deus e que transformou a região como o local mais importante para o judaísmo. Descrita no Velho Testamento que compõe a Bíblia e o Torá, Jerusalém foi a cidade onde Jesus Cristo passou seus últimos dias na Terra e onde foi crucificado, morto e ressuscitado, segundo os cristãos.

Já para os muçulmanos, Jerusalém é a terceira cidade sagrada do Islamismo, e onde Maomé teve sua ascensão ao paraíso. Na cidade, há a Mesquita de Al-Aqsa e a Pedra Fundamental onde se considera o ponto exato que Maomé foi para o céu.

Diante da proibição da peregrinação à região, o papa Urbano II convocou cristãos europeus para lutar contra os muçulmanos em Jerusalém, para que o acesso a Terra Santa fosse liberado. Esse exército religioso recebeu o nome de Cruzadas e foi designado aos seus soldados o perdão de seus pecados para que pudessem ir para o céu.

A denominada Guerra Santa entre os soldados cristãos da Cruzada e os muçulmanos, durou dois séculos, um grande número de mortos e regiões inteiras devastadas. Os muçulmanos eram mais sofisticados em suas técnicas e foram os vencedores, mantendo seus domínios e determinações na região. Porém, a proposta das cruzadas foi muito além do esperado e houve um ganho inquestionável na cultura europeia.

O comércio e as cruzadas

Em paralelo a guerra religiosa, havia o interesse europeu em expandir suas terras e buscar novas fontes comerciais. Nesse período houve uma diminuição drástica nas invasões bárbaras, que levaram as nações a criar uma maior estabilidade, produzir mais produtos agrícolas, mas também a crescerem muito mais do que a capacidade.

Como começou a surgir muito mais procura por terras e pouca oferta, o sistema feudal entrou numa crise, onde os nobres começaram e buscar mais espaços para suprir sua necessidade de poder e riqueza. Como cessaram a divisão de poder até mesmo entre os filhos, a herança ficava apenas para o mais velho enquanto os outros deveriam buscar suas próprias fontes através de casamentos monetariamente vantajosos, ingressar na carreira militar, entrar para o comércio ou partir para uma vida amoral de crimes ou ilegalidades.

Com a proibição pelos muçulmanos de entrar em Jerusalém e a eminência de fechar todas as fronteiras orientais, a Europa procurou ações para mudar o quadro e obteve a ajuda do papa Urbano II. Durante o Concílio de Clermont ele inflamou os ânimos cristãos, que se viram impedidos de manter suas peregrinações na Terra Santa, para que lutassem contra os ditos “infiéis”. Além do estímulo da fé, o Papa Urbano II também deu a todos os combatentes o perdão após a morte, para que pudesse ir direto ao paraíso e se salvasse do inferno e do purgatório.

Com a formação de um exercito religioso, com um foco emocional e motivador, os senhores feudais e a nobreza viu uma oportunidade de acabar com o poderio muçulmano e atingir seu objetivo de alçar novas fronteiras.

Logo no início das Cruzadas houve a conquista da Síria, do Império Bizantino e da Palestina, onde senhores feudais rapidamente se estabeleceram , mas foram contra-atacados e vencidos pelo sultão Saladino. Aos cristãos acabaram restando apenas poucos territórios sem expressão e que ao fim não realizou o intuito da missão tanto para os fins religiosos quando comerciais.

Mas, ainda assim, houve um grande ganho para a cultura ocidental, já que por um breve período os europeus puderam usufruir de especiarias e produtos exclusivos das arábias, que marcaram seu cotidiano. Cidades como Veneza enriqueceram com o luxo oriental e propiciou novas expedições mercantis e acabou instigando outras gerações a expandir sua navegação em busca de novas rotas e terras, marcando o fim da Idade Média e o início da Moderna.

Sob o ponto de vista científico, os árabes foram pontuais em oferecer novas perspectivas aos cientistas europeus.