Guerra dos Seis Dias

História,

Guerra dos Seis Dias

A Guerra dos Seis Dias é um desdobramento do conflito histórico entre árabes e sionistas, ocorrido em meados da década de 60 do século XX. Sem dúvida alguma, a gênese de tais conflitos está na criação do Estado de Israel, em 1948.

Guerra dos Seis Dias

O mundo, naquele período, vivia os desdobramentos de duas guerras sangrentas, que tiveram na Europa o seu principal palco, mas não o único.

Vale lembrar que ainda na primeira metade do século XX a configuração geopolítica mundial esteve fortemente condicionada pelo imperialismo europeu e norte-americano. Isso significa dizer que o mundo árabe estava sujeito a um forte controle político das grandes potências econômicas e militares.

Ao final da Segunda Guerra Mundial, a geografia da Europa havia mudado, mas o fato principal era que a destruição da Alemanha transformava Estados Unidos e União Soviética em principais atores políticos, o que viria a dividir o mundo em dois blocos de orientação política e econômica totalmente oposta.

Por outro lado, sabe-se que a Segunda Guerra Mundial é fruto de movimentos ultranacionalistas e totalitários. Essa onda ultranacionalista não se restringiu à primeira metade do século XX ou aos grandes conflitos armados. Já ao final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) havia um sentimento nacionalista no mundo árabe. O Oriente Médio era, até então, comandado pelo Império Turco-Otomano. Após a guerra, a região se tornou uma espécie de protetorado da Inglaterra.

O Estado de Israel e o conflito árabe israelense

O sionismo ganhou força após o final da Segunda Guerra Mundial, durante a qual mais de 6 milhões de judeus foram mortos pela Alemanha nos campos de concentração.

Antes disso, o sentimento político dos israelenses era difuso, muito mais de convivência com as diferentes orientações políticas. Antes desse evento histórico, árabes e israelenses conviviam em razoável harmonia.

Após a Segunda Guerra, o sionismo, que pode ser entendido como o nacionalismo judeu, ganhou força. Tinha como paradigma a criação de um Estado judaico no território onde, segundo a Bíblia, era Israel, na região de Jerusalém, de onde haviam sido expulsos os judeus pelo Império Romano no século III d.C.

O movimento sionista já tomara corpo desde o final do século XIX, com grandes imigrações para a região. O que aconteceu no ano de 1948 foi a consolidação desse movimento. Os judeus conseguiram angariar a simpatia de Estados Unidos e União Soviética às causas sionistas. O massacre dos judeus nos campos de concentração sensibilizou o Conselho da ONU, que decidiu pela criação do Estado de Israel, na região da Palestina.

Tal decisão já não seria bem recebida entre as nações árabes. Fora-lhes prometida pela Grã-Bretanha o apoio das nações do ocidente à criação de um grande Estado Árabe. Antes mesmo da criação do Estado de Israel, a relação já era bastante instável, com pequenos conflitos armados.

A criação do Estado de Israel acabou por potencializar o conflito. Ainda em 1948, sete nações árabes declararam guerra a Israel e iniciaram uma invasão, que acabou frustrada. Israel, além da vitória, expandiu seu domínio na palestina, dando os contornos do que é o conflito até os dias atuais.

A guerra relâmpago

Vale lembrar que Israel sempre teve apoio do mundo ocidental e se tornou aliada de Estados Unidos, Inglaterra e França, uma aliança que sobrevive até os dias atuais e se torna visível quando em questões envolvendo o Oriente Médio.

É preciso lembrar que aquela é uma região rica em petróleo, riqueza natural que está na origem de praticamente todos os conflitos, sempre com forte influência da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O que só serve para alimentar o incômodo e a hostilidade dos povos árabes com relação a Israel.

Por conta desse incômodo, um novo conflito armado era questão de tempo. O nacionalismo árabe estava em plena expansão. Em 1964, por ocasião da Segunda Conferência do Cairo, os países árabes definiram como uma das prioridades a destruição do Estado de Israel, abrindo caminho para o que ficou conhecido como Guerra dos Seis Dias.

No dia 16 de maio de 1967, Gamal Abdel Nasser, presidente do Egito, ordenou movimentação de tropas na Península do Sinai e ordenou a saída das tropas da ONU presentes na região. Jordânia e Iraque se alinharam ao movimento hostil a Israel, por conta de um pacto de guerra.

Ao que tudo indica, no entanto, faltava articulação e um plano bem definido aos árabes, que foram surpreendidos com um ataque fulminante israelense. Dos 340 aviões de combate egípcios, nada menos que 309 naves foram abatidas sem sair do solo.

As tropas israelenses atacaram na Península do Sinai, paraquedistas dominaram a parte de Jerusalém que estava sob controle dos jordanianos, avançaram até o Estreito de Tiran e a Rumani, nas imediações do Canal de Suez. Por fim, ocuparam a Cisjordânia, território que pertencia à Jordânia.

Apesar de muitas baixas, Israel se saiu vitorioso no conflito, ocupando territórios que sequer estavam em seus planos. Posteriormente, propôs acordo de paz a Egito e Síria, com devolução dos territórios, mas permaneceu ocupando a região da palestina.

A Guerra dos Seis Anos pode ser considerada, por causa disso, o marco zero das hostilidades entre judeus e palestinos, até hoje não resolvida, devido à ocupação israelense nos territórios que pertenciam à Jordânia.